A humanidade vive momento evolutivo com grande dificuldade e não raras vezes entibiam-se os viajores no carreiro das provas, se auto permitindo o abatimento, o desanimo e a desesperança, sem se darem conta de que são criaturas filhas do Altíssimo, razão porque o lenitivo para vencer as batalhas oferecidas para o progresso dos filhos do Eterno, sem contradita, é no dizer de Paulo, o apóstolo dos gentios, o bom combate, cientes de que o Pai Celeste não abandona nenhuma de suas criaturas, consoante as lições exaradas na questão número 963 de “O Livro dos Espírito”.
Desse modo, os profitentes atentos na lei de progresso, vocacionados nos planos da evolução, em trânsito pelo belíssimo planeta Terra, em provas e ou expiações, devem realizarem com denodo a luta do bom combate no tatame da existência, para suportarem as provas por mais amargas que sejam até vencerem as más inclinações, diante das opções que se fez no passado remoto, cujo marco perde-se na poeira dos tempos.
Sim. Os filhos da Divindade, saíram das mãos misericordiosas da Consciência Cósmica, simples e ignorantes; por livre escolha maculam seu prontuário com atitudes de improbidade, desviando-se dos sinceros propósitos iniciais das provas; todavia, essa escolha foi e, é de uma minoria que opta por esse caminho, sem obedecerem às diretrizes traçadas para o bom êxito na jornada evolutiva.
As atitudes ignotas atrasam os inscritos na Universidade da vida, para alcançarem os páramos celestiais, retardando nessas circunstâncias, a marcha progressista de incontáveis criaturas; apesar das ocorrências aziagas, emérita professora do aprendizado, ainda que pela dor, não impossibilita os avanços dos filhos do Senhor da Vida, porquanto, o Criador a todos permite pelas leis adrede estabelecidas, corrigir a rota e lutar o bom combate.
Nesse cenário, inegável na historiografia mundial, conforme consta da epístola de Paulo, o apóstolo aos Coríntios, notório como se sabe, árduas foram as batalhas estoicas do então Saulo, suas lutas, suas dificuldades e os vendavais que açoitavam as suas reformas intimas, até chegar ao ponto nodal da caminhada na busca da luz dourada do Excelso amigo de todas as horas, até poder afirmar com lhaneza que já não era mais ele quem vivia, mas o Cristo de Deus que nele vivia.
Sob o manto desse inaudito esforço, imortalizou os irmãos de caminhada na direção dos esplendores celestes, na expressão do “bom combate”, apresentado seu amor sublime, conforme contido no Livro II de Timóteo 4:7, quando convicto do tempo próximo do seu desencarne e reflexivo quanto aos seus feitos e o muito, ainda, necessário a ser realizado, confessou: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”. No fluxo desse ideário, sublime foi o momento em que o arauto do bem, alcança a luz dourada de Yehoshua expressando todo o seu sentimento, consoante consta em Gálatas 2.20: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus”.
Ora! Sim. Longe de se tratar de uma aliança com o ócio, frente às tempestades violentas, as borrascas de dificuldades que se apresentava nas questões tomentosas que lhe advinham na hora a hora, o procedimento do mensageiro do amor se revela na sensibilidade para a historicidade que se confunde com o tempo passado, presente, e futuro dos cristãos.
Deste modo, o arauto do bem preconizou a importância e a necessidade do verdadeiro cristão, hoje tanto como no passado dantanho, ser do primeiro ao último dia no corpo carnal, forte para os embates da existência, nas provas e expiações, de qualquer natureza, no trabalho, na saúde, no tálamo conjugal, em qualquer circunstância, jamais esmorecendo, mas guardando a certeza de que nada acontece por acaso, mas por uma causa, do mesmo modo que na reflexão de Leon Denis em seu alfarrábio, “o problema do ser, do destino e da dor”, com fulcro na doutrina do Divino pastor.
Bem por isso, o apodo de que é mais fácil carregar Jesus no peito, porque basta mandar confeccionar camisetas alusivas ao homem de Nazaré, mas, muito difícil é colocar o peito a serviço de Jesus, vivendo em plenitude as suas lições. Sob esse manto, é oportuno, que se vê aqui e acolá tentativas de fechar os olhos para as coisas de Deus, quando se ignora o combate e as dificuldades que se transfiguram em meros acontecimentos Divinos sem o controle da ação humana, dirimindo-se da real responsabilidade de seres atuantes no processo de melhora, pessoal, solidária e planetária.
Aos Espíritas, respeitosamente, não é justo examinar apenas à necessidade de distribuir a sopa para os esfaimados, possuir talentos especiais, ou mediunidade notória; é indispensável enxergar seus defeitos, colocar-se à prova diária no afã de combater os desalinhos, para usufruir os benefícios, para si, e concomitantemente distribuir a mancheias a todos que permeiam o seu campo magnético-fluídico.
Sem dúvida, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, alerta e chama a atenção para uma possibilidade ímpar de releitura dos atos e comportamento na liça do modelo de vida eleito. Trata-se de uma realidade fundamentada na célebre frase encontrada no Templo dedicado ao Deus Apolo, denominado Delfos, na Grécia e eternizada por Sócrates, ao conduzir os estudiosos à reflexão comedida das criaturas da Potestade, em profusão e em essência do Conhece-te a ti mesmo.
Travar o bom combate, na busca incessante de empreender novos passos em busca da Consciência Cósmica é imperativo e urgente em atendimento aos cânones sagrados das Leis Divinas. Servindo-se da despretensiosa retórica afim de alcançar a luz dourada obtida pelo apóstolo Paulo, conscientes de que na jornada das provas e expiações, há pedras e flores, não falta o suave perfume de Jesus. Inegável, pois, diante das provas diárias que não existe lugar para se enfraquecer os ânimos e perder as esperanças. É vero seguir sempre adiante na certeza de que o Pai Celestial cuida de todas as suas criaturas e na frente há luz aurifulgente iluminando a trajetória dos que buscam os caminhos dos esplendores celestes, confiantes de que as tempestades apenas preparam o terreno para as novas colheitas.
Na proposta de Paulo, o apóstolo, oxalá ninguém se perca no meio do caminho no bom combate, porque a promessa do Divino Galileu foi cumprida no dia 18.04.1857 nos Campos Elísios, na França, na livraria do Senhor Dante, de sorte a não se interromper a marcha do progresso, conscientes de que o destino dos filhos de Deus são os esplendores celestes através da evolução.
Não se permita jamais ficarem de braços cruzados quando os projetos existências não prosperarem, porque, entre o céu e a terra, há mais razões do que sonha a vã filosofia, sendo de bom tom não se lamentar nas quedas, fixar-se no aprendizado que elas possibilitam na escola da vida como fez o então Saulo de Tarso.
Há que se buscar novos horizontes diante das dificuldades das provas a que estão submetidos os filhos da Providência Divina em cumprimento à lei do Progresso, carregando nas malas da vida as lições aprendidas, pois as criaturas são o resultado de suas experiências do passado, ou sob outra dicção, na soma de suas reencarnações. Não há porque se abalar diante das tormentas. Segundo Emmanoel, tudo passa. Não se olvide o potencial que o Pai concede aos seus filhos dando forças para superarem qualquer dor.
Sem dúvidas, os filhos de Deus estão capacitados, habilitados e assistidos para atravessarem a escuridão. A coragem e a fé os faz enxergarem a luz que brilha na obra do Divino, como brilhou para Paulo de Tarso, mesmo quando se derrama lágrimas, passo a passo, siga-se o caminho, porque no bom combate não se alforria viver na matroca. Envolvidos nesse sentimento, os enfrentamentos dos abismos não afetarão as flores do caminho e os acúleos não impedirão o suave perfume do Nazareno estendendo as mãos no convite amoroso para se ir até Ele.
As dificuldades do dia a dia são instrumentos de elevação e valoração no que já se realizou e o quanto ainda se necessita da ferramenta do bom combate para o aprimoramento da evolução. As “perdas” e as preocupações nos tatames da vida não autorizam abandonar a esperança, porque ela é a chama acesa que renova os propósitos, e no lugar do desespero, faz nascer a prece nos corações amorosos em direção ao Pai Celestial que tudo provê, motivo da prédica de Jesus recomendando olhar os lírios e os pássaros do campo que não tecem nem fiam, mas mesmo assim o Pai de Misericórdia cuida deles.
Com esses sentimentos d’alma recebam os amigos de sempre, votos de muita paz e uma final de semana de alegria pela vida que é bela, colorida e consentida, com o ósculo da fraternidade em seus corações do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli