Como um pássaro que alça voo em direção aos esplendores celestes, as criaturas do Senhor da Vida tomam arrimo no código de honra das existências, norteando-se na sedimentação da trajetória que buscam na perfeição das lições aurifulgente do Rabi da Galileia. Trata-se do missionário do amor que o Pai Celestial enviou aos seus filhos para servir de modelo e guia para da humanidade, figura extraordinária descrita no alfarrábio do filósofo e historiador Ernest Renam, na biografia da vida de Jesus publicado em 1863, iluminada na evolução do racionalismo do século XIX humanizando o Cristo de Deus, chamando-o de o “Homem incomparável.
O código de honra que orienta os arautos do bem está escrito na promessa do Divino Pastor, asseverando que não deixaria órfão seus irmãos menores, e sim, essa é a razão, a causa e o motivo porque é crível que os filhos da Potestade anelem com sofreguidão bem procederem, atitude que lhes outorga o passaporte para os páramos celestiais aos que buscam ser um homem de bem.
Merece considerar, nessa trilha que a proteção do amigo sempre presente, está estampada nas preciosas recomendações do Cristo Consolador, inscritas no evangelho segundo São Mateus, cap. XI, v. 28/30, convite vazado nos seguintes termos: “ Vinde a mim, todos vós que sofreis e que estais sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e aprendei de mim que sou brando e humilde de coração e encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é suave e meu fardo é leve. ”
Sob esse olhar, o convite do Divino Jardineiro, no caso em apreço, todas as misérias que se imagina padecer, todos os desencantos, desesperanças, decepções, dores físicas ou a “perda” de seres queridos, encontram consolação na fé do futuro, na confiança e na justiça do Senhor da Vida. O cerne da questão para o bem proceder, aquele que procura incessante o caminho do homem de bem, sem contradita, é a condição que Jesus coloca à sua assistência e a felicidade que promete aos aflitos, ou em outras palavras a condição “sine qua non” para a outorga da carta de alforria, está na lei que ensina ao estabelecer que seu jugo é leve e sua lei é suave.
Sob a bandeira desse arrazoado, não será demais dessedentar a sede de saber daqueles que buscam o bem proceder, na fonte pura dos sentimentos do benfeitor da humanidade, Eurípides Barsanulfo, em síntese dissertando o ideário que concede o passaporte para os esplendores celestes, no “Servidor”, o opúsculo a seguir indicado, na sincera verve do autor, expondo os seguintes sentimentos: (http://www.gfebespiritismo.com.br/mensagem-de-euripedes-barsanulfo-o-bom-servidor/)
“Queridos irmãos, é uma tarefa hercúlea matar o homem velho para deixar nascer o homem novo, o homem da era nova previsto por Jesus. Entretanto, não é impossível, pois Deus não coloca fardos mais pesados que os frágeis ombros da nossa infância espiritual possa carregar.
Voltem-se para dentro de vocês próprios, auscultem os sentimentos modificadores necessários para que surja o homem novo cuja luz deverá brilhar, conforme a promessa de Jesus. Este trabalho é a oficina onde todos deverão desenvolver o aprendizado. Nós, fora da carne, e vocês, na carne, tomando contato com aqueles que se acham desvestidos da vestimenta física para o necessário intercâmbio de bênçãos. Portanto, meus irmãos, meus filhos, analisem-se, observem-se, mirem-se pela ética e pela ótica Cristã a fim de poderem observar melhor o parâmetro por onde devem direcionar a ação de cada um. Esta abençoada oficina, que nos foi dada como processo para o desenvolvimento evolutivo, precisa ser melhor tratada, melhor trabalhada, melhor compreendida, para que os frutos sejam mais promissores, mais edificantes e mais generosos. Sabemos que, de acordo com o estágio evolutivo do planeta, as dificuldades da densidade atmosférica que cercam trabalhos como estes são muito intensas, muito difíceis, porém, há um condutor em nossas vidas. Se não bastasse o Criador e Jesus, ainda temos a presença de abnegados tarefeiros da Vida Mais Alta que, vez que outra, recebem autorizações para alertar os corações ingênuos que ainda se apresentam como todos nós”.
Ah! Sim, obviamente a dialética do arauto do bem, espeque desses pensamentos, possui sólidas razões de que o momento que se vive não é o de apontar para as dificuldades de nenhum dos filhos do Eterno em provas expiações, mas em verdade, é a hora em que se deve voltar as atenções para as fraquezas e imperfeições que as envolvem nas dificuldades ainda existentes, e, por iniciativa própria, com boa vontade e perseverança, alterar o rumo das provas a que se está submetidos no carreiro da existência, segundo os ditames da questão 621 de “O Livro dos Espíritos”, a consciência. Nesse sentido, o Divino Pastor alertou: “os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem”.
O amor é a essência da vida. O amor precisa ser trabalhado dia a dia, hora a hora, minuto a minuto para que a tarefa continue com o propósito de servir a Deus, servindo ao semelhante. Que a vã filosofia não engane os desatentos. O caminho do Gólgota não havia pavimento; eram pedras, calhaus e obstáculos vários, mas todo aquele que pretende chegar perto do Cristo precisa saber que a cruz da jornada é dificultosa em busca da perfeição.
Oh! Meu Deus. Que nas mãos da esperança, os que buscam ser um homem de bem, possam com o esforço inaudito carimbarem o passaporte da felicidade na incessante busca da perfeição, meditando que o tempo passa veloz como um corcel em desabalada corrida, impondo ao viandante pressa na jornada da existência. A divindade não tem pressa e aguarda o tempo do despertar de suas criaturas, mas para se alcançar o seu Reino é necessário apressar o passo para a perfeição, mediante o bem proceder em todas as horas da viagem por esse belo planeta que já iniciou a transição para o planeta de Regeneração, atendendo aos ditames da Lei de Progresso.
Na alvorada que se faz raiar a transição para o mundo de regeneração, bênção do Senhor da Vida aos seus filhos para os novos embates da vida, no dizer do Apóstolo Paulo aos gentios, a oportunidade de viver o “bom combate”, convida os filhos da Providência Divina para elevarem seus sentimentos ao Criador, empenhando-se com força total na busca da perfeição, ao se impor desejos de uma vida nova, ditosa e repleta de bom animo.
Há os que pedem pela saúde do corpo físico ou a concretização de algum projeto, enquanto os mais sensíveis ao Sentimento Divino pedem pelo bem-estar da humanidade, anelando que a sociedade civil organizada encontre a paz e que seus líderes em nome do amor, olvidem a guerra. Por essa razão, não há tempo de pensar no que deu errado, pois o sol brilha de novo oferecendo novas ensanchas, iluminando a vida e o percurso daqueles que buscam a perfeição pelo planeta de provas e expiações, onde a coragem é a bandeira a ser defraudada. Deixemos, pois, o brilho da manhã convidar para a vida nova sempre bela, colorida e consentida.
Aproveitemos a oportunidade para refletir que a vida passa muito rápido e que a grande chance para carimbar o passaporte da felicidade está dentro de cada um que se apresente para esse mister com coragem. Para o projeto de reforma, o homem de bem pratica a lei de justiça, de amor e caridade, na sua maior pureza, interroga a sua consciência sobre os seus atos, anotando no seu prontuário se violou a Lei de Deus.
Quando o homem busca a perfeição, repleta o coração de caridade e o amor ao próximo é o seu ícone de vida, realizando o bem pelo bem, sem esperar recompensa, por isso, encontra satisfação nos serviços que presta e nas lágrimas que seca pelos abrolhos do caminho. A busca da perfeição tem na pauta, ser benevolente para com todos, sem distinção de raças nem de crenças, porque vê todos os homens como irmãos. Respeita nos outros todas as convicções sinceras, e não lança o anátema aos que não pensam como ele. Em todas as circunstâncias, a caridade é o seu guia.
Imbuído desses sentimentos d’alma, segue o ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade universal, anelando seja o fim de semana iluminado na luz do Celeste Amigo.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.