Desde priscas eras a humanidade serve-se de mensageiros para levar notícias a todos os rincões, disseminando-se pelos tempos imemoriais essa forma de fazer chegar até os destinatários os avisos, notícias alegres ou tristes, ordens de comando, intimações tudo destinado a dar conhecimento a outrem das ocorrências no mundo de provas e expiações. Por isso, as cartas são consideradas o meio de comunicação mais antigo do mundo, e, como se sabe a esquadra de Cabral ao aportar no Brasil, Pero Vaz de Caminha enviou correspondência ao rei, comunicando a descoberta das Terras, batizadas de Santa Cruz.
Nos reinados, meirinho era o funcionário judicial, equivalente nos dias atuais ao oficial de justiça, pessoa encarregada das diligências, aquele que nos idos tempos, o rei nomeava para governar com ampla jurisdição um território ou comarca. Entre os selvícolas, na comunicação incipiente, utilizava-se dos sinais de fumaça e a evolução por todos os meios que a ciência proporcionou à humanidade, permitiu nos dias contemporâneos a comunicação instantânea via WhatsApp e outros métodos instantâneos.
Por esse prólogo, se compreende que os arautos eram os oficiais das monarquias medievais encarregados de proclamações solenes, dos anúncios de guerra ou para informar os sucessos das batalhas por meio de pregão, tornando pública a notícia destinada ao conhecimento de terceiros, ou sobre outra dicção, por meio de pregão tornar público os acontecimentos como um correio ou na terminologia diplomática, um embaixador.
Na questão em comento, os registros históricos anotam que 2.400 anos antes da chegada do Cristo de Deus, no planeta de provas e expiações, para servir de modelo e guia para a humanidade, no Egito já existia um serviço organizado de difusão de documentos escritos, espraiando-se a partir da XXI Dinastia entre esse povo, um eficiente sistema postal.
Os mensageiros dantanho realizavam o percurso a pé, repousando em estações de pernoite ao longo dos caminhos postais. É assim que se conhece o que o historiador grego Xenofonte apresentou como a organização do correio da Pérsia, dizendo ser uma invenção utilíssima, porquanto ela permitia que Ciro II fosse prontamente informado de tudo que acontecia nas regiões mais longínquas sob seu domínio.
Da mesma sorte, o viajante Marco Polo registrou o pioneiro serviço postal na China. Na América pré-colombiana, astecas e incas dispunham de um organizado serviço postal. Em toda a História e em todas as nações, o papel de destaque está reservado ao mensageiro, o arauto, tanto que na China, depois de vencer quarenta quilômetros, o mensageiro encontrava a sua espera um palácio para renovar as forças, descansar antes de prosseguir na sua missão. Destaque também para os Astecas, nos quais os arautos usavam uma rica vestimenta, tipo de manta, que se atava ao corpo físico.
Historicamente, os arautos, correios ou mensageiros, eram portadores da prerrogativa da imunidade, tal como hoje ocorre com os embaixadores, de sorte que a ninguém era permitido bloquear a sua passagem sob qualquer pretexto. Ao mensageiro, tudo lhe era facultado no cumprimento de sua missão, fossem postos de revezamento, substituição de animais, e hospedagem era reservada ao mensageiro na nobre função, porquanto, ele era o veículo das notícias, que poderiam ser as que decidiriam o futuro destino da nação, o prosseguimento de uma luta, ou as notícias auspiciosas de um fim de batalha.
Oh! Meu Deus. Por que desses prolegômenos, se perguntará aos que transitam pelas estradas das provas e expiações e têm sede de conhecimento, para compreenderem os caminhos da evolução que o Pai Celestial reserva as suas criaturas. Para responderem a essa indagação e dessedentar a sede de conhecimento, é crível anotar que a Divindade também se serve de mensageiros para as celestes novas aos homens.
Ora! Sim. Maria de Nazaré recebe a visita de Rafael, o mensageiro celeste que vem lhe recordar do excelso papel que ela deverá desempenhar como a Mãe de Jesus. O sacerdote Zacarias, de igual forma, é contemplado com a visita de um mensageiro dos céus que vem lhe falar da paternidade que logo lhe chegaria. Ah, era assim, o anúncio da vinda do precursor, João Batista, e, quando nasceu Jesus, incontáveis foram os arautos do bem, mensageiros celestes que cantaram, unidos, as glórias aos céus e suas vozes que foram ouvidas pelos pastores no campo, sobre a notícia alvissareira da chegada do Messias.
É verdade. Não faltaram notícias, avisos, comunicações sob todos os matizes, em primeira mão, pelos arautos do bem, em um furo de reportagem como se diz contemporaneamente, de que nascera, em Belém de Judá, Yeshua o Excelso Ser do planeta Terra, tanto que outros mensageiros se aglomeram e formaram um astro brilhante que aponta aos magos do Oriente onde se encontrava o Menino tão esperado.
Em síntese apertada, diga-se que mensageiros são todos aqueles que distribuem mensagens, atributos de todas as criaturas que estão realizando provas e expiações, todos os dias, transmitindo aos que estão próximos, seja no tálamo conjugal, seja no trabalho, seja nos encargos públicos, seja nos trabalhos científicos, em todos os lugares onde a mensagem do amor, do trabalho probo, e o reto dever cumprido, deve ser a tônica da notícia que leva a paz e a alegria de viver.
A conduta dos viajores em busca da felicidade deve combater o desalento dos entibiados, pois todos os dias se está cercado de amigos, colegas, profissionais e daqueles que estiolados estendem as mãos e o corpo em busca de um abraço fraterno em nome da caridade e da mensagem de vida, quando se lhes envia a boa nova da mensagem do Divino Jardineiro, pela maneira como se comporta o mensageiro.
É, em nome da atitude pulcra, no carreiro das provas que cabe aos arautos do bem e do amor sublime, levar a mensagem do otimismo, do bom ânimo, máxime, quando em meio do caos, da insegurança, e do desânimo, a atuação lhanoza dos missionários do amor, ofertam mensagens de tranquilidade, de confiança e de segurança, na certeza de que se pode prosseguir lutando o bom combate porque se vencerá, afinal, é a mensagem de boa nova, lição de que, no mundo somente tereis aflição, mas não se desanime, porque Ele afirmou que veio trazer vida e vida em abundância, o que resultou que Ele venceu o mundo.
Sem contradita, se Ele venceu o mundo e assegurou que somos deuses, com “d” minúsculo, é também motivo para se poder vencer as enfermidades, os desaires, os maus procedimentos ético e moral, e todas provas a que se for submetido, porque o Pai Celeste não coloca nos ombros de seus filhos, carga mais pesada do que sua capacidade, afinal o Eterno tem a lei de amor, é justo e misericordioso, de tal sorte que suas criaturas são imortais, cabendo-lhes emularem-se para serem mensageiros do amor, em sínteses, serem arautos do bem por onde mourejarem.
A esse propósito, que não se engane a rasa filosofia dos que viajam em busca da felicidade, porquanto na essência dessa epístola, a ninguém será lícito se imaginar incapaz de ser um arauto do bem em nome do amor, sublime amor do Pai Celestial, aqueles que levam a público pregão a boa nova, através do comportamento retilíneo, com atitude proba e sensata no trabalho honesto, revelando dignidade e elevação de caráter íntegro, moral, ético sendo fiel ao programa de vida traçado na pátria espiritual.
Nesse arrazoado, é oportuno trazer a lume, ao menos o patronímico de algumas personalidades, arautos do bem, que em nome do amor sublime do Pai Celestial, adotaram e adotam conduta de servirem de espelho para refletirem a luz do amor divino, máxime considerando que eles seguiram a seu turno o modelo da humanidade, consoante dispõe a questão 625 de “O Livro dos Espíritos”, o público pregão das bem-aventuranças, referência para os que vem na retaguarda seguirem. São eles:
Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, médico, militar, escritor, jornalista, político, filantropo e expoente da Doutrina Espírita, carinhosamente conhecido como "O Médico dos Pobres"; Mohandas Karamchand Gandhi, advogado, nacionalista, anticolonialista e especialista em ética política indiano, que empregou a resistência da não violência para liderar a campanha bem-sucedida que libertou a sua pátria do julgo dos Ingleses; Madre Tereza, conhecida por Santa Madre Teresa de Calcutá, religiosa católica de etnia albanesa naturalizada indiana, fundadora da congregação das Missionárias, prêmio Nobel da paz.
Outros expoentes, com venia a incontáveis arautos do bem, anote-se as figuras do pastor negro Martin Luther King Jr., ativista político estadunidense que se tornou a figura mais proeminente e líder do movimento dos direitos civis nos Estados Unidos de 1955, foi assassinado em 1968, antes consagrado pelo seu discurso com fulcro no seu sonho de ver a humanidade fraterna, sem preconceito de raça ou cor, tornou-se conhecido pela não a violência, inspirado por suas crenças cristãs o ativismo pacifico e sem violência de Mahatma Gandhi.
Serve também de referência para semear as boas sementes, o honorável cargo de Papa, conforme os cânones da Igreja Católica, seja na figura do Papa Francisco, ou a do Sidarta Gautama, conhecido como Buda, príncipe da região no Sul do atual Nepal, que renunciou ao trono e se dedicou à busca da erradicação das causas do sofrimento humano, para desbravar o caminho do despertar da iluminação das consciências em trânsito pelo planeta de provas e expiações; Eurípedes Barsanulfo, o bandeirante do espiritismo no seu trabalho incansável de semeador da boa nova.
Em síntese apertada, sob a luz aurifulgente destinada aos viajores que almejam o abençoado galardão de arautos do bem, em nome do amor, há que ter em mente que o trabalho constitui desafio para todas as criaturas no carreiro da existência, produzindo a marcha do progresso que não se interrompe, mas dignifica as atividades daquele que lhe é fiel servidor. Confie e segue o caminho de arauto do bem, porquanto é gratificante estar com o Homem de Nazaré, missionário da boa notícia, que está conosco agora e sempre.
Com o convite de Yehoshua, recebam os amigos, o ósculo depositado em seus corações, em nome da oblata da fraternidade, com votos de um ótimo fim de semana na paz do Divino Galileu.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.