Enormes dificuldades se apresentaram no cenário das provas e expiações, no ano que se estorcega para vencer mais uma etapa da evolução das criaturas de Deus em direção aos páramos celestiais. Nesse cenário, inegável os abrolhos, as pedras e os atropelos no carreiro da viagem, como tem sido a pandemia que assolou o mundo com todas as suas forças, entibiando a sociedade humana ao ponto do desespero para aqueles que não tem fé.
Ora bem. São nos momentos das tempestades que as criaturas do Divino sentem-se enfraquecidas e anelam por uma edificação segura para suportarem os vendavais que a tudo parecem destruir; são as ocorrências aziagas convidando àqueles que ouvem as palavras do Divino mensageiro e as observa de tal sorte, podendo ser comparados aos homens prudentes quando edificam suas casas sobre a rocha, na linguagem evangélica.
Em verdade, quando chega a chuva com os ventos que sopram em fúria contra a casa edificada na fé, a tempestade não derrubará a casa construída sobre a rocha do amor, da fé e da confiança no Senhor do Universo, o Pai Celestial que a todas as suas criaturas cuida, sob os ditames da questão 963 de “O Livro dos Espíritos”.
Entretanto, merece considerar, sob a luz aurifulgente do Evangelho Redivivo do Cristo de Deus, que todo aquele que ouve suas palavras e não as observa, pode sim, ser comparado a um homem néscio, que edifica a sua casa sobre a areia fina, de sorte que quando chegarem as chuvas torrenciais, soprando os ventos com ferocidade, a casa edificada apenas na areia será atingida e soçobrara como resultado levara a ruina a frágil construção.
A alegoria proposta pelo Divino Galileu é esplendorosa, porquanto quem desejar construir um edifício seguro e sólido para suportar às intempéries, há de procurar um bom terreno, cavar os alicerces, bater e assentar sobre esses alicerces uma base de pedras para que os alicerces suportem o peso da casa quando os ventos e as tempestades açoitarem o edifício.
Oh! Meu Deus. Que não se deixe enganar a rasa filosofia dos viajantes da primeira hora, porque há aqueles que pelo comodismo não escolhem o terreno e nem cuidam dos alicerces, construindo em qualquer lugar, quando não à semelhança do marinheiro de primeira viagem, constrói a morada até mesmo sem os alicerces. Essas, são as casas que não oferecem segurança; tornam-se perigosas aos moradores, razão porque é indispensável ao construtor do futuro, se questionar o que se está programando para o porvir no terreno das provas e expiações.
Imagine-se, por ventura, o que se está fazendo com a areia e a rocha das crenças das existências e os valores éticos e morais? Será que se tem edificado a inolvidável existência sobre o terreno do materialismo, do consumismo, do gozo inconsequente, a ponto de comprometer-se e a pôr em ruínas a preciosa habitação.
Ah! Será que se imagina que tais bases sejam suficientes para suportar o peso das aflições, e das tormentas imprevisíveis dos dias tempestuosos das provas, engando-se na natureza desses alicerces, que em verdade são como areia movediça que quanto mais se agita, mais instável e liquefeito se tornam. Mas, ainda assim, se permitem construir a sua evolução sem o apoio no solo seguro da vida espiritual.
Desse modo, será crível aos viajantes desatentos, se iludirem com os valores da aparência, da vaidade, dos ganhos fáceis e das vantagens ainda que ignóbil, tudo levando o mundo interior à derrocada, uma vez que nos momentos de gozo ou aparente júbilo, a calmaria é como o preludio de borrascas que quando chegam, as casas construídas sobre a areia oferecem a falsa sensação de que estão seguras.
É sob o pálio dessa retórica que se anota a existência de um contingente incontável de corações destroçados, ansiosos e inseguros, em síntese apertada, almas vazias, considerando-se que permitem viver na era da ansiedade, da depressão, do suicídio, autênticas casas-almas em processo de desabamento.
Nessa análise fundamental, há que se rever as bases para que se possa desconstruir, e, se necessário, reconstruir os caminhos do amor em plenitude, consciente de que não há covardia ou fracasso em modificar a forma de pensar e de agir, máxime para redefinir a maneira de viver, elegendo-se valores nobres, significativos e verdadeiros.
Oh! Sim. É importante deixar para trás os terrenos arenosos, substituindo-os pela rocha segura sobre a qual se constrói a felicidade. Agora é a hora e o tempo, porque os dias se renovam e permitem a alteração do caminho sob a bandeira do bem, na luz do livro Parábolas e Ensinos de Jesus de Cairbar Schutel. Nesse sentido, é inegável que será sobre o roteiro da transformação das criaturas, onde se edificará a construção da morada dos filhos do Eterno, sobre a rocha.
Oportuno, pois, ciente de que uma vez acertado os passos sob a ágape do amor celeste, os filhos do Divino são convidados a meditar na Lei de Evolução e do Progresso, as quais todos sem exceção estão submetidos ao avanço que os aguardam no porvir.
Cogente desse modo, que nos momentos de instabilidade se reflita nos propósitos das existências, para na realização interior buscar a paz que os corações anelam com sofreguidão, se propondo, construir a morada segura, precavendo-se das tempestades da vida, para quando chegarem os vendavais das provas, se possa descansar em paz, com os compromissos retamente cumpridos, desfrutando um salutar repouso onde a consciência aplauda as atitudes adotadas.
Nesse sentido, descansar sim. Tirar férias é saudável e o espírito agradece enternecido. Mas fugir dos obstáculos jamais. Por isso, a emoção da pena pede licença para um apólogo a respeito de uma história educativa a respeito do tema, sedimentando os propósitos do opúsculo.
Conta-se que um senhor, em um dia de trabalho atormentado, experimentara todas as dificuldades que a vida pôde oferecer como se fosse uma borrasca em forma de dilúvio. Eram empregados desidiosos, títulos no cartório, faturamento em declínio, desentendimentos com os fornecedores. Tudo lhe corria em desalinho e parecia que o mundo iria desabar.
Um amigo sincero, vocacionado para a pureza do coração, como ensinou o Homem de Nazaré, acompanhou-o até sua casa ao final do expediente; ao entrarem no reduto do lar, construída a moradia sobre a rocha do amor, notou que o amigo entristecido tocara levemente num pinheiro, pinheiro que tinha plantado na entrada de sua residência, desses pinheiros comuns em época de natal, onde se costumam montar as árvores para celebrar a efeméride do Divino Jardineiro colocando-se os presentes. Pois bem. Realizado o simbolismo do toque de amor na arvorezinha, adentraram em seu lar.
Uma vez dentro do tugúrio, o homem preocupado, transformou-se de rosto e expressão em tormenta, modificou-se passando a estampar na face uma expressão de tranquilidade, de paz interior, de felicidade. As rugas das preocupações do dia, estampadas no rosto cederam lugar à expressão serena. Foi nesse momento que ele beijou a esposa, abraçou os filhos, perguntou-lhe sobre seu dia, conversaram sobre amenidades e assuntos que enobreciam o espírito, destituídos de relatos ou noticiários que entristecem a alma.
Foi assim que diante do pinheiro da felicidade que homenageava o natal, se fez ponto final nas desilusões e desesperanças do dia das provas acerbas. O filho de Deus, transformou-se em outro homem, de tal sorte que das preocupações do dia nada restavam. Curtiu literalmente a família. Somente a alegria e serenidade tomavam conta daquele lar abençoado.
Nesse cenário, o fiel companheiro que a tudo assistira, e que de certa forma participara dos momentos aziagas, admirou-se e espantado disse ao amigo: Querido, não posso crer no que vejo. A metamorfose sua é tão bela e radiosa que enternece o meu coração. Explique-me, como ocorreu essa transformação tão significativa? Como afinal você consegue essa proeza? Desejo também saber para quem sabe colocá-la em prática em minha vida. Sair das tristezas e das preocupações e entrar no reino da alegria, da paz e da felicidade.
O amigo confidenciou-lhe num largo sorriso. Tu viste na entrada da casa o meu pinheirinho? Ao entrarmos depositei lá todas as minhas preocupações e entrei para viver a alegria da família, a felicidade de estar nessa reencarnação. A oportunidade de poder resgatar meus débitos, de cumprir retamente com minha obrigação. A chance se ser feliz, é aqui e agora.
Amanhã pela manhã, quando eu sair, tocarei novamente no pinheiro e recolherei os meus problemas lá depositados e irei, devagar, lentamente resolvê-los, na fé em Deus convencido de que ele não dá aos seus filhos, carga maior do que eles possam suportar.
Cogente no trabalho realizar o melhor de nossa capacidade, com honestidade, sinceridade, dedicação e profissionalismo. Quando em casa, curtir a família, a esposa, os filhos, a fraternidade com os vizinhos. Quando em sociedade, na igreja de nossa devoção, nas viagens de férias ou nas festas que se participa, seja solidário. Esse é o pinheiro da felicidade, plantado sobre a rocha, no natal da vida, bela, colorida e consentida.
Com essas reflexões, recebam os amigos o ósculo em seus corações, com a oblata da fraternidade universal, anelando que tenham um ótimo fim de semana e uma excelente preparação para o natal sob o pinheiro na paz de Jesus.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.