A virtude anelada pelos filhos da Providência Divina é a resignação, irmã gêmea do estoicismo, luz para a compreensão das provas, na busca incessante para se saber de onde as criaturas vêm, para onde vão e qual o propósito dessa jornada, que apesar dos vendavais e dos atropelos do carreiro, os corações amorosos nominam de abençoada, porque atende aos cânones do progresso respeitando a lei de evolução.
Sim, é fato que quando os sonhos são desfeitos, as esperanças fenecem pelas dores, instrumento de aprendizado na dinâmica da vida de provas e expiações, as criaturas em aprendizado blasfemam contra o Senhor da Vida; essa é a hora da resignação, consciente de que a Providência Divina sabe o que faz e provê tudo de que seus filhos necessitam para atravessar o mar bravio dos vendavais.
É a propósito o que dispõe a questão 963 de “O Livro dos Espíritos”, ainda que não se atenda de imediato todos os reclamos de quem suplica, o fato é que, nada do que efetivamente seus filhos necessitam Ele deixa de conceder, sem o que não teria sentido, a orientação de Yeshua ao estabelecer o que tudo que pedires ao meu pai em meu nome Ele vo-lo dará. Da mesma forma, Jesus estabeleceu a lição de que não cai uma folha da árvore se não for pala vontade do Pai que está no Céu.
Ora, sim. Nada, portanto, é por acaso. Ao contrário, tudo tem uma causa perfeitamente delineada nos planos da Potestade, e, quando apesar dos esforços em prol de melhora das viajantes da felicidade nos projetos pulcros ou dos sonhos tantas vezes acalentados sinta a esperança desaparecer, é comezinho acontecer se imaginar a desdita ou que os projetos infrutíferos.
Que ledo engano cometem os que assim procedem. Em verdade, é o caso e a hora de se buscar nas raizes dos destemperos ocorridos nas existências anteriores, a fonte das razões que justifiquem as tempestades nas provas e ou expiações do presente, mediante o convite para a resignação, tendo como foco a luz aurifulgente que ilumina e pacifica a revolta das desídias do pretérito.
Essa é a decisão que cabe aos homens no exercício de livre arbítrio. Se, se optar pela revolta, certamente se amaldiçoará o Criador. Se o caminho eleito for a resignação, não restará dúvida de que se estará resgatando o passado comprometedor, pois a Consciência Cósmica, Onipotente, Onisciente e Onipresente em nossas vidas, com a bandeira da Misericórdia abençoará seus filhos transviados.
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osto isso, é crível conjecturar seja essa uma das razões, do Divino Jardineiro ditar a regra pétrea das provas na “lição do “Olhai os lírios e os pássaros do campo, eles não tecem e não fiam, mas mesmo assim, nem Salomão no esplendor de sua glória vestiu-se como eles”.
Sim. No fluxo dessa reflexão, o espírito Hammed, no alfarrábio “Renovando Atitudes”, com psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto, sedimenta os caminhos da resignação a ser percorrido para se alcançar a meta dos páramos celestiais, conscientes de que as criaturas humanas, no exercício do seu livre arbítrio podem abrandar ou aumentar as tempestades das provas pela maneira que encaram a vida terrestre.
Desse modo, é de bom alvitre em todo tempo e lugar, contentar-se com sua posição sem invejar a dos outros. A proposta objetivada é a de atenuar a impressão moral dos reveses e das decepções que se experimenta nas provas e expiações, mediante o instrumento de elevação espiritual.
Desfraldar a bandeira do amor, é aceitar a realidade como ela se apresenta em benefício das provas, visualizando o ponto nodal da partida, mediante a transformação interior do viandante em busca da paz, ao desvestir as fantasias do persona para evitar o desgaste das energias, quando carrega máscaras como se fossem utilitários permanentes.
Sensato, pois, sob o tema sub-oculis, considerar que as criaturas do Divino em trânsito pelas provas e expiações, considere a importância de ser estóico, atributo da resignação, diante dos reveses e das decepções que se experimenta na turnê em busca da felicidade enquanto se ilumina na claridade aurifulgente de Jesus de Nazaré, elevando-se as cumeadas do amor por ele proclamada para todo o sempre, mediante o instrumento de elevação espiritual do amar ao próximo como a si mesmo.
No prólogo do tema em exame, é digno anotar que o amor, sublime amor, intrinsicamente desfralda a bandeira da ternura pelo caminho, perpetrando o valor da oportunidade da reencarnação, porquanto a palavra amar é um verbo, cuja manifestação verbal ou escrita está destinada a exteriorizar as ideias, reflexos dos pensamentos e os sentimentos d’alma com o poder incomensurável na ordem de sua grandeza, expressão que Jesus fez dela uma lei, a lei do amor, o sublime código da vida.
Lamentavelmente, na sociedade moderna, incontáveis vezes não se mede o impacto que as palavras podem ter no interlocutor. Na ausência da vigilância se diz coisas ou narra-se fatos sem o mínimo cuidado. Por conta desse procedimento sem a vigilância dos sentimentos, fere-se e ofende a outrem provocando no irmão de caminhada uma cizânia nos relacionamentos e no bem-estar da convivência social.
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esse modo, para não tornar as palavras armas destrutivas, é preciso transformar as expressões de forma conscientes, dominar a ira e desenvolver o autocontrole, valendo-se da oportunidade para desfraldar a bandeira do amor em plenitude, seja no lar, no trabalho, na igreja de devoção, nas ágapes da vida, enfim, por onde se moureje.
Evidentemente, não se trata de reprimir os sentimentos nem mesmo deixar de expressar as opiniões, mas usar as palavras com respeito. O que determina que uma crítica seja construtiva ou destrutiva é a maneira como ela é dita, o tom da voz, o verbo utilizado e os gestos que o acompanham.
Sem contradita, a palavra articulada serve para transmitir os pensamentos do mundo imaterial para o mundo material, demonstrando os pensamentos do que se deseja transmitir e não raras vezes, escondem as intenções nas entrelinhas de discursos ainda que de uma beleza lirial. Pronunciada a palavra, e, no sentido lato, também o pensamento, não há maneira de fazer com que ela ou ele retorne à origem, máxime porque, coloca-se fora do controle da fonte emissora e de seu raio de ação.
É indispensável pensar e pesar muito bem antes de se pronunciar a respeito de um tema, uma situação ou um fato, pois é evidente que não se podendo fazer com que a palavra volte à fonte emissora do pensamento, ou se seja, retroceder as ondas vibratórias gravitacionais, a contrapartida é um fato consumado que atende a lei de causa e efeito, impondo à fonte emissora responder pela ação praticada.
Seja, pois, a sua bandeira hasteada um instrumento de resignação uma ferramenta de amor para que se possa recordar que essa virtude é uma arte da aceitação dos desígnios de Deus, em obediência a Lei de Justiça, Amor e caridade que o Divino Jardineiro trouxe a humanidade sequiosa de conhecer os seus destinos.
Com esses sentimentos d’alma, segue nosso ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade, anelando possamos utilizar da virtude da resignação com os reveses da vida e tenhamos um ótimo fim de semana em nome do Homem de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli