O Planeta Terra, onde os filhos de Deus estagiam para evolução, possui todos os ingredientes indispensáveis destinados ao crescimento moral e intelectual das criaturas. Foi preparado pelos venerandos espíritos, sob a coordenação amorosa do Divino Galileu, para oferecer as condições indispensáveis ao progresso.
Da mesma sorte, toda a ocorrência que acontece na vida de provas e expiações, tem o mesmo caráter, vale dizer, tornar possível a evolução dos filhos da Providência Divina até completarem a viagem de provas e expiações e encontrarem os esplendores celestes.
Nada obstante essa dádiva, é lugar comum aos filhos a Majestade Divina, candidatos à felicidade, interrogarem-se em alto e bom som: “O que eu fiz para merecer isso? Por que Deus tinha que fazer isso justo comigo? Meu Deus! Tudo que acontece errado é comigo! Alguns mais ousados, de tanto os seus projetos não se realizarem no tempo previsto, vaticinam em extremo reproche: Até parece que atirei pedra na cruz!
A verdade, porém, é bem outra. As dificuldades que fazem parte da estrada da vida, são alavancas poderosas que faz crescer e evoluírem os interessados no progresso. Não se pode acusar a Divindade pelos desalinhos, insucessos ou desventura. Nesse caso, é oportuno recordar o escritor inolvidável, Antoine de Saint-Exupéry, ao estabelecer o aforisma de que: “Tu serás eternamente responsável por tudo que cativas”.
Nessa reflexão, fácil é concluir que não é licito acusar a Providência Divina pelos desalinhos que a vida oferece por intermédio do método pedagógico para as provas de resistência, no desenvolvimento da inteligência e elevação espiritual aos candidatos à felicidade, viajantes das estrelas em busca dos páramos celestiais.
O Divino Jardineiro em suas prédicas, presciente dessa realidade, delineou a questão em apreço, exortando aos irmãos menores que olhassem os lírios e os pássaros do campo, ensinando que eles não tecem e nem fiam, entretanto nem Salomão, no esplendor de sua gloria vestiu-se como eles.
Nesse sentido, ainda que seja em rasa comparação, utilizando da similitude da prédica, pode-se pedir licença para dizer que O pai Celeste trabalha sob a égide da mesma bandeira. Desse modo, não é incomum suas criaturas se perguntarem o porquê dos desalentos, ou qual a razão de se experimentar esses momentos aziagas nas provas da existência, mas, Deus sabe a razão das provas e no fundo, ínsito nas almas também está a causa e o motivo das pedras do caminho.
Bem por isso, nas profundezas abissais dos sentimentos dos viajantes das estrelas, cabem, isso sim, confiar nEle e todas as provas amargas mostrarão o seu o propósito definido pelo Pai Celestial, pois no seu imenso amor por suas criaturas é inefável que Ele, o Pai Celeste manda flores em todas as Primaveras aos seus filhos.
De mesmo modo é Ele quem oferece o nascer o sol todas as manhãs, convidando suas criaturas a conversarem com sua Potestade, pois o Senhor da Vida está sempre pronto a ouvir, afinal o criador é Onipotente, Onipresente e Onisciente, está em todo o universo, mesmo assim, escolheu habitar os corações de seus filhos.
Nesse sentir, a tertúlia evangélica na exortação de Jesus, Mateus 6:28, adverte os aprendizes da felicidade contra as inquietações improdutivas, sem compelir os profitentes à ociosidade.
Sim. Os lírios do campo, destinam-se a evidenciarem as adversidades de que são constituídos os candidatos a felicidade e revelam seu esforço, sem afligirem a esperança, ao incentivarem os interessados a emularem-se no exercício da paciência, como fazem os lírios do campo desde a germinação, no próprio desenvolvimento, abstendo-se de agitações pela conquista de reservas desnecessárias com receio do futuro, eis que por sua própria natureza sente instintivamente os suprimentos da vida.
É afirmativo. Eles não fiam nem tecem, para mostrarem a formosura que os caracteriza, todavia, não desdenham fazer o que podem, a fim de cooperar no enriquecimento do esforço humano. Não se preocupam em serem gerânios ou cravos, e sim aceitam-se na configuração e na essência de que se viram formados, segundo os princípios da espécie.
Da mesma sorte, não cogitam de criticar as outras plantas que lhes ocupam a vizinhança, deixando a cada uma o direito de serem elas mesmas, nas atividades que lhes dizem respeito à própria destinação; admitem o calor, o frio, o vento e a chuva, em verdade, deles aproveitam tudo que lhes possam doar de útil, sem se queixarem dos supostos excessos em que se exprimam.
Não indagam quanto à condição ou à posição daqueles a quem consigam prestar serviço, seja acrescentando beleza e perfume à Terra ou ornamentando festas e colaborando no interesse das criaturas em valor de mercado.
Inegável, sobretudo, que desabrocham e servem, no lugar em que foram situados pela Sabedoria Divina, através das forças da natureza, ainda mesmo quando tragam as raízes mergulhadas no pântano.
Meu Deus! Sem contradita, os espíritos não são elementos do reino vegetal, mas como criaturas do Eterno, podem sim, aprenderem com os lírios do campo, aceitarem com serenidade a paz e o trabalho, com suas responsabilidades e privilégios do discernimento, na dimensão em que sentem nas profundezas de seu ser que a vida é bela, colorida e consentida.
Em síntese apertada, os conceitos sub oculis não são da pena, mas foram colhidos no jardim da vida, nas memoráveis prédicas do Espírito EMMANUEL pelo Médium Francisco Cândido Xavier no Livro: "Aulas da Vida".
Ponto finalizando, anote-se que a lição do “Olhai os Lírios do Campo” trazem mensagem de verdadeira felicidade, seja nas coisas simples das provas, sem o apego aos bens materiais, e porque, há que se viver com estoicismo no enfrentamento das provas destinadas a elevação moral e espiritual, conscientes de que tudo, absolutamente tudo, depende da soberana decisão de cada criatura, ser personalíssimo no uso do livre arbítrio, na escolha que realiza como candidato à felicidade, sem choro nem vela, diante das tempestades, mas examinando com denodo os lírios e os pássaros do campo.
Com esses sentimentos d’alma, segue o ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade universal, desejando um ótimo fim de semana em nome do amigo e companheiro de todas as horas, Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.