Uma das virtudes a ser cultivada pelos filhos da Providência Divina, sem dúvida é a resignação. Assevere-se, por isso, que na trajetória de todos os seres em provas e expiações por esse planeta de Deus, jamais se estaciona na desilusão.
Quando os sonhos se entibiam, fenecendo as esperanças pelo instrumento das dores, ferramenta de aprendizado na dinâmica da vida de prova e expiações, hebetam-se as criaturas levando-os a blasfemarem contra o Senhor da Vida; inconteste que essa é a hora de resignar-se com as ocorrências da existência. Bem por isso, os prosélitos da doutrina espírita certamente sabem, e muito bem, a lição do Divino Galileu: Não cai uma folha da árvore se não for pala vontade do Pai que está no Céu.
Ah, sim, nada é por acaso, mas em verdade tudo tem uma causa perfeitamente delineada nos planos da Potestade, e, quando apesar dos esforços dos profitentes em prol da melhora para alcançar os projetos pulcros ou os sonhos tantas vezes acalentados nas esperanças, que por momentos fugidios desaparecerem, não se imagine os viajantes se tornem desditoso, em razão dos projetos de provas, momentaneamente infrutíferos que resultam no niilismo.
Oh! Não. É um ledo engano que cometem os que assim procedem. A verdade é bem outra, porque essa é a hora de se buscar as causas dos destemperos nas existências anteriores e lá se encontrará o lenitivo salutar que justifica e esclarece o que acontece no presente das provas das vidas. Sim, é vero, resignação ou revolta com os acontecimentos, essa é a escolha e decisão que cabe às criaturas do Eterno no exercício de livre arbítrio.
Optando-se pela revolta, certamente a conduta eleita será a de amaldiçoar o Criador. Todavia, se o caminho escolhido for o da resignação, do estoicismo, não restará dúvida de que se estará resgatando o passado comprometedor, pois a Consciência Cósmica, o Senhor do Universo, todo Poderoso, Onipotente, Onisciente e Onipresente nas vidas de seus filhos, cuida de tudo que necessitam.
Com efeito, sob esse pálio também a razão do Divino Jardineiro, ditar a regra áurea da vida, no átrio das provas e expiações ao recomendar os profitentes a olharem os lírios e os pássaros do campo, porque eles não tecem e não fiam, mas mesmo assim, nem Salomão vestiu-se como eles.
Sem contradita, sob o fluxo dessa reflexão, os sentimentos do espírito benfeitor da humanidade, Hammed, no livro sob a psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto, “Renovando Atitudes”, sedimenta os caminhos para o estoicismo, alicerce da resignação, destinada aos interessados no carreiro para se tornarem dignos de alçar voo aos páramos celestiais. Certamente os homens no exercício do seu livre arbítrio podem abrandar ou aumentar a amargura das suas provas pela maneira que encaram a vida terrestre. Assim, é de bom alvitre em todo tempo e lugar, contentar-se com a posição em que se encontra, sem invejar a dos demais viajantes em provas.
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a mesma forma, atenuar a impressão moral dos reveses e das decepções que se experimenta nas provas e expiações, conscientiza o aprendiz a ser instrumento de elevação espiritual, aceitando as responsabilidades das ocorrências aziagas, como elas forem apresentadas pelo Pai Celestial, demonstração autêntica de estoicismo na senda das provas, cônscio da paz e da lucidez mental que alforria visualizar o ponto principal da partida, para lograr êxito na materialização do projeto de transformação interior.
Nesse caso, o óbvio é ululante, porque somente se logra êxito em modificar aquilo que se admite ser capaz, e de ver claramente no candidato interessado no projeto de reforma interior em si mesmo, e, não na imagem de outrem. Bem por isso, sem contradita, há muitos candidatos à felicidade em desvario, fantasiando o que pode ser, sem conviver com a pessoa real. Oh, nesse proceder, desgasta-se energia carregando uma série de máscaras como se fossem utilitários permanentes.
Entretanto, quando a postura é de aceitação da vida, em qualquer circunstância, sempre bela, colorida e consentida, é o ícone característico do amadurecimento, da serenidade, da firmeza e do equilíbrio, à qual se soma o estímulo já conquistado no senso de justiça, enxergando a vida através do prisma da eternidade.
Trata-se de indivíduos que retêm um considerável “coeficiente evolutivo”, do qual se deduz que já possuem um potencial de aceitação, porquanto aprenderam a respeitar os mecanismos da vida, acumulando pacificamente as experiências necessárias ao amadurecimento e desenvolvimento espiritual. Contrário senso, quando não se enfrenta os fatos existenciais com aceitação, cria-se uma estrutura mental de defesa, pretexto com o qual se acusa a outrem ou se elege a Divindade para sustentar a própria insensatez.
As criaturas do Eterno, quando se permitem ser conduzidas pelo verbo reagir em atitudes de negação, transformam-se em molas que estimulam os golpes contra o espírito, atitude considerada como fenômeno psicológico de “reação natural e instintiva” às dores, conflitos, mudanças, perdas e deserções, procurando por algum tempo aliviarem os abalos das provas, até que possam reunir novas resistências capazes de enfrentarem os desafios, aceitando-os oportune tempore.
Diz-se na liça da existência em provas que se trata de teimosia, conceito que abraça uma escusa de que não se está mentindo para o próprio ser, até porque, “negar não é mentir”, mas não se permitir “tomar consciência” da realidade.
Nessa narrativa, quiçá seja um mecanismo de defesa e possa servir por algum tempo, mas o fato é que depois que essa estratégia passa e impede o crescimento que levam os candidatos à felicidade, pode sim, alcançar os anseios de elevação e progresso.
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esse ensejo, é crível recordar que a auto aceitação significa aceitar o que se é, ou sob outra dicção, confiar na Consciência Cósmica, resignar-se com o que Deus oferece pois é exatamente o que seus filhos necessitam para o crescimento, afinal Ele é onisciente, onipresente e onisciente.
Cogente, pois, olhar com atenção as ocorrências do dia a dia nos acontecimentos inevitáveis, medida justa para se emular na resignação ao iniciar o processo do fim da rivalidade com o próprio ser nos abrolhos do caminho, e, por óbvio, a partir do ponto nodal, ficar-se-á do lado
da realidade da vida, bela, colorida e consentida.
Sim. Em nome desses sentimentos d’alma, as criaturas do Eterno, podem abrandar ou aumentar a resiliência das provas pela maneira com que encaram a vida terrestre. Aceitação é uma maneira nova de enfrentar as circunstâncias de avaliação em nome da força do progresso para encontrar os espaços, e não limites na alma até então restrita, máxime porque a “vida terrestre” nada mais é do que o relacionar-se consigo mesmo, com os imbróglios do caminho e com os outros no contexto social em que se vive.
Aceitar-se, é ouvir calmamente as sugestões do mundo, prestando atenção nos “donos da verdade” e admitindo o modo de ser dos outros, mas permanecer respeitando a si próprio para ser o que realmente se é, realizando o que for adequado para um em particular consciente de ser criatura personalíssima.
Tendo em vista essa realidade, conclui-se que aceitação não é adaptar-se a um modo conformista e triste de como tudo vem acontecendo, nem suportar e permitir qualquer tipo de desrespeito ou abuso à nossa pessoa; antes, é ter a habilidade necessária para admitir realidades, avaliar acontecimentos e promover mudanças, solucionando assim os conflitos existenciais. No dizer de Hammed é sempre caminhar com autonomia para poder atingir os objetivos pretendidos.
Seja, pois, o instrumento de resignação uma ferramenta de amor em nossas vidas para que se possa ter em mente que essa virtude, esse estoicismo é uma arte da aceitação dos desígnios de Deus, em obediência a Lei de Justiça, Amor e caridade que o Divino Jardineiro trouxe a humanidade sequiosa de conhecer os seus destinos.
Com esses sentimentos d’alma, segue o ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade, anelando utilizar a virtude da resignação com os reveses das provas, confiantes de haurirmos um ótimo fim de semana em nome do Homem de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.