Na trajetória da existência das criaturas do Eterno, há incontáveis pedras pelo caminho, quiçá tenha nascido nessa realidade a poesia de Carlos Drummond de Andrade ao recitar a linda poesia sobre o tema dizendo: " No meio do caminho tinha uma pedra". Tinha uma pedra no meio do caminho ..." É seguro, nesse caso, concordar-se com o poeta pátrio, quando se identifica na profundidade de seus versos o encanto dessa poesia, extraindo na sua essência o sentido que vivifica a alma. Sim, os filhos do Divino, concebem as pedras do caminho, nada obstante, muitos ainda imaginem que as dificuldades, momentos de dores e sofrimentos, acúleos existenciais, conhecidos como momentos aziagos, que tenham o propósito de ferir aqueles que estão realizando as provas da jornada; no outro pólo, existem os felizardos, os bem-aventurados, navegando em céu de brigadeiro, porque sabem que o Pai Celeste cuida de todas suas criaturas.
Com fulcro nesse preâmbulo, nos sentimentos do tema em apreço, há uma paráfrase para aqueles que sabem que as nuvens obnubilam o céu de brigadeiro, sem esconderem a beleza do universo; a afirmativa permite colher no santuário da vida, ao sabor da emoção da pena, a narrativa destinada àqueles que se distraem na senda das pedras encontradas no caminho das provas e ou as expiações ao se dizer que:
Certa vez, um homem caminhava pela praia numa noite de lua cheia; divagava em seus pensamentos dizendo de si para consigo mesmo: Oh! Meu Deus, se tivesse um carro novo, como eu seria feliz; quem sabe se fosse proprietário de uma mansão, como estaria realizado; ah, se meu trabalho fosse remunerado com elevados rendimentos, como seria feliz. Oh! Quem sabe se eu tivesse uma família sem nenhuma dissidência, e com uma esposa atenciosa, como eu poderia ser feliz.
De fato, foi nesse estado de espírito que o personagem relatado tropeçou em uma sacolinha cheia de pedras, pegou-a e começou distraidamente, a joga-las uma a uma no mar, enquanto divagava em seus pensamentos dizendo de si, para consigo mesmo: Seria feliz se eu tivesse isso ou aquilo, sem perceber que elaborava uma lista interminável de desejos, sem pôr atenção, nas infinitas bênçãos de que era portador. Assim prosseguiu sua caminhada até ficar com apenas uma pedrinha na sacolinha, e, sem saber porque, decidiu guardá-la, já que estava perto de sua morada. Ao chegar em seu habitat, percebeu que aquela pedrinha brilhava intensamente. Intrigado pelo brilho da pedrinha, decidiu-se que no dia imediato saciaria a sua curiosidade daquele brilho aurifulgente emanando daquela pedrinha.
E
spicaçado, procurou nas primeiras horas da manhã um expert no assunto para ver do que se tratava; foi quando constatou que se tratava de um diamante raro e valioso, levando-o a exclamar, Oh! Meu Deus, o que fiz? É verdade. Imagina-se, quantos diamantes o personagem em comento jogou, no mar sem parar para pensar? Sim. Sem dúvida, o objetivo moral da história, é registrar a similitude com as pessoas distraídas pelas pedras do caminho, que não se esforçam para compreender o propósito das pedras no caminho. É assim, os viajantes nas provas da vida, bela, colorida e consentida, distraídas incontáveis vezes, quando se submetem à avaliação da fé, da esperança e progresso, jogam fora seus preciosos tesouros por não acreditarem que o Senhor da Vida cuida de todas as suas criaturas por menores que sejam, porquanto tudo está sob o seu controle, pois Ele é onipotente, onisciente e onipresente.
Cogente, pois, que os candidatos à felicidade, não se distraírem com quimeras e utopias, ou pensamentos ignotos, sonhos e imaginações, sonhando com o que ainda não têm, sem dar valor ao que se possui, porque, quando Deus não proporciona os seus anelos, esteja certo de que em verdade nada falta às suas criaturas, do que necessitam para o seu progresso na caminhada para a felicidade, ao alçarem voo em direção aos páramos celestiais.
O fulcro dessa realidade, sem dúvida, é o dever de olhar ao redor para constatar o quanto se possui ao sentir quão afortunados são os filhos da potestade, diante das infinitas bênçãos de que são portadores em nome da felicidade. Ora, sim. Cada pedra no caminho tem um propósito educativo, ensejando considerar-se como um emérito educador, conscientes de que é nos acúleos e nas pedras da trajetória que se sustenta o aprendizado. In veritas, nas lições do venerando espírito Joanna de Ângelis, estabelece-se que, diante das fecundas bênçãos que a criatura humana recebe todos os dias a mancheias do Pai Celestial, a criatura somente tem razão tem para agradecer, jamais para reclamar, pois dele depende aproveitar ou lançá-lo ao mar do esquecimento as graças recebidas para ao depois lamentarem-se pela perda.
O Senhor da vida tem propósito para tudo. Os que sofrem, experimentam na dor as lições memoráveis que o tempo exerce como professor sem palavras na oferenda de preciosas lições para o crescimento moral e espiritual. Em outras palavras, é o lenitivo salutar que faz crescer, avançar, caminhar pela estrada da vida, removendo as pedras do caminho, vencendo as dificuldades que a vida oferece aos candidatos à felicidade, máxime considerando que aqueloutros que dispõem de maiores recursos, mais responsabilidades adquirem no conjunto do universo de Deus.
D
iante desse arrazoado, a responsabilidade dos que muito têm, ou dos que governam, é compromisso que não se pode olvidar em relação aos fracos, aos oprimidos, aos que estagiam no sofrimento necessitando de amor, fraternidade e da consideração daqueles que estão na abundância. Sem dúvida, o mestre Jesus ensinou que: "Em toda abundância que o homem se encontre, sua vida não depende dos bens que ele possui".
Nessa óptica, concebe-se que as pedras do caminho, que visitam os entibiados pela doença, ou pela partida de um ente querido em sua jornada de retorno à pátria espiritual, senão a perda do emprego, no filho pródigo que abandona o lar, ou naqueles que sofrem diante das drogas que viciam seus familiares ou aqueloutros que recebem no tálamo conjugal um filho com idiotia ou síndrome de Down, enfim, seja como for, deve-se considerar os percalços das provas da existência como estimulantes ao crescimento.
Verdade. Se ajuntar as pedras do caminho, os “pequenos deuses”, podem no porvir construír um castelo de alegria na felicidade que aguarda os filhos do Eterno nos esplendores celestes, uma vez bem cumprida a missão assumida na Pátria Espiritual. Em nome desses conceitos, certamente, pode-se aceitar experimentar as dificuldades, viver na ansiedade da luta febricitante, que vez por outras os tornem irritados com as experiências da vida, ainda que tardiamente despertem conhecendo os propósitos das pedras do caminho, sem jamais esquecer que a vida é bela colorida e consentida.
Ponto finalizando, com esses sentimentos d’alma, segue nosso ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade universal em nome do Celeste amigo, anelando tenha todos um novo dia repleto de paz.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.