Um dos desejos mais vibrantes dos seres humanos é o de fazer as malas para a viagem, buscando nas férias um lugar aprazível, desejando encontrar a tranquilidade, o sossego e a paz, oxalá livre da pandemia, dos abrolhos e das pedras do caminho que a todos envolve no seu manto de apreensão nas provas do carreiro em busca da felicidade.
Afinal, se trabalha tanto na esperança e na alegria de se chegar ao dia de arrumar as malas para a viagem, seja para uma viagem curta pelo encantador país das maravilhas, o Brasil, seja para a cidade luz na França, quiçá para as Ilhas Gregas, enfim, o que importa é preparar as malas para a viagem a fim de que não falte nada para o traslado do prazer. Desse modo, a ansiedade toma conta dos corações alegres, de tal sorte que costumeiramente os viandantes se deixam preocupar se nada faltará para os projetos anelados, de tal sorte que se exagera em colocar dentro das delas mais do que se irá necessitar.
No santuário da vida, consta que certa vez, um homem em viagem de férias, por onde passava, descarregava as malas das compras que fazia e de tudo quanto juntava de recordação por onde transitava. Percorreu literalmente o “mundo todo”, visitando todos os lugares que o deixaram deslumbrado com os cenários da natureza, dando-se conta de ter presenciado extasiado o autógrafo da Divindade depositado no altar da natureza.
As flores que o Senhor da Vida depositou no altar da natureza no majestoso planeta de provas e expiações, como se o Pai Celestial dissesse a suas criaturas, esse é um presente que vos dou meus filhos. O viajor percorreu os lindos campos de papoulas, flores conhecidas há mais de cinco mil anos e que os sumérios utilizavam para combater as doenças.
Chegou finalmente ao Himalaia, a mais alta cadeia de montanhas do Planeta, também conhecido como o "Teto do Mundo". São cerca de 110 picos com mais de 7.300 metros de altitude. Ali, soube que o mais alto pico do mundo foi formado pela convergência de duas grandes placas tectônicas; a da Eurásia e a da Indo-australiana, resultado das colisões iniciadas há mais de 65 milhões de anos entre as duas placas.
Da mesma forma tomou conhecimento de que seus lagos são alimentados pelo derretimento de geleiras que se formam acima de 5 mil metros de altitude nas montanhas. Nesse périplo encontrou no Tibet, num templo, em profunda reflexão um ancião meditando e em contemplação da vida, bela, colorida e consentida; discorria naquele momento sobre as mudanças das estações, o pôr do sol, as estrelas a tudo descrevendo com rara beleza as inenarráveis pinturas que a natureza realizava todos os dias, minuto a minuto homenageando a vida em todo o seu esplendor, dando graças ao Senhor do Universo.
Após breve troca de informações à guisa de melhor se conhecerem, o viajor vendo-o sem nenhuma bagagem e portando apenas a roupa do corpo, admirado questionou-o porque não trazia consigo nenhuma mala com os objetos para suprir suas necessidades.
Oh! Foi nesse instante que o sábio lhe respondeu com serenidade com olhar profundo para o céu esplendoroso que iluminava o planeta Terra, que a ausência da bagagem se devia ao fato de que ele estava apenas de passagem.
Meu Deus! Quanta verdade existe nesse conceito do sábio em comento, quando se prepara as malas para a viagem da vida pelo transcendental, afim de se realizar a viagem de provas e expiações. Sob esse pálio, assevera-se que o perigo na preparação das malas para a viagem, está exatamente no que se irá levar para a tão sonhada viagem de “férias”.
É fato que, constantemente se carrega as malas com atitudes ignotas, as ignomínias e sem estoicismo, ou sobre outra dicção, com retratos de maus procedimentos, intolerância, ausência de perdão, dureza do coração, senão a total ausência de caridade e altruísmo, máxime porque os viandantes olvidam que estão de passagem pelo belíssimo Planeta chamado Terra.
Ora! Sim. As criaturas são egressas da Pátria Espiritual e as malas sobrecarregadas podem impedir de apreciarem a beleza que os aguardam, cabendo recordar que as malas que se preparam para a grande viagem da vida, são sempre superiores às reais necessidades, porquanto nascemos sem trazer nada, morreremos sem levar nada e no meio disso, briga-se por coisas que não se leva, senão a prática do bem ao próximo, razão porque as partidas e chegadas são mais penosas do que deveriam ser.
As malas que se carrega na vida, são como as malas de viagem, invariavelmente, com honrosas exceções, daqueles que atendem as propostas de Yeshua, estão repletas de quinquilharias, representados pelo medo e insegurança no porvir, como se a vida estivesse a desgoverno e que o Pai Celestial não cuidasse de cada um de seus filhos. Em verdade, são malas que os viajores carregam sem se darem conta de que estão de passagem pelo planeta de provas e expiações, e o que mais se necessitam para a realizarem uma viajem tranquila e em paz é abraçarem com sentida emoção as prédicas de Jesus.
Para alcançar a paz e carregar apenas o necessário nas malas de viagem, será preciso ter a consciência tranquila de que se realiza diariamente o esforço para a reforma íntima, simultaneamente tudo realizando para atender ao próximo. Sim essas são as atitudes essenciais para carimbar o visto de viagem no passaporte da felicidade, mediante o emprego das virtudes, como a indulgência, o perdão, o amor em plenitude, em última análise a pratica da mais pura e sacrossanta caridade.
Indiscutivelmente, conforme se vive, vai se ajustando as necessidades da autêntica realidade da existência, procurando estar preparado a qualquer momento para iniciar a grande e verdadeira jornada, porquanto é nessa hora que se descobre que os maus procedimentos e qualquer ato contra os ensinamentos de Jesus, coloca nas malas do translado, calhaus e espinhos que tiram da rota do bem viver.
Oh! Sim. É nessa hora que se descobre que a mentira, o roubo, o furto e os crimes de qualquer natureza, representam desobediência aos cânones das Leis Divina, em outras palavras, violação contra as prédicas do Nazareno, resultando pelo livre arbítrio em colocar nas malas de traslados, os calhaus e espinhos que irão tirar os viajores da rota do bem viver. Sem contradita, as malas para a viagem de retorno devem levar pouca coisa, entre essas poucas coisas, as atitudes generosas, fraternas e amorosas, são as que incentivam o viajor a passar em revista os passos na alfandega da vida, pois é exatamente nesse proceder que mora o encanto da viagem.
A paráfrase ou o silogismo são fidedignos, quando afirma que o que se carrega nas bagagens das provas, e ou expiações são semelhantes ao que se transporta nas malas de viagem, invariavelmente objetos desnecessários, imaginando-se a sua falta pelo medo e a insegurança do porvir, como se a vida estivesse a desgoverno, e que o Pai Celestial não cuidasse de cada um de seus filhos.
De fato, são esses personagens que ainda não se deram conta que estejam viajando em busca da felicidade, filhos do Altíssimo de passagem pelo planeta de provas e expiações, e o que mais necessitam para a satisfação das necessidades imediatas, é a tranquilidade e a paz com a fé inabalável no Criador.
Anote-se, como vetor também, que para se alcançar a paz e carregar nas malas de viagem apenas o necessário, será indispensável ter a consciência tranquila, exercício que se realiza diariamente sob o pálio das lições de Santo Agostinho, proposta na questão 918/919 de “O Livro dos Espíritos”, praticando ser um homem de bem ao realizar o exame de consciência diariamente, para permanecer alinhado com o bem em toda a sua expressão do amor em plenitude, ao conjugar o verbo amar em todo tempo, modo e pessoa, lição do amigo de todas as horas, para se amar uns aos outros como Ele nos ama.
Em síntese apertada, de essenciais para o retorno a pátria espiritual sem contradita é o emprego das virtudes, como a indulgência, o perdão, o amor em plenitude e em última análise a prática da mais pura e sacrossanta caridade, senão sob outra dicção, as malas para o retorno ao berço, os filhos do Eterno, devem levarem nas malas, atitudes generosas, fraternas e amorosas, pois esses serão os lenitivos que autorizam os viajores a passarem em revista os passos, pois é exatamente nesse proceder que mora o encanto da viagem.
Com esses sentimentos d’alma, segue o ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um ótimo final de semana em nome do Divino Pastor.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.