As criaturas em evolução, anelam com sofreguidão a chegada das férias, guardando no cofre sagrado do coração, o desejo de que o ano novo que se aproxima, seja repleto de realizações, resignando-se das dores, dos embates vividos no adeus desse ano que estertora, seja no campo emocional, profissional, religioso, cumpridos os ditames da soberana Lei de Progresso, razão porque, propõem em cumplicidade com a felicidade, os secretos projetos para que o ano novo que se emula para nascer, traga pelas mãos abençoadas do Divino Jardineiro a encomenda mais preciosa que os viandantes anseiam no trânsito pelo planeta de provas e expiações, A FELICIDADE.
Essa preciosa esperança, tem sua gênese nas tormentas que sempre ocorrem nas provas e expiações, avaliações indispensáveis aos candidatos à felicidade, máxime porquanto não se olvide que nos sentimentos do poeta Carlos Drummond de Andrade, já se dizia que no meio do caminho tinha uma pedra; tinha uma pedra no meio do caminho.
De fato, com as vênias devidas, a ninguém será lícito fazer vistas grossas ao fato de que o distraído tropeça na pedra do caminho e o bruto a utiliza como arma; o empreendedor com a pedra constrói um edifício e o camponês faz da pedra um assento. Oh! Meu Deus. Trata-se da mesma pedra que nas mãos de Michelangelo serviu para imortalizar uma escultura, e nas mãos de Davi, a pedra matou o gigante Golias. Ah, sim, Jesus mandou remover a pedra para ressuscitar Lazaro.
Sob a luz dessa retórica, observa-se que a diferença não está na pedra, mas sim na atitude das pessoas, pois não existem pedras no caminho dos filhos da potestade que não possam ser removidas ou aproveitadas como ferramentas para o seu crescimento espiritual nas provas da existência. É desse modo que, nas provas do caminho, entre abrolhos, acúleos e pedras, percebe-se que as dificuldades são como as tempestades agressivas que atravessam a árvore das provas, despedaçando-a, e prosseguindo na sua fúria rugindo feroz.
Na metáfora sub óculis, a árvore da existência quando ferida, torna-se mais segura de si através da fé raciocinada, respondendo ao golpe violento, derramando gotas de amor no ferimento, e em breve, como nas árvores da natureza, reverdecem e se multiplicam em flores e frutos, constituindo desse modo a resposta da paz de seu espírito, frente o rigor do desespero das forças que se desgovernam diante do bom combate.
Sim, a comparação é fidedigna. Incontáveis vezes as criaturas se despedaçam pelas tempestades do dia a dia e da hora a hora, apesar das agruras da vida, serem de acontecimentos ditos fortuitos, os que chegam sem aviso prévio e não há tempo para se observar o seu silencioso golpe, e nem mesmo a sua aproximação à sorrelfa no horizonte distante.
Sob esse díptico, a natureza sempre traz preciosas lições ao aprendiz da vida, porque as criaturas de Deus e as árvores que estão seguras de si, através da fé e de sua seiva, derramam perfume pelo local da ferida e se revigoram em breve porvir. A alma também quando está segura de si, fortalece seu futuro, arrima-se no amparo do Pai, e, está certa de que as tormentas são indispensáveis ao crescimento espiritual.
Por essa razão, apresenta em seu interior uma seiva poderosa e rica, que a alimenta em abundância, se tornando lenitivo curador para sua recuperação sempre que preciso, sempre que ofendida, ou sob lesão, pelos açoites dos vendavais em fúria, é como se anotou alhures, a sua contradita às agressões do mundo, mostrando como Jesus ensinou nos tempos imemoriais, oferecer a outra face.
Ora, sim, alcançar o indispensável crescimento e evolução, custa inaudito esforço, razão porque se vê forças desgovernadas nesse planeta, usando o verbo com ofensas e palavras capciosas insinuando a guerra, ameaçando o bem-estar, a segurança e progresso da humanidade. Em nome de Deus, que não se permita que as forças desgovernadas do planeta em guerra e revolta de qualquer jaez se faça obnubilando o belíssimo Planeta Terra.
Confiemos no Pai Celestial, onipotente, onipresente e onisciente, para que a árvore da vida continue crescendo após suportar as tormentas das provas, e, delas saia mais forte, com fé e coragem nos corações de seus filhos, manutenindo os galhos voltados para o alto em súplica, assim como faz a araucária para receber o auxílio do Criador, sempre que as tempestades soçobrarem ameaçando a paz dos homens de boa vontade.
É desse modo, que a espera da tão desejada presença de Jesus traga a felicidade, renascendo o amor de Yehoshua, aspirando com sofreguidão conjugar o verbo arvorear em todo tempo, modo e pessoa, para o enfrentamento das tempestades das provas com destemor, objetivando que a árvore da vida se apresente frondosa, ofereça sombra ao viajor e embeleze a natureza como o autógrafo do Senhor do Universo em sua obra para que todos reconheçam como a vida é bela, consentida e colorida.
Nesse cenário de esperanças, é cogente anotar que na cidade de Jerusalém, naqueles tempos se desdobrava magnífica nas montanhas a cidade, entre o Mar Mediterrâneo e o norte do Mar Morto, preparando a primavera sob os muros que a protegiam, adornados por flores multicoloridas pintadas pelo autor da natureza.
Nas ruas, os transeuntes se ocupavam com seus afazeres, enquanto a agitação da população contrastava com o silêncio bucólico do deserto a rodeava, enquanto alguma coisa estava em desarmonia na rotina da cidade, pois um aglomerado de pessoas reunia-se em torno de uma figura peculiar, que pregava nas escadarias do templo.
Oh! Meu Deus. Sua fala era grave e logo se via que o personagem abordava assuntos de suma importância. Nada obstante, Seus olhos eram ternos e transmitiam serenidade capaz de apaziguar os mais aflitos corações, e, os que O escutavam, pacificamente na ternura de seu discurso reconheciam uma imperativa fortaleza, quando dizia:
“Vinde a mim vós que estais cansados e eu vos aliviarei. Nessa retórica, encontravam respostas para as questões profundas d’alma quando externava, “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Da mesma sorte, a suave brisa de suas palavras enternecia os ouvintes, com as esperanças de dias melhores ao ecoarem nítida sua promessa dos “ Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados, e os que tem sede de justiça. ”
Nessa ensancha, alguns o chamavam-no de Rabi, que significa Mestre, mas como ocorre com os desatentos do caminho, havia entre o povoléo os que o consideravam um agitador público, cujas ideias revolucionárias deveriam ser combatidas.
A verdade, apesar dos que dormiam ainda quando o sol iluminava a Terra, era que o galileu, filho de um carpinteiro e de uma dona de casa, estava ciente de ser o missionário do amor do Eterno, em missão educativa para despertar as criaturas do sono letárgico no planeta. Bem por isso, aproximadamente aos 30 anos, segundo o relato evangélico, convocou doze viajores da grande nave espacial, para que, junto dEle, pudessem levar a mensagem consoladora do Pai Celestial.
Nesse mister, utilizou do verbo com simplicidade, levou a esperança aos aflitos, curou os doentes, estendeu as mãos para os marginalizados, secou as lágrimas dos aflitos, saciou a fome do corpo e, principalmente, d’alma.
Ensinou a orar pedindo menos e agradecer mais na sublime oração do Pai Nosso que estais no céu, e da mesma sorte, aconchegou as crianças em Seu colo, oferecendo a diretriz para que se transformassem os corações semelhantes aos delas, procedendo com a pureza e a simplicidade das criancinhas, para conhecerem o Reino dos Céus.
Ah! Sem dúvida, ensinou a não julgar, agindo de acordo com a lei de caridade, porque tudo que “fizerdes ao menor dos meus irmãos, a mim o fazeis”, e, por consequência recomendou, a vigilância, para que os viajantes das estrelas não acabem por sucumbirem através das tentações oriundas dos vícios morais que ainda grassa no íntimo dos candidatos à felicidade.
Inegavelmente se doou à Humanidade, razão porque, vítima inocente do orgulho e da mesquinhez humana, que em momento de barbárie lhe destinou o madeiro da cruz, estoicamente suportado, valendo-se do momento de dor para ofertar a maior lição sobre o perdão, quando, num gesto de total doação, perdoou seus algozes dizendo: “Pai, perdoai-os. Eles não sabem o que fazem. ”
Nascia naquele dia incomum, a figura de nome Yeshua, no aramaico equivalente a Jesus, usado na Judeia na época do nascimento do Mestre, o personagem incomparável, no dizer de Ernesto Renan, o filósofo e historiador, do século XIX, ao humanizar o Cristo, chamando-o de homem incomparável, no seu livro, a Vida de Jesus ao contar a verdadeira história do Homem-Deus. O Irmão maior, era filho de Maria e de José, irmão de toda a Humanidade, e sem dúvida o Mestre Divino, o melhor amigo, Aquele que permanece ao lado dos irmãos de caminhada, auxiliando-os na jornada evolutiva que conduz a Deus, a eterna felicidade de herdeiros do universo.
Sob o pálio de amor perene, há mais de dois mil anos o convite se repete: “Eis que estou à porta e bato”. O que fazer? Será que se tem coragem para abrir as portas dos corações e permitir que nele o bondoso Amigo faça morada?
Que responda a consciência do justo, conjugando com lhaneza o verbo arvorear, ao confiar o futuro nas mãos do Divino Jardineiro, comemorando a efeméride do natal e da felicidade; e, se por obra das provas, apesar do trabalho incansável ocorrerem alguns acontecimentos que fujam do controle, não se olvide de que na verdade, muitas coisas estão além de compreensão das criaturas em evolução, mas a Consciência Cósmica cuida dos destinos de seus filhos, sob a dicção dos arautos do bem grafados na questão 963 de “O Livro dos Espíritos”.
Sob o fluxo dessa reflexão, agora quando alvo das transformações do globo em transição, criaturas ainda insensatas como dantanho fizeram a Yeshua, procure a resposta seja com o perfume da compreensão, das virtudes da calma, da paciência, porque, da ciência da observação, nasce o aprendizado de que as adversidades que gritam em alto e bom som ao coração aprendiz, asseguram que a árvore majestosa e forte, abriga os dias de sol que desfruta, tanto como os dias de vento e chuva que lhe desafiam a capacidade de se manter em pé.
Essa é, pois, a oportunidade de conjungar o verbo arvorar para dessedentar-se na fonte inesgotável do amor do Divino Jardineiro, cujo plantio oferece aos irmãos menores para toda a eternidade os frutos saborosos e a sombra da felicidade convidando a irem até Ele, o caminho, a verdade e a vida, comemorando o Natal, agora e para sempre.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli