O evangelho do Cristo de Deus está repleto de metáforas, alegorias e parábolas, método pedagógico estabelecido pelo Divino Raboni para ensinar os viajantes das estrelas, naquela época, despreparados que estavam para se auto iluminarem no exercício do livre arbítrio, a fim de elegerem o melhor caminho, entre a porta estreita que conduz a dores excruciantes, ou a ágape do amor eterno, oferecida pelo Pai Amoroso, ao alumiar o carreiro que levam as criaturas aos esplendores celestes.
Desse modo, encontram-se nos apólogos dos evangelistas, incontáveis parábolas, como a da fé que remove as montanhas, sabendo-se hoje, não se tratarem das montanhas físicas, mas as montanhas da falta de fé, da má vontade, cumulada com a ausência do exercício da caridade, sobretudo para enfrentarem as tormentas dos mares bravios das provas e expiações, mediante atitude estóica capaz de conduzir à paz interior.
Sob o signo da mesma sintonia, há também a mensagem do semeador que saiu a semear, e as inenarráveis bem-aventuranças, cantadas em prosas e versos no Sermão do Monte, que até hoje ressoa nos ouvidos e nos corações jubilosos, pela alegria de saberem-se matriculados nas universidades das existências, filhos que são do Senhor da Vida, natural, portanto serem herdeiros do Universo.
É, sob esse arrimo e emoção, que a pena se serve para argamassar no prólogo em exame, um paralelo das dificuldades encontradas na imensa turnê pelo mundo de provas e expiações, sob o protocolo dos deveres e obrigações nas intenções lhanozas traçadas na pátria espiritual, anelando colar grau na Lei de Evolução que conduz aos páramos celestiais, destarte vencendo as muralhas do caminho na busca da iluminação da consciência.
Anote-se por isso, que entre os viajores, essas muralhas físicas datam dos anos 220 e 206 a.C. e a construção da mais famosa muralha, foi a obra do primeiro Imperador da China, enquanto no século VII a.C. outras tantas foram sendo construídas, e, tempos depois foram unidas, tornando-se maiores e mais fortes, vindo a ser conhecida como a Grande Muralha da China, cujo objetivo era proteger os Estados e Impérios chineses das invasões dos nômades, principalmente os mongóis; há a respeito, pesquisa arqueológica informando que a muralha em apreço, com todos os seus ramos, tem a extensão de vinte e um mil quilômetros.
O muro da cidade de Jericó, que data de oito mil anos a.C., era igualmente um muro de defesa. No período medieval, multiplicaram-se as cidades protegidas por altos muros que serviam como proteção contra-ataques inimigos. Soldados permaneciam atentos, nas torres de vigia, para descobrirem eventuais invasores a longa distância, razão porque se acreditavam protegidos.
Traçando-se um paralelo na retórica em apreço, as muralhas da existência física, quando as intemperanças e mal caminho eleito pelo casuísmo se instam, utilizando-se mau o exercício da prerrogativa do uso do livre arbítrio, é inegável que a comparação tem os propósitos de iluminar as consciências das criaturas na grande viagem da vida.
Bem por isso, constata-se que a mesma ocorrência se dá com os viajantes que transitam pelas estradas em provas e expiações, quando se nota incessantes procedimentos reprocháveis e atitudes de casuísmos, com insidiosas condutas morais para se protegerem com muralhas para olvidarem os planos traçados no mundo causal.
Meu Deus! Que ledo engano cometem os que assim procedem para viverem a vida na matroca ou licenciosa, porquanto a verdade é que os que se atilam a essa conduta, praticam um atavio que os levam à idolatria e à perda de preciosos momentos para os caminhos da paz interior.
Oh! Quanta insensatez. As muralhas construídas sob o signo da algaravia, não protegem os seus autores dos comprometimentos e responsabilidades com a futura prestação de contas de tudo que receberam nas condições de depositários.
Não se permita, pois, se enganarem pela rasa filosofia dos profitentes do carreiro, porque as pedras do caminho, nas provas e expiações destinam-se ao crescimento e elevação dos filhos da Potestade, sob o anátema para deixar no fundo do poço as construções das muralhas, para em seu lugar, construir pontes que elevem as criaturas do Altíssimo ao comando da Lei de Progresso.
Inegável, sob essa retórica, que inobstante a inexistência de prêmio ou castigo na Lei Divina, há os cânones da responsabilidade/irresponsabilidade, imperativo que conduz os desatentos para recomporem o Universo da Potestade, colhendo-se o que se plantar, de sorte que toda vez que se sair da brida, optando pela porta larga das facilidades, da desatenção, da impulcritude, ou do comportamento insidioso, tornando-se um madraço na sociedade civil organizada, a justiça cobrará do seu autor, o reto proceder.
Desse modo, o viajor sabe que encontrará na estrada da vida, os abrolhos, espinhos e as pedras, essas últimas, certamente serão aquelas utilizadas consoante a evolução de cada criatura do Divino, sendo seguro anotar, que o distraído tropeçará na pedra, o bruto a utilizará como arma, o empreendedor a utilizará para uma construção e, se nas mãos do camponês ele fará dela um assento; mas nas mãos de Michelangelo se obterá uma escultura e com Davi matar-se-á o gigante, enquanto Jesus mandará remover a pedra para ressuscitar Lázaro.
Por essa razão, o observador atento perceberá que a diferença não está na pedra, ou nas muralhas que se possam construir, mas sim na atitude das pessoas. Não existe pedra no caminho que não possa se aproveitar para o crescimento intelecto moral das criaturas do Eterno.
Ah, sim, em breves considerações, não será lícito aos casuístas acreditarem-se protegidos, mesmo quando as mais fortes e altas muralhas físicas se fizerem presentes, mas adotarem a metodologia de construírem pontes que atendam os limites da segurança oferecido pelo Divino Galileu, asseverando ser o Caminho a Verdade e a Vida.
É, a propósito, a honorabilidade da tese em apreço, porquanto o tempo e a História demonstraram que não ficou pedra sobre pedra nas muralhas edificadas através dos tempos, ainda que seja a extensa Muralha da China, que a partir do Século XVII perdeu sua utilidade, com a expansão do território pelos manchus, sem ser reconstruída; por seu turno, o livro bíblico de Josué, que substituiu o legislador Moisés, na liderança do povo hebreu, relata a queda dos muros de Jericó com a consequente conquista da cidade, o mesmo acontecendo com o muro de Berlim, jogado ao chão, tanto como as muralhas de Jerusalém também destruídas.
Com fulcro nessa reflexão, o que se vê e se constata é que todas as muralhas, construídas para proteger as cidades ou as criaturas já deixaram na poeira dos tempos a sua utilidade, permanecendo a verdadeira luz de Jesus, o enviado do Pai Celeste, cujas lições são poemas de amor que ensinam a se construir pontes que levam aos corações, caminho autêntico que protege e eleva os candidatos à felicidade aos parámos celestiais.
Em síntese apertada, as muralhas que iluminam a vida e as consciências, são as pontes que as criaturas do Eterno devem edificar na sua trajetória para viverem em plenitude na grande vigem de aprendizado, abrindo os portões dos corações onde jaz o tesouro de cada viajor, ao apreciar a paisagem da vida, bela, colorida e consentida, sendo desnecessário erguer torres de vigia e estações de guarnição dentro das vidas em provas e expiações.
As pontes do amor são construídas por profissionais ou voluntários, trabalhando em equipe, confiando uns nos outros unindo forças para o bem-estar geral dos irmãos de caminhada em tudo que se realizar para a glória do amar ao próximo como a si mesmo, abraçados ao protocolo do Cristo de Deus. Já passou a hora de se tornar solidário, para não se tornar solitário, abrindo as muralhas construídas no egoísmo para ceder lugar ao livre trânsito da amizade, da fraternidade, ao construir pontes de amor e docilidade em nome daquele que é o caminho, a verdade e a vida.
Na edificação das pontes de amor, oxalá as criaturas não se olvidem da iluminação da consciência para argamassar os sentimentos d’alma, as ocorrências de Natanael Bem Elias, o paralítico de Cafarnaum que foi curado por jesus, voltando a andar. Oh! Sim. Todos estavam em festa, exceto o Mestre, que meditava seriamente, quando Simão, buscando romper o silêncio de Jesus, pergunta ao Raboni:
Por que dizes que não te compreendemos, Rabi? Estamos todos tão felizes! Simão, neste momento, enquanto consideras o reino de Deus pelo que viste, Natanael, com alegria infantil, comenta o acontecimento entre amigos embriagados e mulheres infelizes. Outros que recobraram o ânimo ou recuperaram a voz, entre exclamações de contentamento, precipitam-se nos despenhadeiros da insensatez, acarretando novos desequilíbrios, desta vez, irreversíveis.
Não creias que a Boa Nova traga alegrias superficiais, dessas que o desencanto e o sofrimento facilmente apagam. O Filho do homem, por isso mesmo, não é um remendão irresponsável, que sobre tecidos velhos e gastos costura pedaços novos, danificando mais a parte rasgada com um dilaceramento maior. A mensagem do reino, mais do que uma promessa para o futuro, é uma realidade para o presente.
Penetra o íntimo e dignifica, desvelando os painéis da vida em deslumbrantes cores.... Eu sei, porém, que me não podeis entender, tu e eles, por enquanto. E assim será por algum tempo. Mais tarde, quando a dor produzir amadurecimento maior nos Espíritos, eu enviarei alguém em meu nome para dar prosseguimento ao serviço de iluminação de consciências. ...
Séculos se passaram para a dor ensinar aos corações a desconstruírem as muralhas dos desentendimentos, da egolatria, e do desamor, até que a humanidade chega novamente desnorteada para suplicar a Jesus a cura de suas mazelas, e, na sua misericórdia recebem a lição para construírem pontes de amor, amando um aos outros, como Ele nos ama, ao propor a iluminação dos espíritos em nova dimensão na grande transição que o planeta atravessa.
Ponto finalizando, os viajores das estrelas, na condição de aprendizes do amor, anelam que o Consolador Prometido que hoje conforta e esclarece, também conduzem uma plêiade de Embaixadores dos Céus para a Terra, em missão de misericórdia e amor, traduzindo o perdão de Deus aos erros de suas criaturas, por intercessão de Jesus iluminando as consciências na construção de pontes de amor.
Cogente, pois, sob esse díptico, os sentimentos d’alma, valendo-se da oportunidade para depositar o ósculo e a oblata da fraternidade universal em seus corações, anelando um ótimo fim de semana em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.