A vida é sempre bela, colorida e consentida, nada obstante os viajores transitando por ela, em momentos aziagas, considerando-se o livre arbítrio para transitar pela escolha da porta estreita ou larga da existência, hajam por bem, no momento da colheita do plantio eleito, dizerem que a vida é madrasta, oferece castigo, pedras a abrolhos pelos caminhos da existência.
Meu Deus! Não. Ledo engano daqueles que em reclamações contumazes, insensatas e pusilânime, escolhem ver o céu obnubilado, quando em verdade depois das nuvens se encontra o sol radiante oferecendo um céu de brigadeiro.
A vida é tão bela, que o axioma popular assevera que de “poeta e louco todo mundo tem um pouco”, sem olvidar que o Senhor do Universo emoldurou a natureza com infinitas belezas, as quais somente o Criador pôde desenhar, para gáudio dos seus filhos em trânsito pelo planeta Terra.
Desse modo, naqueles que têm olhos para ver, enxergam como o poeta, as folhas se renovando ao ceder lugar às oportunidades dos novos objetivos na viagem de aprendizado, compreendendo a renovação pelo processo da manutenção da vida, no autógrafo do Eterno em Sua obra.
No reinício desse ciclo, a beleza da vida engalana-se em tonalidades mil, para contemplar a nova chance de receber a benção da infinita bondade do Criador, tal como o sol que oferece um espetáculo radioso pelas primeiras horas da manhã para uma plateia que dorme em berço esplêndido.
A vida, assim, dirá a alma poeta comprometida com a beleza da existência, é um deserto florido, onde cada amanhecer se busca no infinito, a dádiva de Deus no Universo, como rima e verso, razão do saudoso poeta Carlos Drummond de Andrade, dizer que “a vida é uma sucessão de acontecimentos”. Sem contradita, são os acontecimentos de cada dia, de cada hora e de cada mês, na essência da existência dos viandantes que os fazem crescer em direção aos páramos celestiais.
Bem por isso, parodiando mensagem dos espíritos venerandos, em homenagem as flores e a beleza da vida, roga-se licença para extrair de seu ideário, grafando no corpo dessa epístola de renovação da vida, a paráfrase na jornada de amadurecimento espiritual, contemplando as flores na terra árida das provas do caminho, porque:
“...a primavera é momento especial de renovação para o espírito, porque Deus, na sua infinita sabedoria, deu à natureza, a capacidade de desabrochar a cada nova estação e a nós a capacidade de recomeçar a cada ano.
Afinal, viver uma nova primavera é ter a chance de fazer novos amigos, ajudar mais pessoas, aprender e ensinar novas lições, vivenciar outras dores e suportar velhos problemas. Sorrir... novos motivos e chorar outros, porque, amar o próximo é dar mais amparo, fazer preces e agradecer mais vezes. Uma nova primavera é amadurecer um pouco mais e olhar a vida como dádiva de Deus. É ser rima, é ser verso, é ser Deus no universo”.
Com fulcro nesse pródromo, o deserto florido do coração, convida os profitentes a observarem atentamente o deserto do Atacama, situado no lindo país ao lado das Cordilheiras dos Andes. É no Chile, numa região devoluta e árida no alto do mundo, lugar na Terra que passou mais tempo sem chuvas, segundo os registros históricos de mais de quatrocentos anos sem uma gota d´água caída do céu.
Ademais, presentemente, esse deserto pode ficar anos e mais anos sem qualquer precipitação atmosférica, mas apesar dos pesares, de tempos em tempos, as mãos de Deus toca o lugar com o pincel mágico do Eterno, fazendo nascer o milagre em forma de um fenômeno de rara beleza.
É o milagre da floração do deserto, onde é possível de se ver raramente, a depender necessariamente da chuva caída nos meses do verão, em quantidades generosas de água para permitirem que as sementes, então adormecidas no seco deserto, despertem, voltando a florescer.
Trata-se de um fenômeno de beleza lirial, porquanto são mais de duzentos tipos de flores em cores mil, num desabrochar incomparável e inesperado em meio a terras tão áridas, renovando a vida. No renascer, florescendo oferece aos que cultuam a beleza, uma visão panorâmica sem precedente, ensejando a oportunidade de desfrutar a singeleza das flores que cobrem as planícies gloriosamente contrastando com as montanhas que as rodeiam.
Trata-se de ocorrência singular para se desfrutar um milagre da vida, no deserto do coração, apenas em alguns anos e por pouco tempo, nos fins de agosto até meados do mês de outubro. A destempo, as sementes ficam adormecidas por muitos anos, quando serão adaptadas para essas condições extremas, e assim podem voltar à vida, bela e colorida, pelas chuvas que as despertam, convertendo o deserto numa pintura multicor, no autógrafo do Criador.
Os irmãos chilenos conhecem bem as mãos de Deus realizando esse milagre da transformação do deserto árido num deserto florido. Nesse sentido, a epístola, é cópia pálida dos ensinamentos do Divino Jardineiro, lição do arauto do amor, para despertar as criaturas, no território do coração, a fim de entenderem que sendo herdeiros do universo, são também capazes de florescer, mesmo depois de reiteradas reencarnações, para florirem ao saírem das ilusões da estiagem íntima.
Sem contradita, as sementes do potencial evolutivo jazem dormentes, mas vivas, no âmago da alma e, as almas secas ou vazias, aparentemente e sem esperanças de flor, irão desabrochar, dia após dia de provas, quando a chuva do amor ensinado pelo Divino Raboni, se concretizar no milagre do entendimento, despertando a consciência como a chuva da renovação do deserto físico para florir o deserto do coração.
A consciência do justo, pela sua própria natureza assegura que não há caso perdido para o Criador, nem mesmo os Espíritos mais relutantes, que agonizam na tristeza abissal, ainda que neguem o Divino, esses também irão ao seu tempo germinar, porquanto O Divino Jardineiro os espera de braços abertos.
Em verdade, no Jardim das oliveiras o Mestre convida a todos dizendo. “Vinde a mim todos vós que sofreies e eu vos aliviarei”. Será, pois, indubitavelmente os tempos regados pelas chuvas contínuas do amor dos que estarão ao seu lado ansiando pelo ministério renovador, obedecendo a cláusula pétrea do cada um a seu tempo.
Os filhos do Criador despertam quando estão preparados para sentirem-se herdeiros do universo, conscientes de que as sementes ocultas, em essência estão n’alma, aguardando ansiosamente o momento de saírem da terra árida, no instante de respirarem o ar puro de uma nova era, uma nova vida.
Bem por isso, os filhos do Eterno, são “deuses”, e nessa condição escolhem desabrochar, porquanto chegará o tempo em que se verá o deserto do planeta Terra, ainda tão sofrido, tão seco, florescer por completo chegando a região dos corações, modificando a paisagem do planeta, passando a chamá-lo de Terra florida do planeta de regeneração.
Ponto finalizando, o momento é a oportunidade para se aceitar a orientação do Divino Jardineiro, para estabelecer na casa do Pai Celestial, a morada que os corações amorosos buscam com sofreguidão alcançarem na imensidão do universo celestial, pelo nobre esforço na Lei de Progresso, alçando voo as estrelas para encontrar a felicidade.
Com esses sentimentos, segue o ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade anelando se possa encontrar a morada do pai celestial em nome de Jesus de Nazaré, desejando um ótimo final de semana.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli