É madrugada quando os filhos do Divino despertam, agradecidos por receberem as bênçãos do Senhor do Universo, diante do novo dia e do repouso do corpo, agora alegres pelo convite do novo alvorecer, nada obstante, ainda que se deixem espreguiçar bocejando na indecisão, se aceitará o convite do Altíssimo para os novos aprendizados, diante do sol que logo mais lançará suas luzes para a retomada da grande viagem de progresso em direção à evolução do espírito.
Espanta-se a preguiça, pensando em quantas tarefas aguardam o reto cumprimento do dever, seja nos compromissos profissionais que não podem tardar, seja nas tarefas do lar ou no âmbito do voluntariado, pois todos os compromissos exigem dedicação.
Meu Deus! Tantas coisas solicitam os préstimos dos que guardam o bom ânimo para a vida bela, colorida e consentida, no exato momento em que a faculdade de ouvir convida os viajantes das estrelas a prestarem atenção no canto do bem-te-vi, uma das primeiras manifestações das aves para sinalizarem o novo alvorecer. Por isso, os que despertam do sono reparador, detêm-se a escutar o canto da passarada num complexo arranjo de notas musicais, emitidas de modo rítmico, anunciado as novas bênçãos da vida.
Sob o manto da proteção Divina, reinicia-se também o trabalho que dulcifica a sinfonia da vida, na melodia dos pássaros, mensageiros do dia que bate à porta dos compromissos, como amigo, em parceria com a natureza. Sim, em meio à cantoria, destacam-se alguns sons que parecem discussão, levando os ouvintes a imaginarem que os pássaros estejam disputando o território, ou quem sabe, comentam o novo valor do condomínio, porquanto a generosa árvore, com sua ramada abundante, também é o lar de alguns deles, que a deixam pela madrugada e retornam quando as cores do dia principiam a despedirem-se no horizonte.
Nesse novo alvorecer, também se ouve o som de um avião que sobrevoa os céus, carregando incontáveis trabalhadores, e se imagina para onde irão os passageiros, ou por qual motivo viajam, senão a curiosidade de saber se chegarão ao destino, momento em que se deseja tenham um voo tranquilo; enquanto isso, o dia o novo desperta e toca levemente o sol, para que ele ilumine as horas na qual o viajante do tempo nessa reencarnação põe-se a imaginar, como será que tantas pessoas vêm de tantos lugares diferentes para viajarem juntas, durante um curto ou largo tempo.
Quantos sonhos ocuparão aquelas mentes? Serão preocupações, negócios? Quem as aguarda no destino final? Quantas viajam felizes porque estão indo ao encontro de seres amados, para uma festa de casamento, de aniversário, quiçá o nascimento de um novo ser.
Quantas viajam atormentadas por notícias amargas, avisado de que um ente querido foi hospitalizado de forma emergencial, de uma cirurgia complicada de resultado incerto, de alguém que desencarnou. Ah, quantos irmãos de caminhada viajam pensando nos negócios que deverão empreender e do qual depende o seu futuro na empresa para o sustento da família.
Oh! Sim. O pensamento não para; quanta semântica em tão poucos minutos aguardam o dia despertar inteiramente, convidando as criaturas a terem confiança no Criador, o Excelso Senhor do Universo, que cuida de todas as suas criaturas, consoante dispõe a questão 963 de “O Livro dos Espíritos”, para amparar os candidatos à felicidade, na prece que parece confundir a passarada, enquanto os filhos da Potestade podem iniciar o novo dia dizendo em alto e bom som: obrigado, Pai, segue comigo, tenho tanto a fazer.
Merece, pois, considerar na retórica do novo dia sob as bênçãos do Divino, que o trabalho é a construção das pontes dos que buscam os páramos celestiais, tarefa que fala aos corações amorosos aos filhos de Deus que se propõe alcançar a plenitude existencial construindo o mundo de regeneração.
Nesse contexto, não há como negar que, sob o arrimo da construção das pontes de trabalho, possa se alcançar os esplendores celestes, conscientes de que o Mestre veio ao planeta chamado Terra, para trazer a Lei de Amor, de Justiça e Caridade, modelo para que os interessados na felicidade e a paz de espírito possam levantar voo em direção a morada do Pai Celestial.
Que não se engane a filosofia simplista daqueles que optam por levar a vida na matroca, valendo-se da porta larga das provas, porquanto para se alcançar o laurel da vitória será indispensável construir no carreiro da empreitada, no trabalho do braço forte, com a vontade incomensurável de se realizar a reforma íntima necessária e indispensável na prática dos atos para o bem viver.
Sob o fluxo desse ideário, percebe-se que a construção do porvir tem a edificação, “entalhada” no dia a dia e na hora a hora. A liça e a vinha para esse mister é o tálamo conjugal, no ambiente do trabalho, na casa espírita, na igreja da devoção de cada fiel, enfim, por onde mourejar, há que ser modelo para que os irmãos menos avisados possam recordar as lições do Homem de Nazaré, e, em sentida prece dizerem ao iniciar o novo dia obrigado Pai, segue comigo, tenho tanto a fazer, seguros da memorável lição de teu mensageiro do amor no "Vós sois Deuses, tudo que faço, vois podeis fazer e muito mais", resultando que com tua bênção nesse novo dia repousa a convicção de que conseguiremos.
Envolvidos nesse Sentimento Divino, experimentem os amigos, ao se deitarem e se entregarem nos braços de Morfeu e Hypnos o Deus do Sono e do Sonho, da Mitologia Grega, ao abraçarem o travesseiro, realizar o exercício proposto por Santo Agostinho na questão 919 do Codex em apreço.
O exame de consciência e a razão esclarecerão a respeito da enorme tarefa que se tem pela frente para se alcançar os páramos celestiais, na proposta do homem de bem incerta na questão 919 do mesmo alfarrábio.
Não se olvide, contudo, que a alavanca da dor e os acúleos que se experimenta para a transformação, faz nascer um novo ser a cada instante transformando o homem velho, na criatura que brilha como diamante precioso, que mesmo quando no lodo, a primeira réstia de luz se lucifica.
Por outro lado, trata-se de tarefa personalíssima. Ninguém poderá ajudar. Tem-se que remover cada imperfeição da criatura, com o bisturi do amor ao próximo e a vida, amparando-se na fé, pois no final se terá que prestar contas dos atos e os procedimentos aquele que concedeu a vida, o Pai Celestial, Senhor do Universo, onipotente, onipresente e onisciente.
É de bom alvitre se ter em mente que no céu da vida há sempre uma nova manhã, presente que o Sentimento Divino concede como mola propulsora para a realização dos projetos pulcros dos corações. Trata-se de nova oportunidade concedida pela providência Divina, para que se possa escrever no livro da vida o novo amanhecer. O tempo segue seu curso enquanto escreve a história dos filhos do Divino, no livro da vida com as marcas pelas quais serão reconhecidas as criaturas do Eterno.
No projeto da construção das vidas, vale a pena usar toda energia para agir retilineamente, aproveitar todos os canais de percepção extra-sensorial, para ouvir os bons conselhos que chegam a todo o momento através da inspiração Divina, trazidas pelos arautos do bem, em trabalho em regime de 24 horas diárias.
Contemple-se o belo, aqueles que têm os olhos para ver a beleza que Deus depositou no altar da natureza para embelezar esse planeta de provas e expiações. Aproveite-se o tempo com bons livros, bons pensamentos, serviços edificantes na seara do bem, no centro espírita, na quermesse de sua igreja, na solidariedade aos idosos e o apoio às crianças, futuro de bem-aventurança. Abandone as armas guardadas no arsenal dos pensamentos. Parem as guerras, os homicídios, as trapaças, as mentiras. Deixe fluir os sentimentos de fraternidade nos corações amorosos e nas almas para a elevação do espírito e tudo estará sendo sedimentada no amor do Cristo de Deus.
Sob esse díptico, acicatado pelo sentimento Divino, para o trabalho de construção das vidas em progresso, vale-se da oportunidade para depositar o ósculo e a oblata da fraternidade em seus corações, anelando possamos ter um ótimo fim de semana na paz e em nome de Jesus de Nazaré, ao dizer:
ABENÇOA-NOS PAI, VEM CONOSCO, TEMOS TANTO A FAZER.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.