O amor é, e sempre foi, desde os tempos imemoriais, perdendo-se na poeira do tempo, o verbo mais utilizado em todas as circunstâncias da vida quando se busca a felicidade no sentido lato da palavra.
Com fulcro na premissa da forte atração por outra pessoa, nascida nos laços de consanguinidade, nas relações sociais e ou no desejo sexual, os viajantes por esse planeta de provas e expiações, têm estudado o tema com sofreguidão, oferecendo interpretações das mais variadas no sentimento lato d’alma, prioritariamente pelos apaixonados, descrevendo-o em prosas e versos à exaustão, sem, contudo, alcançar o sentido do verbo na excelência da palavra.
Observadas as devidas classificações sobre o amor, em especial o amor físico também conhecido por Eros, aquele que busca e anseia por uma troca de energias e prazeres materiais, tem como objeto a gratidão no retorno da emoção no bem praticado, sem que esse deleite se sintonize com o amor na excelência da palavra.
Ah! Sim. Na essência do verbo amar, a troca afetuosa de sentimentos é a prática de fazer o bem sem exigir retribuição, como por exemplo, o amor à natureza, aos animais, a beleza da vida bela, colorida e consentida, ao Divino Jardineiro, a Deus, enfim, todo amor que não cobre retribuição, e sem contradita, esse é o amor incondicional, único de ser descrito com exatidão, razão porque recebe o apodo, designação informal para bem identificar a ágape de amor, sob a bandeira do sentimento profundo do transcendental.
Nessa categoria, sem oposição está o amor de mãe, que oferece, dá, e entrega, se necessário, a vida pelo próximo, sem nada pedir em troca, celebrando os ensinamentos do Mestre de Nazaré, na proposta do amar ao próximo como a si mesmo.
A propósito do tema sub oculis, anote-se, consoante a Redação do Momento Espírita, que Ela era jovem, na flor da idade. Fora desposada por José, que a acolhera em fidelidade e amor. Numa tarde singela, após os seus afazeres, como num sonho, recebeu a visita de um mensageiro celeste.
Ave, cheia de graça, retumbou a voz angélica. Deseja nosso Pai que recebas, em teus braços, o Seu filho. Maria teve um leve sobressalto. Mas redarguiu: Faça-se em mim, pobre serva, a vontade do meu Deus. Os meses correram lépidos.
E
m difícil viagem, José e Maria se dirigiram a Belém. Numa estrebaria simples, em meio aos animais, nasceu o Filho do Altíssimo e, numa manjedoura, foi acomodado.
A seu tempo, Maria viu o seu Jesus falar e caminhar, contou-lhe histórias, dEle cuidou. Porém, próximo aos trinta anos, Ele partiu. Chegara a hora de cuidar dos negócios do Pai Maior. Doze amigos se uniram a Ele e, ao Seu lado, se puseram a caminhar. Maria ouvia rumores de que, na presença de seu filho, cegos voltavam a ver; surdos a ouvir e até aquele que era considerado morto, tornara a se levantar.
Seu coração de mãe enchia-se de temores. Os orgulhosos ressentiam-se daquilo que ensinava Jesus: o amor ao próximo, o perdão das ofensas. Lições nem sempre compreendidas, mas que transbordavam o mundo de luz. Ensinando, doando-se, servindo, o Cristo semeava a paz. Quando Ele a visitava, Maria indagava: Que fazes, meu filho? E Jesus, terno e carinhoso respondia: Eu cuido dos negócios de meu Pai.
Numa noite de angústias, João trouxe à mãe do Mestre o doloroso aviso: Acusam-no de colocar-se contra a ordem estabelecida. Num julgamento injusto, foi condenado e ainda teve a multidão a gritar por Sua morte e pela soltura do celerado Barrabás.
Mulher, eis aí o teu filho. Filho, eis aí a tua mãe. Aos pés do filho crucificado, Maria recebe a Divina missão: ser nossa mãe, mãe de toda a Humanidade. Mãe do Cristo, mãe de todos nós. Que por seu exemplo nos aproximemos de Jesus e possamos ouvir a sua voz. Ajustemos a acústica da alma para ouvir as vozes celestes a cantar: Glória a Deus nas alturas. Paz na Terra. Boa vontade para com os homens.
Unamo-nos a Maria, a senhora do silêncio e da fé; encontremo-nos em Jesus, o Cristo agora descrucificado, presente na vida daqueles que O seguem e daqueles que O desconhecem. Daqueles que sofrem, dos que temem, dos que sentem fome, dos adoentados, dos que, arrependidos, busquem no olhar do Mestre o recomeço.
A Mãe Santíssima compreendeu a sua missão ao contemplar os olhos de seu filho, sendo justo, a exemplo de Maria, que se busque o olhar de Jesus. Atender-se-á, assim ao seu convite, a ágape sublime por excelência, Amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. Por essa estrada, se encontrará a paz de espírito, diretriz pela qual passam as existências em incessante busca da fidelidade.
S
ob o pálio dessa orientação, cumpre-se a missão eleita pelos viajores, para obterem a elevação espiritual de que todos os candidatos à felicidade necessitam, para alcançarem os páramos celestiais, acessando os caminhos das benções da família que recepcionam os candidatos de braços abertos, pelo instrumento do amor.
No exercício do amor, se frequenta os bancos escolares, o primário, os cursos secundários, técnicos ou equivalentes, as faculdades, prosseguindo se na estrada do aprendizado através da especialização, do doutorado, do mestrado, PHD, em fim a vida continua extenuando dentro e fora de cada espírito em trânsito por esse planeta sob a governança do Divino Rabi da Galileia.
É nessa rota que se convive com as pessoas e se interage com os irmãos de caminhada. Seja esposa, mãe, pai, irmão, filhos, confrade, juízes, desembargadores, ministros de estado, padres, rabinos, companheiros de trabalho, a todos respeitando com a proposta do homem de Nazaré, amando o próximo como a si mesmo.
Ponto finalizando, essa postura sob a égide do amor incondicional, sob os auspícios leis da Divindade e da Missão Excelsa do Homem de Nazaré oferece aos candidatos a felicidade a Lei de Amor, de Justiça e Caridade.
Com esses sentimentos d’alma, segue nosso ósculo depositado em seus corações, com votos de muita paz nesse final de semana, em nome do amigo de todas as horas, Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.