O exercício mais precioso das criaturas do Divino, sedimenta-se na investigação dos conhecimentos, desde os remotos tempos da enigmática figura do filósofo clássico ateniense. Sócrates ao adentrar no templo sagrado de Delfos, Deus Grego da beleza, o grego encontrou inscrito em seus portais o convite para que as criaturas se conhecerem a si mesmas. É notório que segundo a historiografia mundial, o apodo ao tema não se trata de criação do filósofo em questão, mas, provavelmente ali foi inscrito por um dos sete sábios da antiguidade, quiçá Tales de Mileto; todavia o certo é que a expressão sub-oculis carrega no cerne, razões, motivos e causas para profundas e significativas reflexões, conduzindo o humilde pensador a adotar a hermenêutica do tema em suas lições sobre a importância da vida, bela, colorida e consentida.
Sob a luz desse intróito, é inegável que os filhos da Providência Divina trazem consigo desde sua criação a essência da necessidade de refletir, pensar para encontrar através do exercício da ciência da observação, os porquês da vida. A fonte inesgotável dessas indagações, sem dúvida são as ocorrências pulcras ou desalinhadas das provas da existência, necessárias para as criaturas em evolução. Oh! Sim. São os acontecimentos do dia a dia que formam um mosaico de atos e fatos contribuindo com os profitentes da existência na avaliação e na necessidade de reflexão profunda para encontrar o sentido correto do evangelho, afirmando que é preciso que os escândalos venham para que as criaturas possam dar-se conta do caminho a seguir no reto cumprindo de seus deveres como filhos da Potestade.
É verdade. A opção tem fulcro no exercício do livre arbítrio, diante da realidade de que os filhos do Eterno são destinatários dos acontecimentos que possibilitam através da ciência da observação, a certeza de que a máxima deixada pelo Divino Jardineiro é imperiosa para ser seguida, pois Ele é o caminho a verdade e a vida.
Nesse sentido, cogente e verdadeiro se viver os dias tecnológicos nas possibilidades de encontros, comunicações, e conhecimentos jamais alcançado como agora na era das comunicações. A sã consciência comprova que as distâncias se encurtam e os meios de comunicação nos conectam com a rapidez de um relâmpago de tal sorte que vivemos como mochileiros siderais, pois não somos criaturas desse mundo, mas estamos em trânsito. Por isso mesmo estamos de passagem, razão porque, próximos uns dos outros, ligados em todo mundo, não se olvide a fraternidade e o amor incondicional aos que caminham na mesma jornada evolutiva.
Nessa metodologia da vida, se toma conhecimento das notícias de todo mundo “num piscar de olhos” em toda parte do planeta. São apontamentos de mães que relegam os filhos, deixando-os sem os cuidados e ao abandono nas portas das casas ou nas latas de lixo, quando não os sacrificam-lhe a vida, tal a frieza no coração daqueles que ainda são incapazes de amar. Há também referências de mães, que seguem o féretro de seu amado com profunda dor, ou daquelas que não têm o que oferecer aos seus rebentos e derramam lágrimas de sangue no fogão sem lume.
Da mesma sorte, há corações generosos, em milhares de pessoas que se sacrificam horas e energia para o bem-estar dos seus, da sociedade e do seu próximo em nome da plenitude do amor incondicional, enquanto no outro polo se anunciam mortes barateadas pelas loucuras de alguns, na selvageria em que se permitem viver. Oh! Benditos sejam os MSF, médicos sem fronteiras envolvendo centenas de pessoas que se dedicam a salvar vidas, doando seu tempo, cultivando o amor ao próximo e dando o exemplo de que a escolha do caminho da caridade atende às exortações do Divino Pastor para a humanidade trilhar os caminhos que levam aos páramos celestiais.
Com efeito, esse reto proceder equilibra a conduta daqueles que se perdem na violência e na agressividade, maltratando a si e aos que estão colocados pela providência Divina em sua trajetória para sua iluminação; sem contradita, são esses acontecimentos que conduzem as criaturas da Consciência Cósmica a meditarem sobre a vida, como enseja a epístola em exame, no interesse de se saber de onde se vem, - das mãos do Criador - o que se faz nesse planeta - Provas para evolução - e qual o propósito nesse educandário.
Sob o pálio dessa máxima evangélica, para não deixar a mão esquerda saber o que faz a mão direita, não raro se percebe que muitos semeiam a paz em atitudes silenciosas que ninguém vê ou aplaude, sem que isso deixe de ser anotado no Livro da Vida para a contabilidade oportuna na prestação de contas como depositários dos bens que foram confiados pelo Senhor do Universo. Bem por isso, não é lícito reclamar dos desonestos, que se utilizam da corrupção e dos desvios de verbas para proveito próprio, dificultando a vida de muitos, fomentando a miséria e os desequilíbrios sociais, máxime porque, há uma multidão de pessoas honradas, honestas e silenciosas que vivem dignamente sob a tutela das leis e de valores morais pautados no respeito ao próximo.
Na verdade, a maioria das pessoas vivendo no planeta Terra, trazem consigo a proposta do bem e do procedimento retilíneo, conquista de seu passado. Sob essa bandeira, vale a pena examinar aqueles que tem olhos para ver e ouvidos para ouvir, como propõe a parábola do Nazareno, olvidar-se algumas repetitivas e extravagantes manchetes de jornais ou noticiário na TV, para sopesar os acontecimentos, consciente e cientes de que sim, pode-se acreditar que a Humanidade de hora em hora melhora sob a luz aurifulgente do Divino Governador Planetário.
Examinando-se os fatos com fulcro na última estatística da Organização das Nações Unidas, “ONU” ver-se-á um contingente de aproximados oito bilhões de seres humanos habitando o planeta terra atualmente, e por consequência, é crível se ver que na verdade, existem uma infinidade de criaturas vocacionadas para o bem e o reto proceder, em detrimento a meia dúzia de irmãos ainda desalinhados com as Leis Divinas que procuram as guerras ou estejam em descompasso com as Leis Divinas.
Anote-se, ainda em respeito a realidade dos fatos que a legislação humana, hoje, é muito mais justa do que há algumas décadas, onde o desrespeito grassava as relações sociais comprometendo a Lei do progresso e a evolução moral da sociedade. Ademais, com o progresso e a natural evolução da humanidade, é inconteste que na atualidade existem incontáveis associações, grupos organizados, e organizações não governamentais, as chamadas “ONGS”, que trabalham em silêncio e virtuosa filantropia, visando à proteção dos desprotegidos, ou de pessoas em risco como o caso da Mansão do Caminho que alberga os necessitados de todo gênero.
Nesse rol estão incontáveis médicos, sociólogos, filósofos, jurisconsultos, cientistas, pesquisadores, professores, que se dedicam com afinco e desvelo para novas descobertas e conquistas das ciências, na busca dos caminhos para uma sociedade mais justa, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar da comunidade na convivência fraternal, caminho traçado pelo Divino Jardineiro para a paz social. É nesse sentido que se vê os que se tornam empreendedores sociais, trabalhando em prol de comunidades, elegendo causas sociais, no idealismo dos que querem formar um mundo melhor. Em verdade, é sob esse ideário que se pode afirmar que apesar dos desalinhos de irmãos ainda na retaguarda, não se pode negar que o mundo vem a passos largos melhorando, e se tornando um lugar mais justo para se viver, oferecendo aos corações amorosos a certeza de que a vida é sempre bela, colorida e consentida.
In Veritas, no arrimo nessas reflexões, sem hipocrisia, sabe-se que ainda existem problemas, sociais, educacionais, morais, econômicos e desamor para se vencer, mas, sejamos o início da solução para os caídos, atendendo os ditames do Homem de Nazaré, convidando os viajores das estrelas a deixarem brilhar a luz interior, porque somente assim pode-se marcar pegadas luminosas pelos caminhos para servir de setas luminosas aos irmãos da retaguarda, caídos pelos equívocos das escolhas pretéritas, e atender os anseios dos espíritos para melhorar o mundo, oferecendo-se o que se tem de melhor, no lar, na família, no trabalho e na sociedade e por toda vereda onde mourejarmos.
Bem se vê que o mundo está completo. Sua cesta básica tem novidades alvissareiras, como também notícias e experiências desventurosas. As misérias e as riquezas, no dizer do evangelho redivivo do Cristo de Deus, parecem estar muito mal distribuídas. Entretanto é dever dos candidatos a felicidade imitar os exemplos dos nobres espíritos que se encontram trabalhando no anonimato para a melhora da humanidade em toda a sua história. Martim Luther King Junior, com o sonho de que um dia a humanidade se tornasse fraterna, sem racismo. Madre Tereza em Calcutá amparando os caídos por terra, os desvalidos e os entibiados na luta do bom combate.
Mohandas Karamchand Gandhi escolheu o exercício da não violência para levantar o estandarte em prol da libertação da Índia do jugo dos ingleses. Hippolyte Léon Denizard Rivail, o emérito professor, deu cumprimento à promessa do Homem de Nazaré trazendo a lume o Pentateuco iluminando as consciências no caminho da vida eterna. O Dr. Bezerra de Menezes cognominado o médico dos pobres, com sua vida de dedicação aos aflitos, doentes e desesperados. O Dr. André Luiz, cuja existência de sofrimento na erraticidade colheu os frutos de seu plantio ensejando-lhe escrever o “Nosso Lar”.
Inegável, todos trabalham para o bem da humanidade sob a orientação do Divino Jardineiro, Governador do Planeta chamado Terra, conduzindo as provas e expiações aos páramos celestiais. Com esses sentimentos d’alma, anelando meditar sobre a vida e viver com coragem e determinação, segue o ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.