O mundo de provas e expiações cumpre a sua finalidade na oferta das provas e das expiações, que as criaturas do Divino se impõe no roteiro traçado na pátria espiritual, no mundo causal, em nome da paz para alcançar a tão sonhada felicidade, como se fosse um pote de ouro e esperança que se encontra, na dicção do proverbio popular, “no fim do arco-íris”, quando as chuvas e as tempestades amanham-se espalhando a alegria da atmosfera saneada.
É, pois, cogente que terminada a borrasca, o inverno das dificuldades, das provas e dos testes propostos para a evolução dos filhos do Eterno, as flores voltem para alegrar a vida dos transeuntes pelas estrelas, na estrada luminosa e nos propósitos enobrecedores da vida, bela, colorida e consentida.
Em verdade, incontáveis atribulações experimentam os filhos da Providência Divina, todos os dias e todas as horas, meses e anos, buscando na luta do dia a dia, a vitória almejada, conforme os esclarecimentos do Missionário do amor e da transformação, Paulo, o apóstolo dos gentios. Sim, em verdade, foi ele quem esclareceu à saciedade que a criatura humana carrega consigo o resultado de seus atos.
Desse modo, a ninguém será lícito fazer ouvidos moucos as lutas nos tatames da existência, no embate do bom combate em busca da transformação interior, com coragem para o enfrentamento dos combates diários, objetivando através do livre arbítrio tornar-se um homem de bem.
Para esse mister, há que se vencer as paixões, os vícios e eleger como caminho da paz, a porta estreita das provas a fim de ver as flores renascerem na vida daqueles que buscam purificar os corações, seguindo as prédicas do Divino Jardineiro, quando se remove as ervas daninhas do jardim da vida para a colheita do bem.
Os embates nas provas necessitam de coragem para combater os inimigos e a ninguém será lícito dizer que Paulo de Tarso teve vida fácil para vencer suas dificuldades de transformação e alcançar a ágape da alegria em seu coração.
Sim, Paulo, o apóstolo, com berço na mais pungente religião hebraica, procedia de família rica, cresceu à sombra da mais perfeita tradição judaica, e, antes de se converter ao cristianismo, era um judeu e, como Saulo de Tarso, perseguia com sofreguidão os discípulos de Jesus nos arredores de Jerusalém.
De fato, o exemplo da transformação e da fé inabalável do apóstolo Paulo se dá depois de transitar pelas vias das dúvidas e da crueldade, chegando à perseguição aos cristãos, tanto que fora a Damasco para matar Ananias, momento em que teve um encontro com Jesus na entrada de Damasco.
Nesse episódio, caído da animália, sob a luz rutilante de Yeshua que o cegou, perguntou ao Mestre, “o que queres que eu faça”, e em seguida com a resposta do “Saulo, Saulo, porque me persegues”, modificou o seu comportamento pela fé inabalável e raciocinada, iniciando o seu apostolado para levar a boa nova a todos os rincões até então conhecidos.
A trajetória de sua modificação foi tão corajosa quanto grandiosa, ao demonstrar no ápice de sua transformação, ao eleger o caminho da porta estreita, que pode dizer com toda a emoção de sua alma: "Morro todos os dias, e é por isso que eu vivo, mas não sou eu que vivo, é o Cristo que vive em mim".
Assim, sob o manto das flores que voltam a nascer, de novo, convidando os viajores para a felicidade, para as mudanças necessárias, acertando os passos na direção do amor na excelência da palavra, sem reservas, o renascimento das flores, é como uma suave melancolia que na nostalgia da saudade, convida a alegria da vida, bela, colorida e consentida.
Embaixo das nuvens e das estrelas, não desconhecem os viajantes da felicidade, que nos momentos em que as dificuldades acerbas pretendem testar as resistências da força de vontade das criaturas do Eterno, Jesus está presente, eis que Ele esclareceu outrora que no mundo os candidatos à felicidade teriam somente aflições, entretanto, Ele as venceu e ao mundo.
Bem por isso, apesar dos pesares, nos momentos em que as dificuldades de todo jaez parecerem roubar a alegria, é a primavera com suas flores perfumadas que estão nos corações amorosos, florescendo em toda a sua beleza, porque a estação das flores está no mundo íntimo, personalíssima e independente aos fatores que ocorrem do lado de fora.
Inegável, sob essa retórica, que se aprende com o Divino Jardineiro, que a alegria real é aquela que diz respeito à plenitude do mundo espiritual. Nesse sentido, a primavera nada pode roubar daqueles que mantêm se em festa, os autênticos herdeiros do Universo.
Crível, pois, que todos os desaires das provas passam, e as flores voltarão a perfumar os bosques, as aves também cantarão no murmúrio dos os córregos e a vida em abundância repetirá a inolvidável canção da gratidão.
A primavera interior, é uma analogia perfeita ao tema sub-oculis, porque a vida ensina que as estações devem ser cultivadas na alma e não do lado de fora; essa a razão, motivo e causa, para manter-se os pensamentos voltados para o ser imortal, conscientes de se está se convidando os profitentes para refletir sobre essas bênçãos, na medida em que os filhos do Altíssimo jamais estiveram desamparados, confiantes que as flores voltarão, agora e sempre em nome do Amor Divino.
Com essas considerações, reflita-se sobre a bondade do Criador, ao afastar de nossas provas e expiações a predestinação, concedendo-nos o exercício do livre arbítrio, meio de escolha própria para traçar a estrada de nosso progresso em direção aos páramos celestiais.
Ponto finalizando, recebam os amigos fraternos, o ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade, com votos de um ótimo final de semana em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli