No mundo em que vivem os filhos do Eterno, nos dias atuais, considerando-se a escala progressiva dos mundos conhecidos, o orbi que se habita provisoriamente, é o denominado de Provas e Expiações, o segundo mundo na escala evolutiva, considerando a realidade a que se destina.
Sem contradita, a finalidade dessa morada, habitat das criaturas do Altíssimo, no caso sub-oculis, com a finalidade para servir de escola educandário, hospital destinado a curar as dores físicas e ou morais, também servindo de reclusão, conhecida pelo nome de prisão, onde se resgata os compromissos em desalinhos do passado remoto, possibilitando aos infratores recomporem os desequilíbrios praticados no grande Universo do Criador, eis que não há na lei de amor, prêmio ou castigo, ou na linguagem tosca com o apodo de “inferno”, “purgatório” ou “limbo”.
O código das Leis Divinas não alberga a culpa, mas a inexorável responsabilidade para restabelecer a harmonia, quando os viajores desatentos desrespeitam as leis divinas, estabelece-se o imperativo da causa e efeito, atentos à realidade de que a todo efeito tem uma causa que o precede.
Sob essa ótica, indiscutível que se experimente as dores que integram a existência em provas e expiações, porquanto o planeta Terra é a escola educadora, o hospital para curar as enfermidades e as provas destinadas a se cumprir a lei de evolução. Sim, é o momento em que se prova se os alunos estão aptos para se diplomar na universidade da vida.
Não por outra razão na questão número 260 de “O Livro dos Espíritos”, na escolha das provas, há o questionamento do ínclito codificador ao espírito da verdade propondo: – “ Como pode o Espírito querer nascer no meio de pessoas de má vida? ”
Resposta: - “É necessário que ele seja colocado num meio onde possa suportar a prova que pediu. Pois bem! É preciso que haja analogia nas situações. Para lutar contra o instinto do roubo é preciso que se encontre entre pessoas dadas à prática de roubar”.
Sob essa bandeira, toda experiência doce ou amarga que se vive tem o seu propósito e Deus livre as suas criaturas de exprobarem maldições quando os projetos traçados não se realizam como foi planejado, porque jamais as criaturas estarão desprotegidas, considerando-se que, na oração dominical se apreendeu que deve ser feita a vontade do Pai e não a nossa, exatamente aonde se planta a esperança de que o Pai Celestial jamais abandona seus filhos e do rebanho de Jesus nenhuma ovelha se perderá.
Por essa razão, o Senhor da Vida, não dá tudo o que suas criaturas pedem, mas não deixa faltar nada, absolutamente nada do que necessitam seus filhos para o crescimento moral, intelectual e espiritual, aguardando que suas criaturas sejam fiéis semeadoras para seguir os passos do Divino Jardineiro. Inegável, pois, em última análise que os herdeiros do universo, são os arquitetos dos projetos de porvir, sendo hoje o resultado do ontem e no amanhã o produto do que semear no tempo presente. Por essa razão, o Divino Jardineiro, quando no mar de Tiberíades, também conhecido por lago de Genesaré subiu num barco e estando todo o povo na margem exortou-os na parábola imorredoura do Semeador, dizendo:
“Aquele que semeia, saiu a semear, e, enquanto semeava, uma parte da semente caiu ao longo do caminho, e vindo os pássaros do céu a comeram. Outra caiu nos lugares pedregosos, onde não havia muita terra e logo nasceu porque a terra onde estava não tinha profundidade. Mas o Sol tendo se erguido, em seguida, a queimou; e, como não tinhas raízes, secou. Outra caiu nos espinheiros, os espinhos, vindo a crescer a sufocaram. Outra, enfim, caiu na boa terra, e deu frutos, alguns grãos rendendo cento por um, outros setenta e outros trinta.”
Sem contradita, é assim que mesmo diante das dificuldades da vida, nas provas e ou nas expiações, na qualidade de filhos de Deus, são convidados a não desanimar diante das turbulências do mar bravio da existência, tudo realizando para bem semear o futuro que aguarda os viajores da felicidade.
A boa semente está no verbo da boa palavra, no estímulo que constrói, porque na prédica do Divino Galileu, a palavra é vida, e por onde mourejam os semeadores da esperança, são luzes que irradiam a fé e a prática da caridade levantando voo com destino aos páramos celestiais. Na retórica de Emmanuel e André Luiz, no livro "Estude e Viva", ensina-se que no verbo formoso todos são chamados a “Criar para o progresso”.
Na mesma fonte, com licença das paráfrases, não se oculta conhecer à lei de causa e efeito, nada obstante a verdade de que se utiliza os caminheiros, quase sempre, como fonte de justificativa para os sofrimentos, esquecendo-se de estabelecer como parâmetro as alegrias que compõe o jardim da vida, máxime porque, os viajantes das estrelas são responsáveis pelas alegrias e as tristezas na geração dos acontecimentos com a força de que são detentores enquanto filhos da Consciência Cósmica, razão de dizerem os espíritos venerandos em apreço que:
“Antes do comboio a vapor, a eletricidade já existia. Os transportes arrastavam-se pela tração, mas foi preciso que alguém desejasse criar na Terra a locomotiva, que se converteu a pouco e pouco no trem elétrico, a fim de que a Civilização aprimorasse os sistemas de condução que prosseguem para mais altas expressões evolutivas. O firmamento era vasculhado pelos olhos humanos há milênios, mas foi necessário que um astrônomo inventasse lentes, para que os povos recolhessem as preciosas informações do Universo, que já havia antes deles. O princípio é idêntico para a vida moral.
Precisamos hoje e em toda a parte dos criadores de harmonia doméstica e social, dos desenhistas de pensamentos certos, dos escultores de boas obras. O tempo nos ensinará a entender a necessidade básica de se criarem condições para o entendimento mútuo, como já se estabeleceram normas para o trânsito fácil do automóvel. Inventa em tua existência soluções de conforto, suscita motivos de paz, traça diretrizes de melhoria, faze o que ainda não foi aproveitado na realização da riqueza íntima de todos. Provavelmente estamos na atualidade em estágio obscuro de lições, sob a atuação imperiosa de ações passadas. Mas não nos será correto esquecer que somos Inteligências com raciocínio claro e que, se antigamente nos foi possível colocar em ação as causas que neste momento e neste local nos infelicitam, retemos conosco a sublime faculdade de idear, planejar e construir”.
Oh! Meu Deu. Oxalá sob a luz aurifulgente dos venerandos espíritos em apreço, possamos no dia a dia, e na hora a hora, nos transformarmos em semeadores de esperança, levando a outrem a alegria de viver essa reencarnação, bela, colorida e consentida, consciente do discurso de Antoine de Saint-Exupéry, afirmando que: “Tu serás eternamente responsável por tudo o que cativas”.
Jesus nada escreveu, mas falou a todos aqueles que O quiseram escutar de tal sorte que Seus ensinamentos se disseminaram velozmente, porquanto os que o ouviam comentavam encantados as suas prédicas. Após a sua morte física, seus apóstolos semearam suas sementes em lugares incessíveis plantando a boa semente em solo fértil. Alguns seguidores escreveram a respeito do que viram e ouviram do Nazareno, compondo textos que se transformaram nos Evangelhos.
Sua trajetória foi eternizada pelas suas palavras alvissareiras através dos tempos e em todas as religiões cristãs, a boa nova do Cristo de Deus é a base dos estudos e das pregações ensejando reflexões imorredouras, servindo de testamento, regra pétrea do divino jardineiro para a humanidade no mais belo poema de esperanças e consolações jamais imaginado. Oh! Sim. Até os dias de hoje, Sua voz mansa e segura sai a semear nos ouvidos de todos aqueles que O buscam, para haurirem na virtude da paciência as lições de beleza e de felicidade, oferecendo oportunidades para se aguardar por dias melhores na medida em que se espalhe as sementes do bem proceder.
No momento em que se aprofunda o bisturi do conhecimento no modus operandi do semeador, metamorfoseiam-se as criaturas em trabalhadores no campo das esperanças, oportunizado aos candidatos a reforma íntima, a se auto questionarem, se nos dias atuais se está estudando o Evangelho; será que se está ouvindo as palavras de Jesus e vendo os seus exemplos, como modelo e guia da humanidade, para aplicar na semeadura destinada a transformar as vidas, quando vazias em sementes preciosas? Que diga as consciências dos justos, se se busca ser simples e humildes como Ele ensinou? Mais ainda, será que diante de um ato violento físico ou moral, se consegue mostrar a outra face ao agressor, em gesto de brandura e não de revide?
Ponto finalizando, no caso de aprendiz de semeador, respondendo as interrogações com sucesso, cabe anotar ainda que, não será o bastante conhecer as palavras do Divino Jardineiro, é preciso, colocá-las em prática na vida de estudante da boa nova, de tal sorte que abrigue Jesus em seu coração, anelando que a vida ofereça as sementes destinadas a germinarem florescendo cêntuplo por um.
Neste estado d’alma, recebam os amigos o ósculo depositado em seus corações, em nome da oblata da fraternidade, convictos de sermos treineiros para semeadores de esperança, com votos de um ótimo final de semana em nome do Divino Jardineiro.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.