As criaturas do Eterno, indistintamente na grande viagem de provas e expiações, trazem consigo no imo de sua alma o propósito de crescerem, evoluírem e encontrarem a paz que anelam seus corações. Apesar desses lhanozos objetivos, não raras vezes deixam-se levar pelo açodamento das provas e literalmente, em uma linguagem rasa, passam lotados diante de acontecimentos nobres que expõem a beleza da vida, bela, colorida e consentida, aonde o Senhor do Universo depositou o selo de sua autoria, seja na natureza exuberante no desabrochar das flores, ainda que seja na frincha de uma rocha ao desnudar toda a sua formosura.
Oh! Meu Deus. É a beleza das cores de um arco íris, a chuva que cai de mansinho fortalecendo a vida e a lavoura, repletando os reservatórios do líquido precioso que em ebulição se transforma em vapor elevando-se aos céus, para novamente esparramar-se no planeta reverdecendo a terra em tonalidades mil, a tudo assistido pelo sol dourado de quinta grandeza, tudo sob a chancela do Criador.
É cogente que os viajantes da felicidade, transitando pelas estrelas, utilize da ciência da observação e não se permita o descompasso e o desalinho com a realidade ensinada por Yehoshua sob o arrimo do amor em plenitude, caminho, verdade e vida.
Nesse contexto, observando-se as graciosas pérolas que saem das mãos do criador em chuva de bênçãos, seus filhos, pelos poderosos microscópios eletrônicos, se pode ver o encontro do gameta com o óvulo, na gênese do ser humano, com cerca de 40 trilhões de células, na singeleza de sua constituição, entre as miríades funções, faz o coração pulsar incessantemente por centena de anos sem que o seu portador se dê conta das infinitas bênçãos que ocorrem no silêncio do cumprimento de suas funções, na beleza da vida.
Sob o pálio dessa realidade, incontáveis criaturas do Divino, viajando pelas veredas da existência das provas ou das expiações, ainda não despertaram para a realidade existencial no aprofundamento do bisturi do conhecimento, a fim de emularem-se na análise dos objetivos e o sentido da vida, sempre bela, colorida e consentida.
É, sob esse manto que os desatentos não dão valor as infinitas graças oferecidas pelo Eterno e advogam ser a vida repleta de dificuldades, obstáculos, pedras no caminho, senão as riquezas distribuídas desigualmente, quando não a existência de criaturas portadoras de enfermidades cruciais, enquanto outras gozam de saúde plena. Bem por isso, pode-se asseverar que uma das dificuldades do ser humano, quando na sabatina das provas, escolhe a porta larga para transitar, e, ao exercitar o livre arbítrio, optam pelo lado escuro das provas.
Assim procedem com a mais absoluta ausência do sentido que dê valoração e colorido à existência, proporcionando jornadear pelas estrelas num bom combate, consoante a proposta de Paulo, o apóstolo aos coríntios, sob a perspectiva do futuro como lecionou o Divino Pastor. A incompreensão dos desatentos do caminho, como se não tivesse olhos para ver as belezas que todos os dias iluminam e embelezam o altar da natureza, acontece com aqueles que mesmo vendo não se dão conta das graças que chegam a todo momento proporcionadas pelo Senhor do Universo.
Bem por isso, é oportuno o momento para sedimentar o apólogo, em um acontecimento real ocorrido na estação do metrô de Nova York, sob a iniciativa do jornal The Washington Post, consoante narrativa incerta na Redação do Momento Espírita, a partir de comentário de Willian Hazlitt, como também consta da Internet, e está disponível na Agenda do Momento Espírita 2020 em 13.07.2021; o discurso parodiado pela pena, tem o caráter de não ferir o objetivo do texto da aparência e o selo do amor na epistola em comento.
Trata-se de uma experiência internacional, sobre o tema das “aparências” focando acontecimentos diários na vida dos transeuntes pelo planeta Terra, esclarecendo à saciedade, que era uma manhã qualquer, quando uma pessoa em trajes simples, vestindo jeans, camiseta e boné, acomoda-se displicentemente na estação do metrô, tira o violino da caixa que carregava e começa a tocar com entusiasmo para a multidão de pessoas que por ali passava com pressa, na hora do rush matinal em busca do trabalho que buscavam com sofreguidão no interesse do reto proceder.
Sucedeu que povoléo, na pressa do momento, não se deu conta da linda melodia que repletava o ambiente de ternura, e por quarenta e cinco minutos o personagem tocou com emoção e enlevo sem que a plateia açodada se dignasse a ouvir, ignorando por completo os acordes musicais de rara beleza.
O ponto pitoresco do fato notório em apreço, onde as vestimentas simples do musico não mereceram atenção do público, e nem mesmo se emocionaram com a melodia angelical ou a maestria com que as notas musicais extraídas do violino alcançavam a perfeição, foi o fato de que ninguém sabia que o artista ignorado era um dos melhores violinistas do mundo.
Tratava-se Joshua Bell, renomado violinista que estava executando peças musicais consagradas, num instrumento raríssimo, um Stradivarius, fabricado por Antonio Stradivarius nos idos tempos de 1707, em Cremona, na Itália, cujo preço é estimado em mais de três milhões de dólares, e, mais, nos dias que antecederam o acontecimento narrado, Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custaram o expressivo valor de mil dólares.
Ora sim. A experiência no metrô em apreço foi gravada em vídeo, mostrando homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, todos indiferentes a pureza do som do precioso violino e do artista famoso; desse modo, se conclui na perspectiva da pena, que as “aparências” não necessitam do selo do seu autor para serem reconhecidas nas obras da criação. Em verdade, basta olhar os pássaros dos campos e os lírios, eles não tecem e nem fiam nas palavras do missionário do amor, Jesus de Nazaré, mas todas as coisas que saem das mãos do Criador têm o selo da Divindade.
A pressa desnatura ouvir o trinado dos pássaros, o pulsar dos corações, as cores do arco-íris, e o encanto da vida, bela, colorida e consentida, sendo indispensável aprender a se valorizar também, tudo que não tem preço na etiqueta, porque não se compra com os valores materiais, mas, com a moeda do amor, da amizade, da afeição e da dedicação, tanto como o raio do sol, as gotas de chuva, a canção do vento que ninguém sabe de onde vem ou para onde vai, o ar que se respira o verde das árvores e o colorido das flores, porquê e tudo grátis, dadiva do Senhor da Vida.
Em síntese apertada, a valoração da vida com o seu sentido nobilíssimo, merece um epílogo das criaturas possuidoras dos recursos espirituais ou materiais, que aproveitem as oportunidades concedidas pelo Senhor da Vida, para serem felizes; valorizem a bendita oportunidade da reencarnação e sintam em seus corações o suave perfume do Divino Jardineiro, celebrando e homenageando a vida, com a sensibilidade de viajores das estrelas, certo de que Jesus é o caminho, a verdade e a vida que conduz aos esplendores celestes.
Ponto finalizando, exortemos a prece poema de São Francisco de Assis, aos corações amorosos a profunda reflexão da valoração da vida, consoante sua declamação de amor, ao imortalizar o sentido da existência declamando:
“Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; onde houver ofensa, que eu leve o perdão; onde houver discórdia, que eu leve a união; onde houver dúvida, que eu leve a fé; onde houver erro, que eu leve a verdade; onde houver desespero, que eu leve a esperança; onde houver tristeza, que eu leve a alegria; onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna”.
Com esses sentimentos d’alma, segue o ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo Fraterno de sempre.
- Jaime Facioli -