Na grande jornada das provas e expiações, por razões conhecidas e outras ignotas, as criaturas do Divino experimentam acontecimentos inevitáveis na trajetória que realizam para se diplomarem na virtude da perfeição relativa, carimbando o passaporte para o mundo de regeneração, cujas portas se encontrarão em breve porvir.
Conscientes os viandantes da felicidade quanto a existência de ocorrências aziagas, destinadas a testar o potencial de cada filho do Eterno, nas provas segundo a capacidade de cada candidato ao progresso, não há castigo nem prêmio, mas responsabilidade personalíssima para se lograr êxito nos propósitos anelados, no prévio programa traçado na pátria espiritual para o reinício da jornada em direção aos páramos celestiais.
Sabendo-se das infestáveis experiências que se encontrará no caminho de elevação, simbolizadas nas pedras e abrolhos da trajetória, conscientes de que o Pai Celestial é misericordioso, os viajores lançam mão do apoio necessário da oração, proveniente dos sentimentos d’alma que dulcificam as provas quando se conecta com o Sentimento Divino dizendo:
Oh! Senhor dê-me forças para aceitar as dificuldades das provas da existência com resignação. Redobre Senhor, as forças para que possamos modificar as coisas que devem ser modificadas em nossos lhanozos projetos para realizar a catarse das imperfeições, atento às questões 918/919 de “O livro dos Espíritos”, nas lições iluminativas de Santo Agostinho sobre o homem de bem, e o exame da consciência, objetivando nas lições do Divino Galileu poder voar alcançando os altiplanos celestiais.
Sem contradita, examinado o tema em apreço, infinito é o rol das questões que todos os dias tomam de assalto os viajores experimentando-os nas provas de resistência e na virtude da resignação nas avaliações a que se submetem os filhos do Altíssimo no cadinho da vida.
Lamenta-se registrar que na maioria das vezes, não se logra êxito no crisol da alma em evolução, e se auto permitem abater pelo pessimismo, pela raiva, pelo rancor, pela revolta, nos momentos em que se bate à porta do carro com força e o ódio de um gigante, saindo de casa ou do trabalho, com o carro “cantando” os pneus, agredindo os objetos inanimados que se tornam as “vítimas” primeiras da fúria.
Insatisfeitas ainda com procedimentos ignotos, as criaturas com o procedimento desventuroso esbravejam contra a Providência Divina, como se o Senhor da Vida fosse o culpado dos projetos que não alcançaram a plenitude.
Em verdade, quando os sonhos não se realizam, os projetos são adiados ou literalmente as “coisas” não dão certo, é porque não chegou a hora ainda. Ademais, pode ser produto das más escolhas no exercício do livre arbítrio, quem sabe da incúria do projetista ou da invigilância, meio pelo qual se desrespeita as leis da vida, esquecendo de se submeter nossa alma em constantes provas e expiações para a sua elevação moral e espiritual no caminho de aprimoramento.
Cogente, pois, que não se pode mudar as leis pétreas e delas necessitamos como fonte da vida para atravessarmos o mar revolto das provas e expiações por esse planeta sob a governança de Jesus. Nesse sentimento, não se olvide que quando se nasce não se está acompanhado de manual do proprietário, mas, para bem desempenhar as funções das provas e expiações, se recebe um corpo, para amá-lo ou detestá-lo.
Ama-se o corpo e eleva-se o espírito, quando se obedece às Leis de Deus, realizando a caminhada diária, afastando-se do tabagismo, dos alcoólicos, do furto, do roubo, da drogadição e dos crimes de todo jaez. Sob essa dicção, resulta adotar tudo o que o Homem de Nazaré recomendou ao iluminar a questão 621 de “O Livro dos Espíritos”, valendo dizer, segundo a segura orientação dos ditames inscritos na consciência do ser humano.
De toda forma, o corpo recebido como dádiva do Senhor do Universo é a única coisa que se tem certeza de possuir até o fim da viagem de provas e expiações por esse planeta na vestimenta física. Assim, aprendamos as lições destinadas às reformas interiores, aceitando-se que ao renascer as criaturas são imediatamente inscritas na escola informal chamada "Vida no Planeta Terra", convictos de que a proteção celeste está a postos.
Na análise e sedimentação do tema em apreço, é oportuno considerar um fator inevitável das provas da vida, que por mais amarga que possa ser, a verdade é que elas existem e não será lícito, em hipótese alguma descrer na Proteção Divina, mimetizando as provas de tal sorte que, mesmo os agnósticos se rendem a Misericórdia Divina, razão porque na licença dessa pena relatar uma ocorrência pública, portanto notória, sobre a inevitabilidade dos acontecimentos que submetem os alunos atenciosos nas provas da vida.
Tratava-se de um policial que tinha contato com a criminalidade, constatando com tristeza a existência de pessoas má violando seus irmãos de caminhada, e isso obnubilou seu coração, revoltando-o contra a Divindade. Petrificado os sentimentos diante das provas inevitáveis na função em que a vida lhe colocara, esquivara-se quando convocado a orar, no círculo familiar. Dizia ter perdido a fé no Criador e se interrogava onde estaria o Divino que permitia tantos crimes serem cometidos; afinal, onde estava o Deus bondoso quando aquele idoso, vivendo só, fora morto de forma tão cruel?
Sim, diante das duras provas que constava no seu protocolo de vida, em razão de seus encargos na sociedade civil, permitia mergulhar sua mente em investigações e ia a cada situação aziaga, descobrindo o pior do ser humano, e mais descrente ficava. Ele não podia compactuar com o culto, com as preces, as pregações e os hinos de louvor ou de súplica a que se entregava pacificamente a família.
Certo dia, porém, a escola primária da cidade onde residia foi invadida por dois terroristas armados e com uma bomba. Meu Deus, durante duas horas os meliantes mantiveram prisioneiras as crianças em uma sala, noventa e oito crianças e seus professores, ameaçando matá-los. Aconteceu que o corpo policial da cidade não estava ali para qualquer ação, porquanto estava em diligência a mais de duas horas de distância, atendendo uma também grave ocorrência.
Nesse interim, as ameaças dos invasores aterrorizavam. Primeiro, pediram um resgate sem precedente. Depois falavam que mataria todos e construiria um mundo novo. Os pais, bombeiros, alunos da escola de ensino médio, pessoas de outras cidades tudo ouviram no noticiário aterrador, que nada podendo fazer, prestaram-se de joelhos em prece fervorosa para o benefício daquelas vítimas. A proteção celeste sempre presente ocorreu, porque em certo momento de descuido de um dos terroristas, a bomba explodiu sem que os reféns perecessem.
Logo depois, a polícia técnica em seu laudo pericial disse que a bomba, era passível de ter explodido para os lados, atingindo a todos naquele sítio dos acontecimentos. Milagre, apesar dessa fatalidade, inexplicavelmente a bomba explodiu para cima, resultando que as únicas vítimas fatais, foram os terroristas. Claro, incontáveis foram os relatos das crianças que se disseram auxiliadas a saírem do local, por seus anjos de guarda, avós ou tios desencarnados, depois da explosão.
Ora, sim, sofreram ferimentos de natureza leve, mas estavam vivas. O que impressionou no episódio foi o fato de Ron, o policial inconformado com a Divindade, tinha dois filhos naquela escola, afirmando ao depois que se estivesse na cidade, ele teria invadido a escola, porque estava com muita raiva.
Temperamental que era o policial, confessou depois que teria sido desastroso. Precavido pelo Eterno, constatou as mãos de Deus protegendo as vidas por intercessão do auxílio espiritual relatado pelas crianças e o fato da ausência efetiva de ação policial, onde tudo contribuiu para que a tragédia fosse reduzida a somente duas mortes.
Esses fatores levou o policial Ron a reconsiderar sua maneira de pensar. Afinal, de retorno à cidade, em pânico, por ser informado do que estava acontecendo, entre a revolta e o desespero, pedira a Deus por seus filhos, pelos filhos de todos. Ele tinha certeza de que Deus ouvira.
Tanto ouvira que mandara seus mensageiros para acalmar os pequenos, para lhes dizer que tudo ficaria bem, permitindo que fossem conduzidos para fora da escola, por mãos invisíveis. Sem dúvida, quem ou o que poderá explicar essas ocorrências inevitáveis das provas, senão a presença da proteção Divina que cuida de todas as suas criaturas, consoante o que consta no filme “O milagre de Cokeville” pela redação do Momento Espírita de 08.02.2021.
Com fulcro nessa realidade da vida, fatores inevitáveis das existências para a evolução e aprimoramento da alma, ocorrem com os filhos do Eterno matriculados na Universidade da vida, impulsionando-os a lutar o bom combate para elevação de seu espírito em direção aos páramos celestiais.
Com esses sentimentos d’alma, segue nosso ósculo depositado em seus corações, em nome da oblata da fraternidade, anelando tenhamos um ótimo fim de semana em nome do Divino Jardineiro.
Do Amigo Fraterno de Sempre.
Jaime Facioli.