A vida é bela, colorida e consentida, consoante os conceitos da ciência e da filosofia da observação, carta de alforria para que os viajantes das estrelas bem compreendam que nas provas e expiações, as criaturas do eterno, são, sem dúvida, herdeiras do universo diante da paternidade do Senhor dos Mundos, na linguagem dos venerandos espíritos, ao responderem à questão número um, proposta em o “Livro dos espíritos”, nos idos tempos de 18.04.1857, pelo ínclito codificador, o professor hippolyte léon Denizard Rivail, emérito educador francês em Paris, esclarecendo à saciedade que Deus é a Inteligência Suprema Causa, Primeira de Todas as Coisas.
Cogente, pois, considerar que as lições do Divino Jardineiro soam aos ouvidos daqueles que têm ouvidos para ouvir, como ensinou o missionário do Amor Divino, na suave poesia celestial encantando os corações com a ternura de suas prédicas, e uma delas, sem contradita é aquela em que o rabi da galileia descreve os pássaros do céu e os lírios do campo, ensejando as criaturas do Divino a não turbarem o seu coração, porque o Pai Celestial cuida deles, que não tecem e nem fiam, tornando-se crível, se considerar interrogando: o que será que o Pai Celeste não fará por seus filhos na viagem pelas estrelas em busca dos páramos celestiais.
No sermão do monte, autêntica poesia do amor celeste, as bem-aventuranças e a oração do pai nosso que está nos céus, o Mestre proclama, na linguagem sublime, ensejando a emoção da pena, que eles não ajuntam em celeiros, mas mesmo assim o Pai Celeste os alimenta. Da mesma sorte, porque será que as criaturas se preocupam tanto com a indumentária, com o que vestem, se também nesse caso, há lição de que nem mesmo Salomão, no esplendor de sua gloria, se vestiu como eles?
Desse modo, nas circunstâncias em que as inquietações tomem conta dos pensamentos que obnubilam os sentimentos d’alma, é importante lembrar-se da poesia do Cristo de Deus, sobre os pássaros do céu e dos lírios do campo, figuras icônicas utilizadas pelo Mestre para trazer tranquilidade e paz àqueles que transitam pelas estradas das provas e expiações, para não turbar o coração, confiando na bondade do Pai Celeste que cuida de todas as suas criaturas, consoante dispõe a questão nº 963 de “O Livro dos Espíritos”.
Sob esse arrimo, sabem os viajantes das estrelas, que o Rabi da Galileia poetizou para não se preocupar com o alimento, a bebida ou a vestimenta, porque todas essas coisas, o Pai Celestial, onipotente, onisciente e onipresente, sabe que seus filhos necessitam, sendo necessários apenas confiar na sua Lei de Justiça, Amor e Caridade, pois no seu reino todas estas coisas serão acrescentadas, não existindo motivo para inquietar-se com o porvir.
No outro polo, não se imagine que as orientações de Jesus, sejam interpretadas ao pé da letra, porquanto esse procedimento seria um paradoxo, negar a previdência em sua natureza de todo trabalho, fazendo letra morta a Lei de Progresso ao paralisar as forças físicas e intelectuais de tal sorte que o retrocesso seria o caminho para o mudo primitivo.
Oh! Não. Deus criou o homem sem vestes e sem abrigo, mas deu-lhe a inteligência para fabricá-los. Ora, sim. Não se deve, portanto, ver nessas palavras, mais do elas são em essência, uma poética alegoria da educação que nunca deixa ao abandono os educandos para desenvolverem a fé raciocinada.
Alcança-se esses objetivos depositando o ósculo no Eterno, conscientes de que o apólogo de Yeshua, nome do Raboni no dialeto aramaico ou em hebraico, é em síntese apertada o motivo porque, a bela figura dos pássaros do céu e dos lírios do campo, é um poema de bem-aventurança que afasta o desânimo, a insegurança e a incerteza, de se instalarem nos corações predestinados as muitas moradas dos filhos do Senhor do Universo.
Nesses considerandos, sob essa chuva de benção, quem não desejaria ser um poeta, se tivesse a destreza, o êxtase da musicalidade, para decantar em prosas e versos toda beleza que o Senhor da Vida colocou no altar da natureza, deixando fluir a poesia dos sentimentos subjetivos d’alma, ao som das palavras, com ou sem as rimas, mas sempre num momento de interiorização do espírito para se deliciar com as poesias do Divino Menestrel da Galileia.
Oh! Sim, na dicção incomparável do cantor de todos os tempos, Jesus de Nazaré imortalizada estão melodias para todos os gostos, sejam aqueles de existência repleta de angústias das provas, sejam os líricos, que permitem a emoção falar mais alto, e os de índole social, que tratam das questões políticas e sociais que as enriquecem de primorosas lições, os viandantes desse planeta chamado Terra.
Ipso facto, sob o manto da beleza com que descreve as provas e as expiações, com as oportunidades dos os aprendizados pela dor educadora que não castiga a ninguém, antes disciplina as criaturas na caminhada para o progresso e o destino para a felicidade, é a voz Dele que ilumina os passos daqueles que se encontram entibiados pelos “cantos do mundo”, e se deixam tocar pelos acordes celestiais ressoando nos espíritos as melodias imortais ensinadas pelo Divino Jardineiro.
O Nazareno compôs as mais belas sinfonias de amor, sob o arrimo do altar da natureza, ao cantar em prosas e versos as lições do Sermão do Monte, seja nas sementes que o semeador saiu a semear, seja no sal da terra, temperando com alegria e as tristezas, ou sobre os pássaros e os lírios dos campos tanto como ensinou a caridade no óbolo da viúva.
Ah, enriquecedoras são as poesias do Divino Rabi, porque são os seus os versos de trovadores que ilustram e ensinam enxergar o fato comum, às vezes banais em aparência, mas nunca antes imaginado, senão nas parábolas do Peregrino do Amor, como a do presente apólogo, colhida na fonte cristalina narrada pelo evangelista São Marcos, em essência, na verve dessa pena, onde conta-se que um doutor da lei, com a intenção de provocar Jesus, pergunta como fazer para herdar a vida eterna?
O Mestre, presciente dos objetivos ignotos do questionamento, com serenidade contra interrogou: “O que é o que está escrito na Lei”? O doutor da lei, para demonstrar sua erudição disse-lhe: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de toda a tua força e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo”. Por isso, o Nazareno disse-lhe: “Respondeste bem; faze isso, e viverás”.
Ocorreu, entretanto, que o “interessado” querendo justificar-se, volta a perguntar ao Mestre: “E quem é o meu próximo”? Prosseguindo o diálogo em suave poesia Jesus disse-lhe: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de salteadores, os quais o despojaram e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
Casualmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. De igual modo, também um levita chegou àquele lugar, viu-o, e passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou perto dele, e, vendo-o, encheu-se de compaixão; e, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele. No dia seguinte, tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que gastares a mais, eu te pagarei quando voltar.
Qual, pois, destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe, pois, Jesus: Vai, e faze tu o mesmo”.
Ora! Sim, no espeque dessas poesias, ninguém pode negar que existe versos encantadores que ensinam a enxergar um fato comum, tratando de questões graves da vida e ensinando a se ter esperança, exercitando o amor em plenitude.
Meu Deus. Que imensa alegria sente teus filhos, ao constatarem que O maior poeta que já esteve na face do orbe terrestre, do qual é o Governador Planetário, ainda hoje, inspira tantos os versos e as prosas dos arautos do bem que os seguem, inspirado na poeira dos tempos ao ouvir a Sua proclamação dos versos: “Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados”.
É vero. Quem haverá de oferecer consolo a tantas lágrimas que são vertidas a cada segundo no planeta de provas e expiações, e de onde virá o consolo, senão daquele que canta em prosas e versos a melodia celestial do “Vinde a mim, todos vós que sofreis e estais sobrecarregado e eu vos aliviareis; tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e pacífico de coração e vossas almas se reconfortarão porque meu fardo é leve e meu jugo suave”.
É válido pois, no epílogo desses sentimentos, a melodia imortal contida no versículo 31, do cap. VI do Evangelho de Lucas, a prescrição melodiosa do médico dos médicos há mais de dois mil anos no: “Amai o vosso próximo. Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam. Tratai todos os homens como desejai que eles vos tratem.”
Por derradeiro, como a vida é bela, colorida e consentida, trazendo em seu âmago a poesia de serem os filhos do Eterno, herdeiros do universo, segue o ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana num rosário de bênçãos de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo Fraterno de sempre.
Jaime Facioli.