É do atavismo das criaturas em evolução, diante das provas e ou as expiações, umas com mais dificuldades do que outras, que faz o estorcegar clamar pela chuva de bênçãos, medida protetiva do Senhor da Vida, para os seus filhos na grande travessia do mar revolto.
Na paráfrase dessa pena foi o que ocorreu com discípulos do peregrino, quando na embarcação que se encontravam, tudo indicava tormenta sem precedente no Lago de Genesaré, na galileia, também conhecido por Tiberíades, que fazia experimentarem a borrasca que poria tudo a perder; Oh! Meu Deus. O que fazer.
Chamaram o Mestre que naquele instante descansava e disseram-lhe que a tempestade era tão forte que eles pereceriam naquele insólito acontecimento. Foi nesse instante que o arauto do bem, levantando e pondo-se ereto, disse-lhes: Oh! Homens de pouca fé, e em seguida deu ordens aos anjos tutelares da atmosfera e se fez uma calmaria.
Com fulcro nessa premissa, bem se vê que a dádiva da vida em provas, incontáveis vezes leva o viajante da eternidade a caminhar com o olhar voltado para o chão, momento em que o pensamento, instrumento da vida, está em desalinho, tal como ocorreu com os discípulos dantanho, insinuando-se as criaturas o perdimento do contato com sua origem Divina.
Nesse estado de espírito, olha, mas não vê, escuta, mas não ouve, toca, mas não sente, perdido na névoa densa que envolve os próprios passos, ao caminhar sem perceber que o dia o saúda e o convida a seguir com alegria, com disposição, com olhar voltado para o horizonte infinito, acenando-lhe com o perfume da esperança.
Não é incomum criaturas que olvidam que o seu caminho não é solitário, e suas dores e angústias não passam despercebidas diante dos olhos atentos do Eterno, conforme se depreende da questão número 963 de “O Livro dos Espíritos”, esclarecendo à saciedade que o Criador cuida de todos os seres que criou, por menores que sejam.
Por isso, não deixe que as nuvens das ilusões obnubilem seus pensamentos em revoltas infundadas contra as leis da vida, tornando a sua jornada densa, a ponto de toldar a sua visão do que é belo e nobre. A vida é constituída de lições que se repetem, convidando os viajores da felicidade a seguir em frente, refletindo na oportunidade milagrosa e na chuva de bênçãos que é a oportunidade da reencarnação para a correção do rumo em direção a felicidade.
Com essa regra d’ouro, inspire profundamente meditando na alegria de estar vivo, coração pulsante, sangue correndo pelas veias e constatará que vivo e atuante poderá compartilhar o momento de júbilo com o sentimento do imo d’alma, na certeza e na alegria de ser herdeiro do universo.
Sinta quão delicioso é o aroma do amanhecer, o cheiro da grama, da terra após a chuva, do calor do sol ou da chuva a rolar saneando a atmosfera, tudo proporcionando o imenso prazer de estar vivo, de respirar. Respire forte e intensamente, oxigenando as ideias, o corpo e a alma. Sinta o gosto pela vida, ao se perceber extasiado admirando as pequeninas coisas que embelezam o sentido à vida no universo do microcosmo. Imagine a flor miúda em meio à urze sobrevivendo esplendorosa, perfumada, brilhando como se fosse a majestade nos seus limites do infinitamente pequeno, diante do fulgor e beleza das coisas divinas.
Nada obsta sentir-se vivo ao apreciar o voo da borboleta ou do pássaro à sua frente, como também escutar o barulho da natureza, a água que corre no riacho ou simplesmente apreciar o céu, com suas nuvens a formar desenhos engraçados, e, os pinceis da natureza se desfazendo sob seus olhos.
Ah, quão maravilhosa é a vida, bela, colorida e consentida, mas, se o céu estiver escuro e você não puder olhá-lo, detenha-se no microuniverso olhando para o chão, para se dar conta de quanta vida existe na natureza com seus minúsculos seres que caminham na terra, na grama ou no espaço infinito.
Desse modo, percebe-se a formiga na sua luta diária pela sobrevivência, a aranha tecendo a sua teia caprichosamente. Oh! Meu Deus. São tantas coisas no microuniverso para ver, ouvir, sentir, cheirar, para fazer os viajantes das estrelas sentirem-se integrados na vida das provas e expiações.
Observar a natureza é o pequeno exercício diário que fará a criatura sentir-se parte do grande universo, se auto permitindo relaxar, esquecer por instantes as provas, ora rudes, ora amenas, que a vida lhe impõe como aprendizado para alcançar os páramos celestiais, na morada do Pai, anunciada pelo Nazareno.
Os viajantes siderais, são estrelas luminosas que apontam os rumos dos esplendores celestes, destinados à reencarnação, somando a cada dia, virtudes às provas, ainda que modestas, porque um dia elas se tornarão amplamente iluminadas, fazendo brilhar a sua própria luz, como lecionou o Homem de Nazaré, consciente como anotado alhures, que o Senhor da Vida, cuida de todas as suas criaturas.
No eixo das lições do espírito benfeitor da humanidade, a veneranda Joanna de Ângelis, se colhe alhures e algures, o sentimento de que a criatura humana, diante das fecundas concessões que lhes chegam a mancheia, todos os dias, pela chuva de benção oferecida pelo Eterno, seus filhos somente têm razão para agradecer, jamais reclamar.
É sob o pálio dessa reflexão, e no apólogo dessa pena, que se pede licença para anotar que a criatura ao sair das mãos do criador, assemelha-se ao diamante bruto no imo da natureza; primeiro se apresenta no manto terrestre, para ao depois ascender à superfície por meio de erupções vulcânicas, formando-se sob enorme pressão e temperatura, nas rochas chamada peridotitos, para transforma-se em joias preciosas, tal qual a criatura humana, que amadurece ao toque de uma réstia de luz que lhe chaga em dilúvio de bênçãos diárias para os despertarem da consciência do sono.
É válido, pois, aprender dar valor à dádiva da vida, porquanto o dia de cada viajor em busca da felicidade, tornar-se-á mais leve e, em silêncio, sem palavras, sem pensamentos de revolta, o diamante precioso usufruirá um momento de gratidão louvando a Deus.
Ah, Sim. Sem dúvida. Aos candidatos à felicidade, em síntese apertada, cabe silenciar o íntimo agitado, para beneficiar-se das belezas do mundo no macro e no microuniverso, tal como a Potestade oferece, pois, O Eterno, é onipotente, onisciente e onipresente, tudo sabe e tudo provê, como a propósito, anuncia a sabedoria hindu apreciando na natureza, o que o Senhor da vida destinou para ela.
Que fosse aliada do homem no seu progresso, oferecendo o alimento, dando-lhe os meios de defender-se das intempéries e amando as obras do Criador, depositando no altar da natureza as flores que embelezam a terra, valorizando a vida, sempre bela, colorida e consentida em todo o seu esplendor, diante do colírio diário aos olhos dos filhos para suavizar as aflições da vida.
Ponto finalizando, com esses sentimentos d’alma, gratos a chuva de bênçãos diárias o Pai Celestial derrama sobre os viajantes da felicidade, é oportuno depositar o ósculo em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo Fraterno de sempre.
Jaime