Os filhos da Providência Divina, diante dos atributos da Divindade, a onipotência, onipresença e onisciência, não poucas vezes se questionam se é possível mensurar o infinito universo da “Inteligência Suprema, Causa Primeira de Todas as Coisas”. Anote-se, todavia, nesse pródromo, algumas pinceladas a respeito das ciências sobre a matéria em comento, porque o cerne da questão em exame é a virtude do amor no incomensurável universo do Eterno.
Euclides, lá na Grécia antiga, dizia que são 3 as direções possíveis para qualquer movimento, seja para cima ou para baixo, para a esquerda ou para a direita, e para a frente ou para trás. Em 1905, Einstein fez 3 descobertas importantes, e uma delas demonstrava que, ao contrário do que afirmava a física até então, o espaço e o tempo não eram fixos e imutáveis, mas em verdade, eles eram flexíveis e manipuláveis, de modo que era possível, sob certas condições, encolher o tamanho de um centímetro ou esticar a duração de um segundo.
Desse modo, a modificação sobre um estava atrelada à transformação do outro. Ou seja: o tempo era, do ponto de vista físico, indistinguível do espaço. Com isso, deixou de ser possível falar em 3 dimensões – já que o tempo não podia mais ser colado em um recipiente distinto das outras dimensões. Desse modo restou inegável que tudo era uma coisa só, um continuum espaço-tempo, como os físicos preferem dizer.
Em 1915, Einstein conseguiu, aprofundar a Teoria da Relatividade ao estudar os movimentos acelerados, percebeu que a gravidade era nada menos do que uma distorção na geometria das 4 dimensões, dando espaço que a soma dos ângulos de um triângulo não necessariamente dá 180 graus e linhas paralelas possam se cruzar.
Os físicos teóricos alemães, Theodor Kaluza e Oskar Klein, trabalhando individualmente em meados da década de 1920, perceberam que, se a relatividade geral fosse reescrita acomodaria 5 dimensões. Segundo os mais recentes estudos sobre o tema, há forças que agem no interior do átomo que foram descobertas surgindo a Teoria das Supercordas.
Abstraindo-se das ciências da física, da Teoria da Relatividade e das Supercordas, a proposta das reflexões dessa pena, é sobre a virtude do amor na imensidão do universo, vertente, como é óbvio dizendo que não se pode assegurar as dimensões do universo de amor da Consciência Cósmica, porque o atual estágio em que se encontram os filhos do Excelso, ainda não conseguiram compreender essa extensão.
Sob o signo desses pensamentos, a imensidão do universo, consoante se vê no pródromo dessa prosa, o seu objeto diz respeito aos corações inefáveis das criaturas, ansiando por dessedentarem a sede de conhecimento sobre a virtude do amor em sua excelência, motivo porque buscam com sofreguidão entenderem o significado desse verbo em sua pura acepção, uma vez que muitos dos viajantes das estrelas, veem no termo em apreço, invariavelmente o símbolo da posse dos bens materiais, e ou pelas pessoas, não raras vezes enamorando-se “perdidamente”.
Sob essa exegese, atribui-se a expressão amar, declamações e juras de amor, compondo belíssimas poesias para conjugar em todos os tempos, modos e pessoas o verbo amar, apesar de não raras vezes, pasmem-se, chegam ao absurdo de matar o ser “querido”, pretextando o ato transloucado, “que se amor não lhe pertencer, também não será de mais ninguém”.
Ah, sim, não raro, esse ato ominoso está presente na sociedade civil organizada nos homicídios passionais, aqueles crimes que se comete por paixão, paixão esta, entendida como uma forte emoção, que pode comportar às vezes um sentimento platônico e outras vezes se identifica o ser agressivo, possessivo, dominador, mas jamais a virtude do amor verdadeiro.
Oh! Meu Deus. Jamais o pretexto de selvageria se justifica, porquanto a ninguém será lícito tomar carona nesse arremedo de conduta, quando é notório que o amor verdadeiro, significa desalgemar, soltar as amarras, libertar, entregar-se, doar, perdoar, ser indulgente, benevolente, caridoso, tendo como referência do amor na excelência da palavra, a imensidão dos sentimentos, sob todos os coloridos da vida, bela, colorida e consentida, vestindo a túnica de brandura em tudo o que o Messias ensinou aos seus irmãos menores, consoante uma simples consulta na boa nova se obtém o apoio indispensável do bem proceder.
Compreendido o dever das criaturas diante da existência de provas e expiações, não há justificativas aos ataques terroristas, independentemente de onde sejam realizados, ainda que se cubram com o manto do aparente direito, não deixam de ser violências contra a Humanidade, assombrando os transeuntes em provas, provocando a destruição, ao impor o império do medo, na forma de ameaças invisíveis que distorcem a paz de se que dispõe, pela instauração do reinado de insegurança.
Esse proceder medieval representa um retrocesso aos tempos do primarismo da criatura, triste episódio que rebaixa o ser humano, na medida em que se torna portador do mal, simbolizando suas ações nefandas, a execração que ainda encontra guarida em tantas almas transitando no globo terrestre, na maioria das vezes travestidos em nome dos interesses do bem-estar e do “amor” aos irmãos de caminhada em desamparo.
No caminho da longa jornada das provas, já se experimentou combater o mal com outro mal maior e o resultado não deu certo, porque, diante das cinzas da destruição, sobrou somente a dor imensa nos corações sequiosos do amor verdadeiro.
A experiência demonstrou a saciedade que vestir a vingança com o manto da justiça e sair pelos quatro cantos do mundo, repletos de ódio, tentando aplacar a sede de paz, de amor, não faz nenhum sentido, quando a bandeira desfradada no monte gólgota pelo Divino Jardineiro, estabeleceu a virtude do perdão como lenitivo para as dores físicas e das almas.
Oh! Meu Deus. Será possível que no alvorecer do mundo de regeneração os candidatos à felicidade ainda não compreenderam que sem a bandeira branca, hasteada por Jesus de Nazaré, não haverá o amor pleno; da mesma forma não será reprochável asseverar que tanto no plano material, como no mundo espiritual, grande quantidade de Espíritos equivocadamente ainda se enraízam no ódio, na revanche, na raiva, na indignação e na mágoa, crentes de ser o revide a solução que irá lhes acalmar o íntimo desequilibrado, sem meditar no imenso universo da virtude do amor daquele que afirmou ter vencido mundo.
Em verdade, o imenso universo do amor do Cristo de Deus, abre-se na virtude do amor, lenitivo eficaz para curar todas as dores; bem por isso, exorta o Messias a irem até ele, ao declamar a eterna poesia do amor, sublime amor, único e autêntico remédio para as dores do mundo, curando o ódio e a vingança, ao poetizar para os viandantes cansados dizendo:
“Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas, pois meu jugo é suave e meu fardo é leve. ”
De fato, ainda que possa parecer difícil a prática do perdão e da compreensão, especialmente no tálamo conjugal, não se olvide os viandantes das estrelas, que apesar de vezes sem conta existirem sofrimento de inquietação, a realidade é que ainda que o amargor dessa prova possa ser difícil num primeiro momento, não é impossível de se vencer os momentos aziagas, na luta do bom combate, como propõe Paulo, apóstolo aos coríntios, no combate contra os ímpetos e tendências milenares, que exige esforço para a vitória, convidando a libertação das algemas, com a vitória ao alcance dos destemidos.
É, sem dúvida a imensa virtude do amor chamando os interessados para desbancar o ódio, apresentando a imensidão do universo do amor, de braços abertos para utilizar o instrumento de tolerância frente à intolerância que repudia; trata-se da caridade que constrói em detrimento às bombas que despedaçam e enfraquecem a paz.
A imensidão do amor, jamais será a face da indiferença, antes pelo contrário, a ação inteligente no bem, pois se o mal é ardiloso, perspicaz, sorrateiro, o bem é articulado, amoroso e vigilante não cabendo nas dimensões do universo, senão no amor.
Anote-se por ser oportuno ao discurso em apreço, que em 13 de novembro de 2015 em Paris, no teatro Bataclan, quando ocorreu o reprochável massacre no Boulevard Voltaire, foram muitos os que resolveram oferecer a dimensão do amor, quando um gesto de amor pleno um pianista anônimo ousou trazer seu piano de cauda para a rua, posicionou o instrumento em frente ao local onde as vítimas tinham perecidos e tocou aos corações que ali se encontravam a linda melodia de John Lennon, ao comovente som de Imagine, fazendo com que as lágrimas se misturavam a sorrisos através da arte.
Foi um momento de êxtase, que fez com que todos refletissem sobre o futuro, sobre a vida bela, colorida e consentida e os objetivos maiores da existência, porque nos dedos do pianista misterioso não havia ódio nem desejo de vingança, mas ao contrário, existia empatia para com a dor de seus conterrâneos e um profundo desejo de paz em nome da imensidão do amor de Jesus, fazendo com que onde houvera tanta dor e aflição provocado por tiros e bombas cruéis que ainda ecoavam naquele logradouro, em seus escombros, agora, predominava a melodia do amor.
Com esse ideário, recebam os amigos fraternos, votos de um final de semana repleto de paz, em nome de Amigo Celeste, dessedentando-se na fonte inesgotável do omenso universo da virtude do amor do Divino Jardineiro.
Do amigo fraterno.
Jaime Facioli