O propósito da estrada da vida é facultar aos filhos da Providência Divina o caminho do aprendizado que conduz à elevação espiritual, e por consequência natural encontrar a paz que se deseja com sofreguidão. O aprendizado, contudo, não é tarefa fácil e suas veredas ensejam a dor, pedagogia para se alcançar a colação de grau anelada. O Senhor da Vida não castiga seus filhos como imagina a vã filosofia ao atribuir à Divindade as desesperanças ou insucessos dos projetos traçados na ribalta dos acontecimentos. A verdade é que tudo depende dos candidatos à felicidade. A Consciência Cósmica, fornece os meios e as ferramentas para se atingir os objetivos e as tarefas de executar os planos pertencem às suas criaturas.
A descrença, a falta de fé, a ausência de religiosidade e o desinteresse para saber qual os propósitos da existência levam os agnósticos a situações constrangedoras, quanto o termo final das provas que chega sem marcar dia e hora no calendário terrestre. Oh! Meu Deus. Que engano cometem aqueles que imaginam que a vida termina após a vida. Não. Mais uma vez, não. A vida continua na verdadeira pátria espiritual e os frutos serão colhidos segundo o plantio. A ninguém será lícito alegar ignorância aos cânones que deve seguir para se chegar aos páramos celestiais. Jesus, o Mestre, amigo de todas as horas trouxe a segura orientação através da Lei de Amor, de Justiça e Caridade e segui-lo como caminho, verdade e vida será o único meio de se alcançar a felicidade. Não há, pois, nenhum motivo para que os candidatos à felicidade se julguem injustiçados, seja nesta experiência em trânsito pela reencarnação ou quando se deparar com a realidade da vida após a chamada “morte”.
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e igual modo, nos trabalhos de atendimento aos irmãos que já fizeram a grande viagem e nas casas espíritas, postos avançados de amor para os esclarecimentos e atendimento das necessidades dos que deixaram o corpo físico e ainda sem compreensão da realidade dos acontecimentos, é comum se ver e ouvir os espíritos se dizerem injustiçados após o fenômeno do desenlace físico. Sob esse díptico, incontáveis irmãos em desalinho gastam tempo em atitudes de revolta, espanto e choque com a realidade dos acontecimentos que os ceifaram da vida física. A verdade, porém, é que a misericórdia do Pai Celestial é infinita e mais cedo do que se imagina todos acordam, despertam e libertam-se dos pesadelos em que se debatiam e se arrependem.
In veritas, choram sentidas e sinceras lágrimas, reconsiderando a postura transata e a situação do presente. Identificam amigos que também já partiram e lhes estendem os braços, após romperem as teias de incompreensão em que se prendiam. Nessa hora, os abnegados trabalhadores do bem, missionários do Senhor os conduzem as colônias espirituais para o tratamento de que carecem para o despertar no novo mundo que os recebem, não obstante as sombras que ainda carregam no íntimo. Sob o pálio desse relato, identifica-se a luz daqueles que aspiram viver no mundo na pureza do coração.
Ademais, é vero, sentem-se quais os pássaros mutilados sonham com altos voos pelo céu azul, ou aqueles que estão com a vida vazia de realizações tornando-se pássaros com as asas quebradas não podendo voar em direção a felicidade. Reconhecem, finalmente, o valor da experiência física na qual lhes cabe refazer as próprias asas. Retornam, então, pelas bênçãos da bendita reencarnação aos antigos locais em que viveram acertando o passo e corrigindo o plano de voo. É nesse instante que quase sempre tudo já sofreu radical mudança. Paisagens se alteraram, facilidades sumiram e afetos abandonados evoluíram em outros rumos. Personalidades do poder transitório, que abusaram do povo, assistem às privações das classes humildes. Verificam o martírio silencioso de quem se levanta em cada dia para a contemplação da própria miséria.
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avarentos que rolaram no ouro regressam às paredes amoedadas dos descendentes. Aí acompanham os mendigos que lhes recorrem inutilmente à caridade. Anotam quanto dói suplicar migalhas de pão a corações endurecidos no orgulho. Escritores que se faziam especialistas da calúnia e do escândalo tornam à presença de seus próprios leitores. Examinam os entorpecentes e corrosivos mentais que produziram impunes. Pais e mães displicentes ou desumanos voltam aos redutos domésticos de seus rebentos desorientados. Observam, então, as raízes da crueldade ou da viciação por eles mesmos plantadas.
Malfeitores, que caíram na delinquência, socorrem as vítimas de outros criminosos. Com isso, avaliam os processos de sofrimento com que supliciavam a carne de seus semelhantes. Mas isso não basta. Compreender o equívoco cometido é muito pouco. Depois do aprendizado, é preciso retomar o campo de ação. Urge renascer e ressarcir, progredir e aprimorar, solvendo débito por débito perante a Lei. Ciente dessa realidade, convém aos profitentes do amor por excelência, prestarem atenção no modo como se vive, porquanto a reencarnação é oportunidade de purificação e conquista de paz. Constitui uma preciosa bolsa de trabalho e estudo, com amplos recursos de pagamento. Assim, qualquer que seja a provação que assinale o caminho, evitemos os murmúrios de reclamar.
Com esses sentimentos d’alma, segue o ósculo depositado em seus corações com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, uma semana de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo de sempre.
Jaime Facioli.