Os filhos da Providência Divina criados simples e ignorantes, conforme dispõe as questões 115, 133 e 804 de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, desde a sua criação estiveram em constante progresso, e nada na existência como se sabe vem de mãos beijadas, mas, são conquistas que os espíritos realizam em atendimento à Lei de Progresso. Com efeito, indistintamente todas as criaturas estão submetidas às mesmas leis da natureza. Todos nascem com a mesma fraqueza e estão sujeitos às mesmas dores e o corpo do rico se destrói como o do pobre. “In veritas”, O Senhor do Universo não deu a nenhum dos homens, superioridade natural pelo nascimento, nem pela morte, posto que diante do Senhor dos Mundos todos são iguais.
De gota a gota, compete às criaturas o desenvolvimento de seu intelecto e em todas as áreas das ciências, especialmente aquelas que o Divino Jardineiro recomendou, como os ditames a serem observados para o estudo do transcendental, no périplo pelas estrelas em busca dos esplendores celestes, posto que na casa do Pai tem muitas moradas. Presciente, o Divino Pastor conhece as dificuldades da jornada, quando os candidatos se inscreveram para os espículos do carreiro na busca da felicidade, razão, motivo e causa para que não turbassem os corações, conscientes de que Ele iria preparar a morada celestial e ali onde Ele estivesse todos estariam. Sob esse arrimo, é notório que a alavanca poderosa de crescimento das criaturas tem fulcro nas dificuldades, nos percalços e nos infortúnios do caminho.
Envolvidos nesses sentimentos, não se nega que os corações obnubilados e endurecidos, é difícil exercitarem o perdão incondicional, o auto perdão, a paciência, a tolerância, a mansuetude, virtudes que não se desassociam da esperança, tanto como a fé nos desígnios do Senhor da Vida oferece gota a gota o seu amor, na claridade da luz aurifulgente do Messias, cujas lições são suaves e seu jugo é leve. Em nome da sinceridade, não se negue o fato de que há momentos em que tudo parece estar perdido e o desânimo parece tomar conta dos corações que se entibiam e a desesperança pede passagem pelas portas das existências, sem serem convidadas e tomam assento na sala de estar, dando a impressão de desejarem fincar os pés e não mais sair, como se ali fosse o seu “habitat” natural. Oh! Meu Deus. Que fazer nas circunstâncias aziagas das provas a que se estão submetidos os candidatos à evolução espiritual na avaliação da vida, bela, colorida e consentida, diante dos abrolhos do caminho, é a pergunta que fazem os que têm sede de justiça.
A resposta que sacia a sede é a fé com irrestrita confiança no Criador; não desanimar em hipótese alguma, continuando firme no leme com Jesus, em Jesus e por Jesus, governador do planeta cuidando da embarcação para conduzi-la ao porto seguro. O espírito venerando Joanna de Ângelis, ainda que sob a emoção da pena, mas sem intenção de alterar o sentido dos pulcros ensinamentos em apreço, esclarece à saciedade que a vida é como o dia que ao amanhecer recebem as tonalidades das escolhas no exercício do livre arbítrio. Sob essa bandeira, ao se levantar, fixar o pensamento no Senhor da Vida em gesto de gratidão, absolve-se a gota de amor cujo sereno refresca o espírito para um dia pleno. Ao contrário senso, se as criaturas se aborrecem por deixarem o leito que restaurou suas forças, o seu proceder é o dos “místicos” ao firmarem terem levantando com o pé esquerdo.
Se, se olvidar a oração da manhã, quiçá se esqueça também de dar bom dia à esposa, marido, filhos ou aos fâmulos e da mesma sorte procederem no trajeto das tarefas do dia, presto a ter um dia repleto de amargura, que corre por conta e risco de se atrair um dia obnubilado. Ao contrário senso, o óbvio é ululante. Se ao se levantar do leito, abençoar o corpo na luz da oração, externando gratidão ao Pai criador, como símbolo da manhã pela vida, pela família e pelas provas, esparze-se alegria e se cria forças poderosas pelas atitudes do amor, incondicional amor, à vida, à natureza, aos familiares embaindo com o proceder retilíneo aumenta-se os laços e as bênçãos da filiação com a Potestade.
Para os primeiros apontamentos sub exame, certamente que no decorrer do dia atormentado, sua taça da existência replenar-se-á de amarguras, de desconfiança, da falta de fé, da ausência de caridade, do perdão, do auto perdão e da tolerância, ingredientes que somente caberá na taça de amargor na intimidade de uma gota de amor.
A gota de amor, será a virtude que cada ser humano, transitando pelo planeta de provas e expiações doe ao sofredor momentâneo, com o lenitivo de paciência e misericórdia, palavras que dulcifiquem a vida, na caridade de ouvir e todas as mil tonalidades da beneficência em ação. É sem dúvida a atitude ativa, a ação direta e incondicional sobre os fardos que estão colocados à frente para estimular as realizações em nome do progresso, opção exercida em substituição às reclamações. Nesse caso, é oportuno ilustrar a dialética com uma história sobre o tema: Conta-se que num quarto modesto, o doente grave pedia silêncio. Mas a velha porta rangia nas dobradiças cada vez que alguém a abria ou fechava.
O momento solicitava quietude, mas não era oportuno para o concerto adequado, e com a passagem do médico, a porta rangia nas idas e vindas do enfermeiro, no trânsito dos familiares e amigos, eis a porta a chiar, estridente. Aquela circunstância funesta trazia ao doente, ao enfermeiro e a todos que lhe prestavam assistência e carinho, verdadeira guerra de nervos. Contudo, depois de várias horas de incômodo, chegou um vizinho, e colocou algumas gotas de óleo lubrificante na antiga dobradiça, e a porta silenciou tranquila e obediente.
A lição é singela, mas expressiva. Em muitas ocasiões há tumulto dentro de nossos lares, no ambiente de trabalho, numa reunião qualquer que a vida ofereça para a realização das provas do caminho. São as dobradiças das relações humanas e do convívio social fazendo barulho inconveniente. São problemas complexos, conflitos, inquietações, abalos, doenças, a partida de um ser querido “fora da hora combinada”, o fogão sem lume, a perda do emprego. Oh! Meu Deus. Quantas circunstâncias aziagas envolvem os filhos do Divino nas malhas das provas e expiações. Todavia, sejam quais forem as circunstâncias que se experimente para o crescimento do espirito, inegável que cabe uma gota de amor na taça da vida, passaporte para a felicidade em homenagem à caridade, única porta da salvação.
Meu Deus! Sim. Com esses sentimentos, guardemos no cofre secreto do coração e nas profundezas d’alma, a lição da gota de amor para pôr em prática no momento oportuno o suave perfume de Jesus, tendo em mente que: As gotas de compreensão mudam qualquer situação; as gotas de perdão põem fim imediato ao chiado das discussões calorosas; as gotas de paciência no momento oportuno evitam grandes dissabores; as gotas de carinho penetram as barreiras mais sólidas do desamor e produzem efeitos duradouros e salutares. As gotas de solidariedade e fraternidade inibem as guerras e evitam anos de comprometimento espiritual, pondo fim aos interesses egoístas e levando a paz aos corações sequiosos de amor. Gotas de puro afeto, são as que penetram e dulcificam as almas ressecadas de marido/esposa e filhos ajudando na manutenção da convivência do tálamo conjugal. Gotas de afeição nas relações de amizade, são suficientes para lubrificar as dobradiças da oficina da vida e evitar ruídos estridentes da discórdia e da intolerância.
Em súmula rasa, todas as virtudes têm em essência GOTAS DE AMOR com que as mães dedicadas abrem as portas mais emperradas dos corações confiados à sua guarda como se vê na Mãe Santíssima. Na bula do receituário em apreço, inexiste contraindicação, podendo ser utilizada em qualquer situação para amar ao próximo como a si mesmo. Ressalva-se, todavia, que em algumas ocasiões, será necessário apenas uma gota de silêncio, buscando no imo d’alma o ser imortal em reflexão profunda sobre a vida, bela colorida e consentida para extinguir de vez com o ruído desagradável de uma discussão infeliz. Ponto finalizando, a ensanchas é propicia para argamassar os sentimentos de que as criaturas do Eterno espelham na sinceridade com destino aos esplendores celestes, conscientes de que foram criadas simples e ignorantes, não são perfeitas, mas perfectíveis e com destino as estrelas.
Sob o desfraldar dessa bandeira, não se olvide que o Pai Celeste ama seus filhos e os valoriza, de sorte que, quando se sentir decepcionado, imaginando não ter recebido do Eterno o que solicitou, lembre-se, antes de se sentir mal-amado, pare e olhe para trás, convicto de Ele o abençoou e o manteve firme em todos os momentos de dificuldade, pois nada acontece por acaso, mais por uma causa e as provas é uma longa estrada no carreiro da vida.
Em verdade, a sociedade civil organizada perde tempo criticando as diferenças que não consegue ver Deus na diversidade. O fato de ser diferente não significa que ninguém é inferior, apenas se é diferente, pois criados em momentos distintos. Os candidatos à felicidade, são criaturas equipadas com as bênçãos de gota a gota para auxiliarem-se mutuamente como propôs o Nazareno na lição de fazer ao próximo, tudo que se deseja receber, amando ao próximo como a si mesmo em, nome do eterno amor.
Com esses sentimentos d’alma, segue o ósculo depositado em seus corações com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham todos um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo de sempre.
Jaime Facioli.