Tempestades da vida chegam inesperadamente para os viandantes que transitam pelas provas e expiações, na direção do progresso, ansiosos por viverem em plenitude. O caminho certamente é de abrolhos, pedras e espinhos, mas nada pode obstar os lhanozos anseios daqueles que se emulam para alçarem voo com direção aos esplendores celestes.
Nessa estreita consideração, por vezes, as criaturas se esquecem de como é agradável viver em harmonia e paz consigo mesmo, conscientes de que nada acontece por acaso, mas por uma causa e tudo tem um propósito, porque nenhuma folha da árvore cai se não for pela vontade do Pai Celestial.
Nesse considerando, é provável que o esquecimento das criaturas se dê, quando os indivíduos não se permitem usufruir da vida de provas e expiações em sua plenitude, olvidando que no caminho está a nobre universidade para capacitar os filhos do Eterno as bem-aventurança. Oh! Sim, isso se dá invariavelmente em razão da chegada da companheira chamada ansiedade.
É a ansiedade que via de regra inibe de se viver em plenitude, isto é, cada coisa tendo o seu lugar e o seu momento, pois quando se está em um lugar fisicamente, a mente e os pensamentos devem ali se ater, cuidando daquele momento, usufruindo as alegrias ou experienciado os deveres, sem oferecer carta de alforria para os pensamentos voarem para outras plagas.
Com essa narrativa, é comum as criaturas se encontrarem numa festa e repentinamente, ao invés de aproveitarem o momento e o fim social a que se destina o evento, o assunto desvia-se em comentários sobre o cansaço das obrigações e os deveres que requerem a sua atenção.
Assim também, falam sobre os cuidados dos alunos matriculados na universidade da existência, quando não se aproveitam para macular os assuntos governamentais, a vida dos demais viajantes, sempre obnubilando as ocorrências com sombras tingidas de preto.
Estabelecida a mudança vibratória, transmudando a egrégora, descamba-se para os queixumes e lamentações, deslembrando de viver o momento de alegria, de encontro com os amigos, dos risos e de descontração. É o rumo estabelecido que se desvia do objetivo festivo, pelo exercício do livre arbítrio, a festa não se tornará mais o momento de plenitude, mas ao contrário, será sinônimo de cansaço e indisposição.
Ah! Sim, da mesma forma, o que não dizer da bulha das crianças, da chuva, da vida dos vizinhos, da esposa, do trabalho, que aparentemente não oferece a recompensa anelada, do barulho, ou da correria, deixando com esse proceder transcorrer os momentos de alegria pela vida bela, colorida e consentida, sem usufruir dessa extraordinária possibilidade de vive-la em plenitude.
Sem contradita, para a manutenção da egrégora na alegria de viver em plenitude, será indispensável que o sentimento d’alma esteja sintonizado com o Divino Jardineiro, para que o jardim da vida floresça, renascendo a cada dia que amanhece, sentindo a pureza do amor pela vida, purificando os pensamentos com sentimentos nobres, desde as primeiras horas da manhã.
Indispensável também para se viver em plenitude, quer dizer, repleto de felicidade, será necessário substituir o homem velho, retirando-lhe a poeira do tempo, as palavras inadequadas e os rituais ultrapassados, deixando que as flores desabrochem diante da nova criatura entusiasta pela vida.
Sem dúvida, nessa metamorfose da substituição do homem velho pelo novo, pode-se anelar ardentemente que a alma renovada pelo repouso do corpo no descanso da noite, encontra-se com Jesus, e, desabroche do sono como a rosa do botão, para surgir como a aurora no oceano, ao sorriso dos lábios e no gesto da esperança, engrinaldando os sentimentos do coração, em renovada festa de encontro com a felicidade dos herdeiros do universo, no caminho para os esplendores celestes.
Desse modo, os viajantes da felicidade se darão conta de quão maravilhoso é viver em plenitude, porquanto isso é viver em harmonia, sorvendo a vida em abundância, sentindo-se despentear os cabelos pelos ventos, quando o sol percorre o corpo, estendendo suas cores por toda a natureza, ao beijar a superfície das águas, fazendo-a brilhar como líquidos cristais.
Com esses sentimentos d’alma, viver em harmonia e plenitude, é sentar-se à mesa com a família, com os amigos, comer sem pressa, buscando identificar o sabor de cada alimento. Da mesma sorte, é se deixar ficar ali, no reduto do lar, jogando conversa “fora” até constatar que o momento bem vivido faz a felicidade de cada dia.
Assim também, viver em plenitude é deixar que a brisa da manhã sussurre os segredos da beleza do universo, ao ouvir os recados de Deus, segredos somente conhecidos por quem ama e detém-se para assistir ao pôr do sol, enamorando-se a cada pincelada Divina que se sucedem, prometendo um dia esplendoroso, pois, após a noite de veludo são as estrelas que se aproxima.
Ora! Sim. Na mesma plenitude significa viver com a certeza de que, após os dias de invernia, de chuva ou tempestades, suceder-se-ão as horas floridas da primavera risonha.
Nesse apólogo, cada dia é uma experiência inédita, porque sendo Criação Divina, nada se repete, não existem reprises nas horas, nem nos minutos, pois, após os dias de intenso calor, a natureza começará a se despir de folhas e flores, preparando-se para se engalanar de geada, brumas e garoa, convidando os candidatos à felicidade inscritos na universidade da vida a viver cada minuto, cada emoção, sem ansiedade, como único e inigualável.
Anote-se, por isso, que no momento da plenitude, se vê como a vida é bela e maravilhosa, para beber-se no cálice da grande viagem das provas, gota a gota, deliciando-se com o seu sabor, conscientes de que as horas amargas se apresentam no cenário das provas, para fazer os viandantes da existência se recordarem que como nas estações do ano, também os quadros de dores e dificuldades se sucedem, substituídos por outros de alegrias, risos e cores.
Em síntese apertada, o planeta onde se vive pela misericórdia do Pai Celestial é semelhante a uma enorme embarcação que às vezes parece que vai soçobrar diante das turbulências das provas e do mar bravio com as gigantescas ondas em desalinho, mas isso passará, porque Jesus de Nazaré, o amigo incondicional de todas as horas está no leme dessa nau, como governador desse Planeta de Provas e Expiações, razão de sua assertiva:
“DO REBANHO DO MEU PAI NENHUMA OVELHA SE PERDERÁ”
Com essas reflexões, deposita-se o ósculo da fraternidade em seus corações, com a oblata do amor de Jesus, anelando-se votos de um ótimo fim de semana na paz do Celeste Amigo, vivendo em plenitude na alegria em nome do Pai Celestial, com bom animo.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli