Da ciência da observação se vê e sente-se no imo d’alma, o desalinho de uma parcela dos irmãos de caminhada, viajando pelas veredas da existência sem se darem o direito a uma análise das realidades existenciais das provas e expiações para aprofundarem o bisturi do conhecimento, a fim de emularem-se na análise dos objetivos e o sentido da vida, sempre bela, colorida e consentida.
Sob essa perspectiva, anote-se que uma das dificuldades da criatura humana, por ocasião das provas, recai na escolha da porta larga para transitar, e, ao exercitar o livre arbítrio, opta pelo lado escuro do caminho, com a mais absoluta ausência do sentido que dê valoração e colorido à existência, para proporcionar o exame das provas no bom combate, conforme a proposta apresentada por Paulo, o apóstolo dos coríntios, sob a ótica do futuro, como lecionou o Divino Pastor, ao prometer aos viajores os esplendores celestes.
Nesse sentir, observa-se que um dos crimes mais violentos que se pode cometer contra as Leis Divinas, expressa-se no suicídio, alguns no anoitecer da existência, outros ainda jovens, dotados de beleza física, com origem em famílias bem estruturadas financeiramente, ilustrando-se nas melhores universidades da existência, nada obstante esquecendo-se dos valores d’alma ao retirarem o que não lhe pertence.
A vida não é propriedade daquele que a recebe da Potestade, na qualidade de depositário das provas a que se comprometeu no pretérito na pátria espiritual; por essa razão, não pertence a quem a utiliza como instrumento de crescimento, e, nada, absolutamente nada justifica pôr termo à vida bela colorida e consentida, no veículo destinado à elevação do espírito. Exclame-se, questionando sobre o tema em apreço, oh! Meu Deus, como pode arvorarem-se os desalinhados a retirarem aquilo que não é sua propriedade, mas antes pertence à Inteligência Suprema, Causa Primária de Todas as Coisas? Que responda a consciência do justo.
Com esse sentimento, Data Vênia, a valoração da vida com o seu sentido nobilíssimo, merece um apólogo desse proceder entibiado; trata-se de criaturas possuidoras de todos os recursos materiais, para não se dizer, na linguagem coloquial, que não aproveitam as oportunidades concedidas pelo Senhor da Vida, para serem felizes; não valorizam a bendita oportunidade da reencarnação e nem mesmo sentem em seus corações o suave perfume do Divino Jardineiro.
Sim. Em verdade essas criaturas não homenageiam a vida, e insensível a voz da razão, se comportam como viajores desalinhados, fazendo ouvidos moucos de que Ele é o caminho, a verdade e a vida que leva que leva aos esplendores celestes. Diante desse obnubilar transitório, não é incomum essas criaturas buscarem o desenlace voluntário. O ato tresloucado ocorre surpreendendo os que se esforçam para terem puros os corações, como ensinou Jesus.
Constata-se pelas estatísticas, verbi e gratia, que uma das causas mais frequentes da “morte”, o suicídio, direto/indireto, sempre são provocados pelas criaturas em desalinho; são os que elegem viver sem sentido religioso, jamais emulando-se no sentimento da prece poema de São Francisco de Assis, exortando os corações amorosos a profunda reflexão da valoração da vida, que em síntese apertada é sempre uma declaração de amor que imortaliza o sentido da existência.
É cogente, pois, anotar que nas provas em que as criaturas no trânsito por esse belíssimo planeta chamado Terra, integre-se no desafio, na bravura, e na coragem para nos tatames das provas integrarem-se no bom combate, como recomendou Paulo, o apóstolo aos corintos, para o enfrentamento do bom combate para vencer na vida, não sendo lícito a ninguém abandonar a arena das provas.
Para sedimentar o apólogo, encontra-se no Santuário da Vida, conforme se colhe na Redação do Momento Espírita, datado de 29 de setembro de 2020, fato que permite argamassar o tema em apreço, na pena do relato, data vênia, sob sabor da emoção do momento, mantida na essência dos fatos para dizer que:
A maior conquista por Tenzing Norgay e Edmund Hillary foi 1953, que na sua primeira subida oficial ao Everest, usaram a rota sudeste, pelo Nepal, para alcançar o pico mais alto do mundo. Sabe-se que anualmente, entre os meses de abril e maio, as autoridades emitem licenças para os alpinistas realizarem a perigosa escalada. Nessa época, há superlotação da montanha do Everest, levando os aventureiros aguardarem horas em razão das filas que se formam para se chegar ao topo, e isso, aumenta os perigos para os alpinistas e guias, desde que cada minuto é importante, quando dependem de cilindros de oxigênio para sobreviverem.
Ademais, ficar muito tempo na zona da morte, como é chamada a região de altitude de oito mil metros, aumenta os riscos de queimaduras, doenças da altitude e da própria morte; mas apesar disso, há quem vença todos esses obstáculos, para acabar incontáveis vezes sendo derrotado na descida, se alcançado por alguma avalanche ou pela exaustão, considerando que nas últimas duas décadas, a taxa média anual de mortos nessa prova corajosa tem sido de seis.
É a vontade e a coragem, desafio e bravura, como recomendou Paulo, o apóstolo, que os leva a vencer as dificuldades, os atropelos e empecilhos do caminho para alcançar o cume do monte extraordinário. Sem contradita, as criaturas humanas foram criadas para os grandes desafios e não para atos transloucados. Aliás, não há limites para a criatividade que faz parte da natureza dos filhos do Eterno, razão porque o homem saiu das cavernas onde habitava, passando pelas palafitas até chegar à era da tecnologia.
Dessa sorte olha-se para o passado e parecem uma miragem os registros históricos, ao exibir um mundo sem condições de higiene, sem conforto, sem as comodidades do presente, aonde se chega a assistir os passos dos primeiros homens na lua. Também se acompanhou sondas espaciais e imagens espetaculares enviadas sondas espaciais. Da mesma forma, tem-se notícias das estações espaciais, nas quais vivem os astronautas por tempo inimaginável em missão científica.
Oh! Sim. As criaturas humanas são excepcionais, corajosas, destemidas, dotadas de força de vontade, e não há nada que as impeçam de serem melhores hoje do que foram ontem, com esperanças de no amanhã serem melhores, a cada experiência de lutar o bom combate.
Ora! Sim. Se temos tanta garra e conseguimos proezas inimagináveis, se chegamos a colocar em risco a própria vida, para alcançar propósitos programados, por que não investir esforços na mudança de nós mesmos e evitar pôr termo a vida?
Meu Deus! O que falta para as criaturas do Divino se transformarem em criaturas de paz, promotores do bem, altruístas? O que será que falta para se transpor os umbrais do comum e se tornar homens que vençam a si mesmos?
Como será alvissareiro o empenho para estimular a se alcançar as estrelas, e da mesma sorte, traçar o roteiro da grande viagem para o nosso cosmo interior. O grande mergulho nos planetas da intimidade, a viagem para dentro como propõe Cal Gustavo Young, para se explorar as grandes possibilidades do amor, da coragem, da perseverança até a renúncia, porquanto exatamente nesse ponto encontrar-se-á as conquistas da vida, porque, esses homens serão os capazes de mover as montanhas.
Sem contradita, serão homens alcançando as cumeadas da glória do bem, iluminando mais do que sol de primeira grandeza, a luz aurifulgente, ao deixar de ser homo technologicus, para o grande propósito de se transformar no homo amorosus, atendimento ao convite de Jesus para “Sede perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito”, aceitando o desafio, sem a pretensa e desonrosa fuga pela porta do suicídio, mas caminhando firme e forte para as conquistas da vida, tendo como ferramenta a mensagem do arauto do bem Francisco de Assis na imorredoura prece de devotamento ao Eterno, em alto e bom som.
“Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; onde houver ofensa, que eu leve o perdão; onde houver discórdia, que eu leve a união; onde houver dúvida, que eu leve a fé; onde houver erro, que eu leve a verdade; onde houver desespero, que eu leve a esperança; onde houver tristeza, que eu leve a alegria; onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna”.
Com esses sentimentos d’alma, em nome da conquista da vida, segue o ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo de sempre.
Jaime Facioli.