A vida na visão dos poetas é sempre um grande espetáculo. Cada um dos filhos de Deus, em trânsito por esse planeta de prova e expiação, vê os acontecimentos do dia a dia, pela luz de seus olhos nos acontecimentos que constitui a história sob o comando da Lei de Progresso.
Nessa senda, há aqueles que optam por ver sofrimento, desgraça e perdição enquanto outros elegem ver a beleza com que o Senhor da Vida emoldurou o planeta onde suas criaturas evoluem na escola das provas e expiações sob a égide da lei de progresso. Envolvidos nesses sentimentos, são gratos pelo que receberam, seja no corpo maravilhoso, os olhos como dois faróis para enxergarem as flores enternecendo os corações amorosos, com os quais contemplam o altar da natureza, desabrochando na beleza das flores, resplandecendo no autógrafo de Deus brindando seus filhos no grande espetáculo da vida, sempre bela, colorida e consentida.
A propósito da retórica, seria de bom alvitre relatar um fato pitoresco ocorrido na vida do poeta Olavo Bilac. Certa feita o dono de um pequeno comércio, amigo do memorável escritor, abordou-o na rua e foi logo dizendo: - Sr. Bilac estou precisando vender o meu sítio, que o senhor tão bem conhece. Será que o senhor poderia redigir o anúncio para o jornal? Sabe o senhor que não tenho muita intimidade com a pena e agradeceria o favor. Foi quando Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu:
"Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e margeantes águas de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda".
Passado algum tempo, o poeta pátrio topa com o amigo e a guisa de curiosidade, pergunta-lhe se havia vendido o sítio. A resposta foi inusitada. - Nem penso mais nisso - disse-lhe o amigo - quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha eu tinha nas mãos.
É vero. Todos os dias, o Senhor da Vida, enche de graças seus filhos amados, nada obstante, na cegueira espiritual em que se deleitam os desatentos, temporariamente sem religiosidade, não descobrem as coisas boas de que são portadores. O intróito, possibilita os sentimentos d’alma, atentos aos espetáculos da vida, para se examinar com ternura os avanços dos filhos do Altíssimo, sob a égide da Lei de Progresso, o quanto se progride em nome do amor imbatível amor.
Com efeito, a data em apreço, no calendário gregoriano, remete os filhos do Eterno a relembrarem a abolição da escravatura, avanço da sociedade em direção ao seu destino, máxime na pátria do cruzeiro, carinhosamente nominada pelo poeta pátrio Humberto de Campos, como Brasil, Pátria do Evangelho, Coração do Mundo, onde as criaturas procedentes de outros continentes pudessem desbravar todo o seu potencial de amor e trabalho em direção aos paramos celestiais.
In veritas, o episódio de avanço humanitário que marcou o espetáculo da vida, entre tantos outros, hoje, a ágape da presente data, no episódio da assinatura da Lei Áurea, no dia 13 de maio de 1888, selou um avanço da humanidade sob o beneplácito da Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel, eternizando-se como o Dia da Abolição.
Com fulcro nessa realidade, Kardec no capítulo da Lei de Sociedade, na obra inaugural do Espiritismo, foi contemplado pelos espíritos venerandos da codificação, com respostas iluminativas a respeito do papel dos seres humanos, criaturas gregárias, considerando que todos devem concorrer para o progresso, auxiliando-se mutuamente, porquanto os filhos do Eterno devem buscar a sociedade em atendimento aos imperativos da Lei do Progresso.
A
respeito desse avanço da sociedade civil organizada, no espetáculo da vida, na área dos sentimentos da Lei de Amor, Justiça e Caridade, materializando-se na assinatura da Lei da Abolição, é oportuno pontuar-se que, na prática a efetiva abolição da escravatura ocorreu gradualmente, sob as luzes das discussões que se deram ao longo do período imperial, ainda que sob pressão internacional do século XIX.
De qualquer sorte, naqueles tempos, o território brasileiro experimentava os acúleos dos avanços humanitário para a abolição da escravatura, imprimindo nas mentes mais esclarecidas os sentimentos de fraternidade, compaixão e amor pelas criaturas de Deus, com destaque para a Inglaterra, quando a sociedade civil mergulha nas lições do Divino Raboni para amar o próximo como a si mesmo. Dessa forma, na primeira metade do século XIX as discussões concentravam-se na abolição do tráfico humano, e somente a partir do ano de 1850 cresceram as pressões exteriores no sentido de proibirem terminantemente a própria escravidão.
Imperativo, pois, ainda que estreita a homenagem dessa pena, ao avanço das criaturas do Senhor do Universo, o fato é que em sã consciência diante dos recursos de que dispõe a sociedade civil contemporânea, não se permite esquecer que o episódio histórico em apreço, foi sim, um espetáculo da vida em direção ao reto cumprimento da Lei de Progreso, sob os cânones das Leis Divina que merece ser celebrado.
Oh! Meu Deus. Sim. Que benção é valorizar tudo o que se possui, desde os avanços primevo da sociedade civil, o transcurso da evolução com as luzes das ciências, presente está a valoração da vida da pessoa que transita com os viajantes das estrelas, seja a esposa, os filhos, os netos, ou aqueles com quem moureja, se permutam experiências, alegrias, dores em busca do amor em plenitude, explodindo no espetáculo da vida na Lei de Amor, conjugando o verbo amar em todos os tempos modos e pessoas, o carreiro dos esplendores celestes em nome de Yeshua.
Com esses sentimentos d’alma, não se olvide do trabalho que o Senhor da vida faculta, o conhecimento que se adquire, a saúde de que se faz portador, enfim, tudo aquilo que o Pai Celestial concede para o grande espetáculo da vida. Sob o beneplácito desse olhar do Senhor do Universo, a vida é bela, colorida e consentida, proporcionando as criaturas o crescimento espiritual. O amigo de Olavo Bilac passou a ver a vida pela luz de seus olhos.
Não há contradita, é da pedagogia da vida em direção aos páramos celestiais o acerto e o erro. Quando acertamos estamos subindo os degraus da felicidade. Quando erramos, a lição serve para corrigir a não incidir mais no desengano. Assim, seja um batalhador, não importa o que aconteça. Evocamos a figura do apóstolo Paulo. Todos sabem que no proscênio da sua religiosidade, ele, homem de família nobre, rico, culto, um dos rabinos da igreja ortodoxa, de uma inteligência incomparável, converteu-se na estrada e Damasco. Quando o Cristo de Deus apareceu para ele com sua luz radiosa, cegou-o. Ele caiu da sua montaria, e sem questionar, de joelhos disse na mais sublime doçura: Oh! Mestre. “ Que queres que eu faça? ”.
Crível, portanto, a recomendação do apóstolo Paulo para “lutar o bom combate”. Nesse arrazoado, sim, a escolha é dos viajores da felicidade no uso do livre arbítrio, na incansável jornada do progresso, cuja conduta dita os rumos da sociedade, para escolherem no recenseamento das opções das provas do caminho, abolirem os comportamentos ignotos, estruturados em conduta ignóbil.
E
ssa, sem embargos, a conduta que abre as portas do coração para a abolição dos filhos do Eterno, libertando de a escravatura do mau proceder, das guerras, dos roubos, dos furtos, e os crimes de todo jaez, tanto como os vícios de todo gênero encontrados nas estradas obinubiladas do caminho, para libertos da escravatura, contemplarem o imenso espetáculo da vida, anelando em breve porvir habitar o planeta cujo alvorecer se anuncia nas hostes da regeneração.
Há que se encontrar um oásis em seu deserto, porquanto os perdedores veem os raios que queimam incessantemente. Os vencedores observam na chuva a oportunidade de cultivar. Os perdedores paralisam-se diante das perdas e dos fracassos. Os vencedores começam tudo de novo. Nesse sentir, a escolha é do ser humano consciente e livre das amarras dos vícios de todo jaez.
Jamais desista de ser feliz. Lute pelos seus sonhos. Seja apaixonado pela vida, pois a vida é um espetáculo imperdível. Os filhos de Deus em busca da perfeição, atendem o convite do Divino Jardineiro para serem perfeitos, muito embora se saiba que a perfeição absoluta somente pertence ao Senhor da Vida, sem prejuízo de se esforçarem para serem perfectíveis. Em outras palavras, busque incessantemente dar e fazer o melhor de sua capacidade para conseguir as láureas da vida bela, colorida e consentida. É na natureza humana por essa mesma razão, viver em sociedade.
Ouvir, Oh! Meu Deus. Quantas pessoas carentes esperando que alguém ouça as suas súplicas iluminem suas dúvidas, ofereça-lhe a palavra dulcificada que consola. Dê-lhe novo ânimo diante de uma “desventura”. O mundo inteiro carece do amor, imbatível amor. Por essa razão O Divino Jardineiro veio a este Orbi. Trazer a Lei de Amor, de Justiça e de Caridade. Devemos, sempre, valer-nos das relações humanas para realizar o bem que nos aguarda, pois, todo o benefício que se lança ao próximo advogará em breve porvir a favor do benfeitor.
Afinal, viver é relacionar-se, envolver-se profundamente na família, na sociedade civil organizada, no contato diário com os irmãos, no trabalho na escola, nos fóruns da vida. Onde esteja presente um dos nossos irmãos, será oportunidade d’ouro para mostrar alegria, sorriso e o brilho recomendado pelo Nazareno ao estabelecer o “Que brilhe a vossa Luz”.
Recordamos Jesus. Sempre alegre. Eu sou a luz do mundo, aquele que me segue não viverá na escuridão, mas terá toda a luz da vida. Presciente dos acontecimentos futuros que lhe haveriam de impor no seu trajeto das dozes estações do calvário, estoicamente suportou as dores, e, assim mesmo, muito tempo antes bailou alegremente nas bodas de Canaã, pois ter alegria é ter paz.
No dizer do espírito benfeitor da humanidade, Joanna de Ângelis, o proceder do homem feliz deve deixar pegadas luminosas nos caminhos por onde passam a fim de servir de guia e luz para aqueles que vêm na retaguarda. Impregnados nos sentimentos d’alma, com esses conceitos, segue o ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade em nome do Divino Galileu, com votos de um ótimo final de semana.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli