É de bom alvitre aos viajores das estrelas, não deixarem se embair na lógica rasa quando aprofunde o bisturi da investigação nas questões que os seres humanos encontram nas provas do carreiro existencial, porquanto os filhos do Eterno, sem distinção, estão submetidos às provas na universidade da vida, escolhendo as avaliações destinadas à sua elevação espiritual.
Nesse prólogo, cabe anotar o fato de que com raras exceções, a das reencarnações compulsórias, trata-se de lenitivo para aliviar o sofrimento atroz, oriundo de lancinante angústia nos necessitados da misericórdia do Pai Celeste, quando experimentam a imposição das provas destinadas a tranquilizar o sofrimento.
Dessa forma, na regra geral, a participação na escolha das provas, esclarece aos profitentes que os acontecimentos marcados pela desventura, infelicidade dos desditosos e desalinhados quando embaídos pelo mau procedimento, carregam no seu bornal a desgraça, razão porque o azarento necessita reparar a desordem pretérita eleita como infrator, a fim de restabelecer o Universo do Criador.
Sob outra ótica, vale dizer, os desajustes na família, oficina de trabalho das mais eficientes e necessárias ao clã para os acertos dos compromissos assumidos no passado é a oportunidade d’ouro para aprovação na lei de amor, resgatando os débitos afetivos, moeda de amor que possibilitará o certificado e aprovação outrora em reprovação.
Nesse sentir, é evidente que a vida apresenta aos filhos da Providência Divina, um universo de provas, tal como a rosa oferece os espinhos para ser vencidos antes de se obter o suave perfume que exala. Nesse considerando, é cogente se questionar qual será o lenitivo que habilitam os candidatos à felicidade para os exames nas provas da existência? Oh! Sim. Os esclarecimentos estão na questão nº 260 de “O Livro dos espíritos”, ipsis verbis: Pergunta: - Como o Espírito pode querer nascer no meio de pessoas de má vida?
Resposta: – É necessário que ele seja colocado num meio onde possa suportar a prova que pediu. Pois bem! É preciso que haja analogia nas situações. Para lutar contra o instinto do roubo é preciso que se encontre entre pessoas dadas à prática de roubar.
Sim. É nesse ponto que surgem as provas da vida, avaliando os candidatos à felicidade, para conceder-lhes a carta de alforria para se chegar aos esplendores celestes. Sem contradita, essa é a razão porque os filhos do Eterno buscam o lenitivo salutar para realizar as provas com galhardia, deixando no fundo do poço a opção da porta larga da existência que envolve os pretendentes nos prazeres mundanos, senão a fuga das dificuldades apresentadas nos testes, enquanto os corajosos procuram vencer o caminho dos acúleos que permeiam as veredas da felicidade.
Nesse sentir, para evitar as reclamações, os murmúrios ou os pensamentos negativos, via de regra contra a Divindade, é necessário em caráter de urgência aprender a viver como as flores, como descreve a inigualável história ocorrida no mosteiro budista narrada ao sabor da pena com os sentimentos d’alma.
Conta-se que, em um mosteiro budista, um jovem monge questionava ao seu mestre como deveria proceder para não se aborrecer, diante de tantas desditas, de tantas notícias ruins e as aziagas existenciais que permeiam os caminhos da felicidade. Oh! Meu Deus.
“É certo que algumas pessoas falam sem pensar e exprobam impropérios pela palavra da ofensa, ao invés de consolar, e outras tantas são ignorantes, tanto como incontáveis criaturas são indiferentes ao sofrimento, a carência e dor dos irmãos de caminhada. É de sentir pena pessoas mentirosas. Sofro muito Mestre, com as pessoas que caluniam. Lançam ao vento o mau que não conseguirão refazer, pois as palavras lançadas são como flechas que não retornam mais”.
Feitos os questionamentos, o discípulo aguardava com sofreguidão a lição do Mestre. A resposta do sábio veio curta, rápida e eficiente: Viva como as flores! - Advertiu o mestre.
Diante de tanta simplicidade e por não ter compreendido a extensão do ensinamento, o aluno interessado redarguiu. Mestre, como é viver como as flores? O Monge mais uma vez esclareceu: Repare nas flores, ao apontar os lírios que cresciam no jardim do mosteiro. Elas nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.
Cristalina a lição das provas do caminho oferecendo ao viajor incontáveis aborrecimentos e obstáculos a vencer que parecem intransponíveis, se a fé estiver ausente do coração, como dispõe a proposta do amigo de sempre Jesus de Nazaré.
Bem se vê, nessa retórica que no périplo da felicidade, há os que se angustiam com as próprias culpas, desânimos e recaídas nas veredas da vida, mas jamais será sábio permitir que os vícios e as dificuldades, mesmo as impertinências dos que importunem a caminhada da alegria, obnubile a jornada para viver com bom ânimo como propôs ao Mestre Jesus.
Para viver como as flores, estão os viajantes da felicidade convidados a exercitarem a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora, pondo no coração, em nossas vidas, a prática incondicional do amor, da justiça e da caridade, legado do Divino Jardineiro os seus irmãos menores em provas e expiações nesse planeta de Deus sob a sua Governança.
É dessa forma que as lições em apreço encontram nos desacertos o método lenitivo de correção, permitindo a renovação do ato, agora, melhor e mais perfeito, uma vez que o sentido da vida é o amor, evolução, crescimento, embelezamento, abundância, paz.
Com esses sentimentos d’alma, segue o nosso ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo Fraterno de sempre
Jaime Facioli.