Hodiernamente, se vê na sociedade civil organizada, diante das provas e das expiações a que estão sujeitas todas as criaturas, seja pelos noticiários da impressa escrita ou falada, mostrando os horrores das guerras, os roubos, os furtos, os homicídios, o abuso da confiança e incontáveis desalinhos que ainda vicejam na sociedade. Essa sociedade em constante aprendizado, ainda que com procedimento reprochável tragam em seu bojo a dor como remédio lenitivo e amargo para a correção dos desajustes, a verdade é que as criaturas se veem como se estivessem em um barco na tempestade e à deriva nos vendavais.
Ipso facto, os viajores na busca da felicidade procuram com todas as forças d’alma, as religiões, as terapias, seja por profissionais especializados, seja nos arco-iris da existência, encontrem pelas terapias alternativas, senão a cromoterapia, quando não toda a sorte de sortilégio, na esperança de encontrarem a paz para seus espíritos entibiados nas tormentas existenciais, sem se darem conta de que o instrumento mais eficaz é aquele deixado pelo Divino Pastor.
Sem deslustrar os iminentes e ilustrados profissionais especializados nesse mister, pode-se afirmar sem receio da assertiva, a sempre presente didática do Divino Pastor, que Ele é o caminho, a verdade e a vida, psicoterapeuta de plantão 24 horas por dia, atendendo no consultório de seu coração, os caídos no combate íntimo, para pacificar as almas e os espíritos mediante instrumento do perdão incondicional, e as virtudes lecionadas em seu magistério sublime do amor incondicional, asserenando as mazelas e descaminhos dos candidatos à felicidade.
Sem contradita, perdoar é um caminho que se trilha, uma jornada que, embora possa beneficiar o próximo, proporciona o crescimento para aquele que perdoa. A medicação sem contraindicação pode ter início através de um acordo que se faz na fonte, com o próprio ofendido, pela opção de transformar as experiências, mesmo as mais dolorosas, em fontes de crescimento. Quando for possível ser exercitado diretamente com ofensor, melhor ainda, porquanto promove o diálogo e a possibilidade de crescimento mútuo. Quando isso não seja possível, ainda assim promove o bem-estar, proporcionando a libertação da raiva e do rancor acumulados, que se transformam em verdadeiros venenos emocionais para quem os carrega, levando o se portador não raro a doenças psicossomáticas.
Na terapia da virtude do perdão, logra-se também descobrir os pontos vulneráveis do ofendido e do ofensor, aproveitando o ensejo para aprimorar as lições da vida. É certo que muitos confundem o perdão com a negação das emoções, mas para perdoar não será necessário negá-las, mas entendê-las e elaborá-las de uma forma mais profunda, respeitando o tempo em que permaneçam conosco, mas sem valorizá-las em demasia.
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ogente, pois, consoante se colhe no santuário da vida, não apressar tua raiva, pois ela tem seu tempo para diluir-se nas águas mansas da tua consciência. Da mesma sorte, não apresse o teu irmão de caminhada, pois ele também tem o seu tempo para florescer aos olhos do criador e nesse mesmo sentido d’alma, não apresse a ti mesmo, pois precisas de tempo para sentir tua própria elevação espiritual. Destarte, com a bandeira da compreensão, sem dúvida é importante diferenciar o indivíduo das suas atitudes; o que está em questão não é julgar o outro, mas perceber o quanto sua atitude pode ter magoado a outrem. Também não significa concordar com comportamentos equivocados, mas promover o reconhecimento da humildade do outro, que passa pelo reconhecimento da própria humildade: assim como se erra e possui sombra, isso ocorre também com o outro.
Quando não se deseja o mal ao próximo, se dá passo importante para perdoá-lo. Não será necessário que as amizades retornem aos mesmos níveis precedentes, máxime porque a evolução de cada um tem o seu próprio tempo de amadurecimento, mas caso isso ocorra será melhor, porquanto demonstra que o conteúdo emocional foi bem trabalhado.
O registro dos fatos pode até permanecer na memória, mas a diferença é que não trará mais o conteúdo emocional perturbador, que fez o ofendido se impregnar com o ácido que corroeu diante do ressentimento experimentado, pelo viés do indesejável retorno ao passado em sua memória. Há outros motivos lhanozos para a terapia do perdão, eis que essa virtude quando posta em prática, se transforma em fonte de paz para o indivíduo, libertando-o do medo de amar, um dos algozes que assusta a humanidade na sua caminhada para os esplendores celestes.
Pois bem. Sob a égide dessa dialética, os viajores desse belíssimo planeta Terra, por Deus concedido aos seus filhos, para realizarem as provas e as expiações. Sim, na luz aurifulgente do tema, as criaturas do Eterno procuraram a felicidade para realizar a ágape do amor e obter a paz de espírito, diretriz pela qual passam a existência em incessante busca da terapia em plenitude, consoante as lições do Homem de Nazaré.
Chegando a esse mundo de Deus, cumprindo missão eleita pelos viajores, para obterem a elevação espiritual do qual todos os candidatos à felicidade necessitam, para alcançarem os páramos celestiais, acessam os caminhos da benção da família que recepcionam os candidatos de braços abertos. A viagem não é desassistida, porque dos esplendores celestes acompanha as criaturas, a figura sempre respeitável da Igreja Católica na doutrina dos anjos da guarda, a que os espíritas estão acostumados a chamar de amigo espiritual ou espírito protetor, recordando que o espiritismo é uma doutrina religiosa de cunho filosófico e científico, cuja crença se sustenta na constante evolução espiritual do ser humano através das reencarnações.
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ão importa o nome que se lhe dê. O importante é que sob as bênçãos do Pai Celestial, são os encarregados de ajudar os viandantes na travessia do mar revolto e bravio no mundo de provas e expiações, escolhas destinadas ao enobrecimento do espírito para alcançar os páramos celestiais. Nessa jornada, sob a proteção do anjo da guarda, busca-se a todo custo crescer, física, intelectual e moralmente objetivando a Paz de Espírito. Para isso, se frequenta os bancos escolares, o primário, os cursos secundários, técnicos ou equivalentes, as faculdades escolhidas. Em seguida continua-se na estrada do aprendizado através da especialização, do doutorado, do mestrado, PHD, em fim a vida continua extenuando dentro e fora de cada espírito em trânsito por esse planeta sob a governança do Divino Rabi da Galileia em constante terapia do amor.
É nessa rota que se convive em terapia intensiva com as pessoas, interagindo com o seu próximo, seja esposa, mãe, pai, irmão, confrade, juízes, desembargadores, ministros de estado, padres, rabinos, companheiros de trabalho. Todos vivendo em sociedade, transmitem e ensinaram o que sabem balizando com suas atitudes nobres ou desarrazoadas, a direção dos aprendizes da vida, tal como consta na retórica do inesquecível Mestre Jesus, segundo os auspícios da questão número 625 de “O Livro dos Espíritos”.
Nesses contatos, com o emprego da terapia do perdão, gera-se simpatias, olvidando antipatias, discórdias e desentendimentos, afinal cada criatura tem o direito de divergir, ao livre pensar e porque cada filho de Deus, criado simples e ignorante segundo os ditames das questões 115, 133 e 804 de “O Livro dos Espíritos”, segue a sua trilha a partir da sua criação. Com esse proceder, que não é o único na vereda da bem-aventurança, certamente, aplicado a terapia do amor e do perdão, se pode experimentar a paz de espírito que se anela para que a consciência repouse no silêncio dos justos.
Com esses sentimentos, o tema em apreço, permite-se deleitar na consulta do jornal de Estudos Psicológicos nº 47 – julho/agosto 2016, da terapeuta Junguiana Iris Sinoti – no endereço: http://www.forumespirita.net/fe/meditacao-diaria/terapia-do-perdao-55524/#ixzz4Rs1YGgIh
Ponto finalizando o apreço d’alma, depositamos o ósculo da fraternidade em seus corações, com votos de muita paz em nome do amigo e terapeuta de todas as horas, Jesus de Nazaré.
O amigo fraterno Jaime Facioli