Desde os primórdios dos filhos do Senhor do Universo, quando criados simples e ignorantes dos conhecimentos, a questão que sempre os espicaçou tem sido a do saber, demonstrando a sede de conhecimento de que são portadores para o cumprir-se a Lei de Progresso, e por consequência natural saciar a vontade de entender o significado do estado de consciência e de espiritualidade. O preâmbulo enseja os seres humanos poderem encontrar o que os hinduístas chamam de “Nirvana”, conhecido como o estado pleno de felicidade e paz. Alguns conceitos e enunciados no tema podem oferecer a ninfa cristalina aos sedentos de conhecimento na busca dos páramos celestiais.
Ao desfraldar os sentimentos dos filhos do Eterno, com a devida vênia de um aspirante ao entendimento em apreço, se diz no arraial da materialidade que a espiritualidade é um estado de consciência da existência do transcendental, do imponderável que não se confunde com o conhecimento dos objetos materiais e de tudo quanto se pode medir, pesar ou contar, ainda que se possa transformar em si mesmo. Um exemplo sedimenta a questão em foco para iluminar o tema. Ter conhecimento de que o tabagismo faz mal à saúde, ninguém nega. O Ministério da Saúde adverte nos maços de cigarro uns cem números de males que são causados aos tabagistas, sem que se alertem contra esse perigo eminente.
In veritas, sustenta-se o negacionismo recusando a realidade comprovada cientificamente, dizendo aos quatro cantos do mundo que não fazem mal a ninguém, senão a eles mesmos; desse modo acreditam impedir os companheiros de viagem quando reprimem o procedimento reprochável do mau uso do livre arbítrio. Da mesma sorte, colocam no fundo do poço a noção da sociedade civil organizada, gerando conflitos entre o saber e a ignorância, por retardar a evolução daqueles que no exercício do estado de consciência, trabalham para a reforma íntima almejando os parámos celestiais.
O observador atento vê que a lógica negacionista dos fumantes é incinera. Primeiro porque as demais pessoas no mesmo ambiente se tornam fumantes involuntários. Segundo, não se nega a saciedade, cientificamente comprovado, que estiolar o corpo humano que o Senhor da Vida concedeu aos seus filhos é uma atitude incivilizada, geradora de consequências drásticas para o corpo humano que deve ser conservado para cumprir a sua finalidade sem violação dos tônus vital indispensável a máquina física.
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o tocante ao lado oposto do tema, a consciência, é quando o indivíduo admite que fumar faz mal à saúde, a si próprio, ao seu próximo e os direitos na lei de justiça, amor e caridade que o Divino Jardineiro trouxe para iluminar os caminhos dos viajores. Sob esse arrimo, admitindo-se melhores exegeses, o fato é que na aplicação dessa realidade, os candidatos à felicidade podem mudar de atitude em prol da sociedade como um todo, e exercitarem o direito da cidadania em plenitude, consciente de que a consciência não é uma doutrina, mas uma benção da Potestade concedida pelo Criador às suas criaturas, para proporcionar as reformas íntimas indispensáveis ao crescimento espiritual.
Nesse corolário, a luz aurifulgente sobre o tema é o bom discernimento em ação, ou o amor em profusão que gera essa transformação para o bem e o reto caminho a ser seguido ou sob outra dicção, é a luz nas ideias e equilíbrio na senda da vida para a alegria da jornada existencial, consagrando a vida bela, colorida e consentida.
Cogente, pois, a valorização da vida e de todos os aprendizados. E mais do que viver. É sentir a vida que pulsa em todas as coisas. É respeitar a si mesmo, para respeitar o próximo e a natureza. Em outra dialética, é ter a plena noção de que nada acaba na morte do corpo fisico, pois a consciência segue na eternidade dos tempos, continuando no infinito a vida além da vida.
Sem contradita, ao se examinar a beleza da vida, constata-se na sua essência que a morte não existe, e, que não há ida sem a volta, e nem há volta sem ida. A morte não é a morte, é só a porta da vida, porque no ciclo da natureza, nesse ir e vir constante, no broto que se renova, é a vida que segue adiante.
É assim, em quem semeia a bondade, em quem ajuda o irmão, colhendo a felicidade, cumprindo a sua missão, no suor de quem trabalha, no calo duro da mão, no homem que planta o trigo, e no trigo que faz o pão, se pode sentir Deus Pulsar nos corações. Do mesmo modo, é com aqueles que contemplam a beleza da vida, sem contestação, frente ao presente recebido para si, e para os outros na própria existência, porquanto a espiritualidade é o brilho nos olhos com a luz nas mãos, independentemente de qualquer doutrina que se professe no imo d’alma para o despertar espiritual. Sob o olhar sereno, a espiritualidade é qualidade perene que qualifica os filhos de Deus, dando-lhe carta de alforria, um passaporte para o “Nirvana”. Jamais se perde e nunca se ganha, apenas é.
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rata-se de valor endógeno, que descerra o olhar para o infinito, apreciando as estrelas que a Providência Divina salpicou no céu para a contemplação de seus filhos. Nessa dicção, é bem para além dos sentidos convencionais. É uma janela espiritual que se abre, dentro de si mesmo, para ver a luz luminífera e os astros que brilham demonstrando a autoria do Senhor do Universo. Espiritualidade é o maravilhoso encontro consigo mesmo, na paz que asserena os corações. A consciência pode ser comparada a uma rosa na qual muitos choram por saber que há espinhos em seu caule enquanto outros gargalham de alegria por saber que depois dos acúleos, as rosas exalam perfumes da mais fina procedência.
Com esse estado d’alma, a criatura sente-se possuída de um imenso amor pela vida, bela, colorida e consentida, em súmula, espiritualidade não depende de estar na Terra ou no Espaço, ser solteiro ou casado, pertencer a esse ou aquele lugar, crer nisso ou naquilo. É valor de consciência, alcançado por esforço próprio fazendo-o viver sadiamente, sem olvidar que Espiritualidade nos conceitos dos Celtas é considerado: SER FELIZ.
Imbuídos nesse sentimento, os candidatos à felicidade em trânsito pelo planeta Terra, em provas e expiações, anelam que sua alma voe contente nas asas da espiritualidade, para que seu ser imortal perceba a ternura invisível tocando o centro da tua essência eterna. Oh! Senhor, em nome do amor que Divino Jardineiro legou a toda humanidade, desejam os viandantes que esse amor seja o teu rumo secreto, transitando eternamente dentro do seu ser.
Da mesma sorte, evocando o Mestre, Jesus de Nazaré, suplicam que esse amor transforme os dramas em luz, tristeza em celebração, e os passos cansados em alegres passos de dança renovadora, para que se viver pleno de paz e luz. Ponto finalizando, recebam os amigos de todo o sempre o ósculo em seus corações, em nome da oblata da fraternidade, na vida bela, colorida e consentida, anelando tenhamos um ótimo fim de semana com as bênçãos do Divino Jardineiro.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli