Nos tempos contemporâneos, preservada a intimidade dos peregrinos e a intimidade dos corações, respeito ao livre arbítrio dos filhos da Consciência Cósmica, as criaturas do Eterno adotam uma senha para as atividades no carreiro das provas, precavendo-se os candidatos a felicidade para o momento da colheita, incontáveis vezes indesejada, em razão da imprevidente semeadura, conscientes de que o Pai Celestial não pune nem castiga seus amados filhos.
Nada obstante, a lei magna do Senhor do Universo, prevalece o dever dos viajores que transitam pelas estrelas, não imaginarem impunidades quando da má conduta. Sim, é vero que não se isenta os infratores desobedientes dos cânones das leis pétreas do universo, mas, é cogente a obrigação de se refazer as desarmonias nascidas nas escolhas do livre arbítrio, máxime porque, é o único remédio adequado para reajustar os passos dos infratores na marcha de ascenção para recomposição do equilíbrio universal.
É verdade. O código da felicidade convida os profitentes do homem de bem, a ajudar o próximo, não se desesperar, mas ao contrário, meditar na vida, bela, colorida e consentida, ínsito no trabalho feliz, alegre e consciente de que ser herdeiro do universo, é haurir claridade para todo o sempre, revelando calma e a tudo respeitando sem se queixar, caráter do estoicismo para servir espalhando luz semeando a paz. É, pois, singular, que para quase todas as atividades da vida, seja para a conta bancária, para o cartão de crédito, para os e-mails, a internet, enfim, tudo, hodiernamente requer uma senha autorizando o interessado a abrir as portas do caminho que o conduza a atingir o objetivo desejado.
Nesse intróito, é crível se reflexionar sobre o código da felicidade, aquele que abre as portas para a escada de ascensão aos páramos celestiais, sem sofreguidão no aprendizado da vida, elevando-se o espírito às culminâncias do amor, até se chegar à única fatalidade das criaturas, a plenitude do existir. É inegável que em se tratando da senha da felicidade, o segredo está guardado no recôndito d’alma dos filhos do Eterno, porquanto trata-se da chave encontrada nas mais belas florações da elevação do espírito com o prefixo da caridade. Nesse sentir, sabe-se que a caridade tem a senha para a felicidade, mas ainda assim, não se estranhe que muitas pessoas se caroneiem quando o tema em apreço se aprofunde no autentico entendimento dessa virtude.
É vero que não raro, imagine-se tratar de recursos financeiros e por conta desse sentimento, vem logo à mente a oferta da cesta básica. Oh! Que não se ofusquem os profitentes da matéria em exame, porque, apesar de ser verdade que os recursos financeiros são importantes, indispensáveis e necessários, não são os únicos a vestirem a indumentária da mais bela virtude a ser trabalhada pelos viajores do planeta Terra.
Todo cuidado é pouco para não se embacem os livres pensadores em rasa filosofia a respeito das espórtulas, porque, apesar de seu relevo, não é por eles com exclusividade, que se abrem as portas dos céus, e nem por eles que se consegue a senha para a pacificação dos espíritos em evolução.
É a caridade a mais elevada expressão de amor. Por isso, está colocada na frente da fé e da própria esperança. Sem contradita, sabe-se que a fé é quem alforria a confiança no futuro do além-túmulo, asseverando aos acadêmicos da vida, que a Justiça de Deus aguarda suas criaturas segundo as obras de cada um, tranquilizando os corações dos viajores na certeza de que tudo tem um propósito.
A senha, caridade, ensina que a esperança é a virtude que garante a importância do dia a dia para o enfrentamento do bom combate, máxime quando a mãe se deixa abater em desesperança ao ver seu filho combalido por uma doença grave, ou se alegre ao vê-lo formado, após longa peregrinação pelos bancos acadêmicos. Sob a luz desse discurso, não resta dúvida de que sem a esperança, a consciência, vaso sagrado onde estão depositadas as leis de Deus, ficaria em desalinho e os sentimentos pulcros perderiam a sintonia com excelência da vida.
Nesse sentir, não será reprochável afiançar que a Caridade é a mais nobre das virtudes, razão porque Paulo na epístola aos coríntios faz dessa virtude um ícone da bem-aventurança, conforme está inserto em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, na pág. 200 ipsis verbis:
"Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens e mesmo a língua dos anjos, se não tivesse caridade não seria senão como um bronze sonante, e um címbalo retumbante; e quando eu tivesse o dom de profecia, penetrasse todos os mistérios, e tivesse uma perfeita ciência de todas as coisas; quando tivesse ainda toda a fé possível, até transportar as montanhas, se não tivesse a caridade eu nada seria. E quando tivesse distribuído meus bens para alimentar os pobres, e tivesse entregue meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso não me serviria de nada".
A caridade é benfazeja, paciente, doce, não se alimenta da inveja, não tem caráter de temeridade, não se precipita, não desdenha, não tem orgulho, não se melindra e não se irrita com nada, em verdade tudo suporta, tudo crê, tudo espera e tudo sofre. Entre as três virtudes: A fé, a esperança e a caridade, permanecem, mas entre elas, mais excelente é a caridade.
Compreende-se, assim, porque a caridade é a mais nobre das virtudes, trazendo em si a senha para a felicidade, conscientes os filhos da consciência cósmica, que a caridade é a virtude que não busca raça, credo ou cor podendo e devendo ser exercitada por todos, indistintamente, ou sob outra dicção, deve ser praticada desde homem mais rico do planeta ao mais humilde ou mais pobre dos seres desse orbe.
Sob essa bandeira, não se pode negar a evidência de que incontáveis irmãos de caminhada, diariamente, abrem seus corações para falar com aqueles que sabem ouvir e falam de suas dificuldades, de seus problemas, de seus desânimos, desesperanças, dos sofrimentos que experimentam e somente encontram ouvidos moucos.
O mister de ouvir os irmãos de jornada, com a senha do amor, filho legítimo da caridade, é o proceder digno de respeito, porque de um modo ou doutro, consolida a ajuda que os irmãos em desalinho necessitam, habilitando os arautos do bem a auxiliares de Jesus, porque, todos indistintamente necessitam desabafar, aliviar a tensão das dúvidas e questionamentos, encontrando no Divino Jardineiro, o maior psicólogo da humanidade.
É o que consta no registro de São Mateus 11. V. 28/30, dizendo: “Vinde a mim todos vós que sofreis e estais sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós, e aprendei de mim que sou brando e humilde de coração, e encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é suave e meu fardo é leve”.
Para ser auxiliar de Jesus, será indispensável vestir-se com a toga da caridade, senha da felicidade, diante da persistência de que no mundo há escassez de psicólogos para atender a todos os que experimentam a dor dos sofrimentos como instrumento de elevação.
Sob esse díptico, o Senhor do Universo, permite que os espíritos entre si, no exercício da caridade, identifiquem-se, valendo dizer que é no exato instante em que o próximo, desabafa e declara seus problemas, oportuniza aos detentores do código da felicidade comungarem a autêntica caridade.
Com o desfraldar da caridade vive-se em plenitude na senha da felicidade, porque a surpresa que nos aguarda pelo acolhimento em nossos corações desses rostos tristes, emudecidos, estiolados, identificam-se no sorriso do Homem de Nazaré na metáfora: Tudo o que fizeres aos pequeninos é a mim que o fazeis, pois agora é a vez dos irmãos caridosos entrarem sem bater porque a casa é sua, o céu é todo seu.
Sejamos, pois, um raio de luz na vida do nosso próximo. O mundo precisa urgentemente de amor. Há pessoas em todos os lugares, em todos os rincões, em todas as profissões, em todos os cantos, sedentos de amor. Sejamos os seus benfeitores. Não dispute a honra de ser servido. Lute pela alegria de servir.
Na ágape desses conceitos, remetemos aos amigos fraternos, votos de um final de semana com muita paz em nome de Jesus ofertando a chave da felicidade em nome do Pai Celeste.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.