A grande viagem da vida é realizada em meio a turbulência dos vendavais que açoitam os viajores inscritos na universidade das provas e expiações, ansiando por bem cumprirem a Lei do Progresso, com a qual anelam chegar aos parámos celestiais.
Na trajetória em comento, os abrolhos e as tempestades que sacodem os viajantes, são representados pelas dificuldades, problemas de todo jaez, sejam os de ordem financeira, de saúde ou familiar; em cada caso em particular, são gotículas de obstáculos destinadas a fortalecer os músculos, preparando-os para os tatames das provas.
Sob o pálio dessa metodologia, se oferece a cada um segundo as suas necessidades de resistências para vencer os compromissos, atendendo os resgates do presente ou do passado, de tal sorte, que jamais se coloca nos ombros dos viandantes, peso maior do que a sua capacidade de suportar, mas resgata os desalinhos do passado, atendendo a lei de progresso, elevando-se a criatura em direção das estrelas.
Para bem sedimentar o apólogo, anote-se que, indistintamente os filhos de Deus, quando vivem suas provas e expiações, passam necessariamente pela experiência da dor. É a partida de um ente querido, "fora da hora" combinada como se costuma dizer à boca pequena, deixando saudades cuja dor parece ser intransponível.
Será a decepção com uma pessoa a quem se confia o mais belo laurel das esperanças e não se logra êxito. A constatação de que não se logrou sucesso num projeto de vida, onde um melhor preparo se fazia necessário. A perda do emprego, a doença que chega sem avisar, a má gestão dos negócios, títulos que vão para os cartórios de protestos, enfim, todas as tormentas no carro das provas.
Em resumo apertado, tudo o que se encontra na passagem das provas e expiações, dão o colorido das escolhas que se fez no presente ou no pretérito, ao exercitar o comando do livre arbítrio. Por conta dessa decisão, quando a dor cala profundamente nas almas em busca da correção do rumo, muitos se deixam abater no desânimo, na depressão, chegando mesmo a fazer um quadro de crise de pânico, hebetando a existência que floresce ao derredor.
Alguns mais fracos na fé ou na religiosidade optam pelo caminho do suicídio, agravando em muito a situação onde se esperava por um fim as dificuldades que serviam de arrimo para o crescimento espiritual e o fortalecimento das provas que se está submetido pela Divindade.
Oh! Meu Deus! Que fazer? - Onde o arrimo, o apoio para se fortalecer em nome da esperança, a esperança que ilumina a estrada com pedras no caminho, as noites escuras e o desânimo que procura invadir a intimidade dos filhos do Eterno, obnubilando a sua trajetória em direção aos esplendores celestes?
O questionamento encontra a resposta na consciência do justo, aquela que se filia a Jesus, o homem de Nazaré, o amigo sempre presente e companheiro de todas as horas, o modelo e guia da humanidade, porquanto, viajando no túnel do tempo, encontrar-se-á, a reunião para a comemoração da Páscoa judaica, onde o Nazareno ofereceu aos Apóstolos as suas instruções, as mesmas orientações que valeram para a posteridade.
São retratos com as tintas do amor, nos discursos, anunciando as dores e aflições, ao sinalizar a Sua presença constante ao proclamar: “Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós”. Na mesma linha do tempo, afiançou: Tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, Ele vo-lo há de dar. Pedi, e recebereis.
Sob esse espeque, nos dias de insegurança e medo, que envolvem os candidatos à felicidade, as palavras do Divino Rabi da Galileia, fulguram como certeza de que não estamos sós. Ele é nosso Senhor e Mestre; está a postos como o timoneiro da embarcação da vida, para se chegar ao porto Seguro. É, sem dúvida nas horas de angústia, que impulsionam os entibiados para o caos e para a dor, tenha-se a certeza que tudo é passageiro.
Ah! Sim, não se olvidem que, como criaturas do Senhor do Universo, na trajetória das reencarnações, já se vivenciaram outros momentos graves, tais como o do século XIV, com a nominada peste negra, uma das mais devastadoras pandemias na História humana. As estatísticas históricas são estarrecedoras, sinalizam entre setenta e cinco a duzentos milhões de pessoas que pereceram na Eurásia, dizimando somente na Europa um terço da população, mas a tempestade foi superada, reerguendo-se cidades e atestando a perseverança dos filhos da Consciência Cósmica.
A gripe espanhola ceifou metade da população mundial por volta do ano 1918/1920; Os registros da história da humanidade também informam que houve duas guerras mundiais, mergulhando os alunos da esperança, no pavor cujo saldo inditoso, estima-se o perecimento na vestimenta física, entre setenta a oitenta e cinco milhões de pessoas. Merece considerar que ainda assim, as criaturas do Excelso não desanimaram, e em nome do Messias do Pai Celestial, prosseguiram na jornada evolutiva, erguendo-se em demonstração da coragem moral, atestando que os filhos do Senhor do Universo, são na essência do Pai Criador, capazes de transformarem o panorama do mundo.
O terremoto, no Japão, em 2011, seguido de um tsunami, arrasou várias localidades ao longo da costa noroeste. Dezenove mil pessoas morreram ou desapareceram com o avanço da água por terra firme, devastando tudo à sua passagem. Mais ainda, a massa de água que inundou a Central Nuclear de Fukushima, danificaram os reatores, provocando o pior acidente nuclear, desde o registrado na Central Soviética de Chernobyl, em 1986.
Em todos os episódios dantescos, sempre houve um propósito destinados a superação, ensejando desenvolver técnicas avançadas para prevenir acidentes de igual ordem. Note-se, pois, que as lições exaradas na promessa de Jesus, dizendo que não deixaria seus irmãos menores órfãos, - Questão Nº 728 de “O Livro dos Espíritos”, as Leis Morais estabeleceram “ipsis litereis”:
Questão nº 728 – A destruição é uma lei da Natureza? – Resposta. “É preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar, porque o que chamais destruição não é senão uma transformação que tem por objetivo a renovação e melhoramento dos seres vivos”.
Inegável, pois, que as ocorrências desairosas e dolorosas, convida as criaturas do Divino a se soerguer e prosseguir vivendo com alegria, mesmo diante das tempestades, porque os filhos do Pai Celestial foram criados simples e ignorantes, mas com infinitas possibilidades.
Por esse viés, é impreterível não se deixar abater nos momentos de dores, mas erguer-se diante da vida, bela, colorida e consentida, porque tudo passará; sejam as preocupações, sejam os martírios que se acercam para a elevação moral, vencer os ventos fortes, e a ação destruidora dos vulcões, dos tsunamis e, também a ação nefasta dos vírus que vez por outra atinge a humanidade, é a proposta evolucionista das criaturas do Divino.
Ah! Sim, hoje, melhor que no passado, se tem a ciência e os conhecimentos adquiridos no passado em provas, do mesmo quilate, que forneceu os aprimoramentos, a capacidade intelectiva, inventiva e pesquisadora, conclamando a certeza de que tudo passa e tudo passará em nome do amigo de todas as horas.
Mas ainda, quando se olha pelo túnel do tempo, se constata que entre as provas que se fez, as alegrias que se viveu e os tormentos que se suportou com resignação, tudo, mas absolutamente tudo, valeu a pena ser vivido, pois o resultado dessa caminhada foi, é, e será sempre a evolução do espírito imortal.
Confiemos na comunicação, no distanciamento social pelas experiências das pandemias experimentadas no pretérito, conscientes de que as criaturas humanas são seres eminentemente gregários, motivo para importar-se com eles, e orar juntos, não somente por eles, mas por aqueles que fizeram ou estejam realizando a grande viagem da vida.
Sem contradita, Jesus ao balsamizar a narrativa das dores, nos caminhos dos viajores, afirmou que: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”.
Somos hoje melhores do que éramos quando iniciamos a jornada dessa reencarnação e no amanhã se estará melhor do que hoje. Não existe retrocesso. Os dias de amargura compõe também essa passagem. A solidão não se fará de rogada e também nos deixará para vivermos as alegrias dessa transição existencial. As lágrimas cederão lugar às estrelas que formam miríades de luz no centro da existência e com isso lavam a alma e também passarão. As frustrações que nos fazem verter as lágrimas da dor passarão.
Confie, Jesus está conosco, agora e sempre: "Vinde a mim todos vós que estas sobrecarregados e eu vos aliviareis, tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e pacifico de coração e vossas almas se aliviarão, pois, meu fardo e leve e meu jugo é suave". Os dias de tristeza e de felicidades são apenas componentes da existência. Seu propósito é testar as resistências e fortalecer seus filhos para a caminhada em direção aos altiplanos celestiais.
Com essas reflexões, sigamos com o olhar sereno de que quem guarda a certeza de que a agitação da vida faz parte do roteiro evolutivo dos filhos de Deus, ensancha para remeter aos amigos, em nome da esperança, o ósculo com a oblata da fraternidade universal em seus corações, anelando um ótimo fim de semana na paz e em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli