Sem contradita, a historiografia da humanidade tem demonstrado aos viajantes das estrelas, o quanto se procede com insensatez, senão precipitadamente na resolução das dificuldades que se apresentam no carreiro das provas e expiações, agindo impensadamente senão com asperezas no relacionamento com seus pares, os irmãos de caminhada e familiares. A agressividade é vício atávico do passado, ferramenta da autodefesa no trânsito do aprendizado no mundo primário.
É sob essa vertente que a criatura necessita reprimir os impulsos para respeitar o próximo, praticar a indulgencia, asserenar o espírito e conscientizar o direito do próximo que começa onde termina o nosso. No dizer atribuído ao francês François-Marie Arout, conhecido pelo pseudônimo de Voltaire, o deísta e escritor, a quem foi atribuído o axioma imortalizado na frase: “Posso não concordar com o que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo”.
Nesse prólogo, o fato é que, o Mestre no seu discurso pedagógico, declarou-se entre seus irmãos ser àquele que serve, razão porque, é sempre nessas tarefas sublimes do atendimento ao próximo que se encontra o sublime carpinteiro, Jesus de Nazaré. Sem contradita, assim se identificou e viveu o Raboni, sempre atendendo o próximo com palavras doces e suaves aos que caminham pelas veredas das provas e expiações.
Às margens do mar da Galileia, na casa de Pedro, ou em qualquer ocasião que comparecesse, O Mestre sempre foi aquele que serviu os convivas apresentando o seu eloquente e esclarecedor verbo, não permitindo passar em branco a oportunidade para elucidar aos que se encontrassem carente da mansuetude e refletir sobre as realidades de bem servir, fossem os eruditos dantanho, ou o povo simples da época, nas estradas, nos montes, nas planícies da Pereia, da Galileia, ou da Judeia.
Oh! Meu Deus. Sim. De suas mãos generosas se projetavam os fluidos curadores, beneficiando os enfermos, liberando-os das mazelas físicas, orientando-os para que alterassem a forma de viver em desalinho, evitando destarte que o pior viesse a acontecer. Foi e é a voz de pastor do rebanho terreno que Ele consola aqui, esclarece ali e ilumina em todos os tempos.
Sob esse arrimo, é apropriado dizer que enquanto todos atendiam o ritual da santa ceia, Ele foi o exemplo vivo da humildade, aquele que se dispôs a lavar os pés dos Seus Apóstolos, ensinando que nenhuma tarefa é indigna do mais nobre proceder. Em verdade, o doce rabi desfila sereno na multidão, sem os espinhos das calúnias dos que o desejam atingir, prosseguindo pleno de luz. É com Ele que se aprende a mansuetude, o bem que proporciona a paz de Espírito e a alegria de viver.
É disso que se trata a epístola.
De fato, na contemporaneidade não se nega que todo ato benévolo, libera ocitocina, hormônio que causa bem-estar, poderoso neurotransmissor da felicidade, conduzindo em sua essência a verdade de que todo bem praticado, no porvir restitui frutos saborosos, a exemplo de um bumerangue que ao retornar oferece gotas de amor, na proposta inenarrável de Jesus de Nazaré ao convidar os candidatos a felicidades a amar o próximo como si mesmo.
Reconhece-se a autenticidade dessa afirmativa quando se realiza o bem sem intenção de agradecimento. É o sentimento de euforia gerado pela alegria de ser útil e de produzir o bem. As oportunidades para praticar o bem se apresenta em todos os lugares. Nas catástrofes, nas inundações, no fogão sem lume, no féretro que arrasta as dores dos entes queridos que ficam ou nas guerras insensatas repleta de egolatria, se não na fome que grassa os irmãos do caminho com dores acerbas cercando o caminho das provas ou expiações, realidade que não se nega existirem, atendendo na escola da existência sob o comando da lei de progresso.
Nesse exórdio, sustenta-se que é preciso reprimir as atitudes impensadas, as ofensas, palavras malsãs, para enfrentar os algozes como fez o Cristo de Deus, sem mesmo se defender das injustiças de um julgamento espúrio, e ainda no estertorar do seu padecimento, rogar perdão ao Pai, pelos malfeitores com a bandeira de ignotos ofensores porque eles não sabiam o que faziam.
Ipso facto, não será reprochável dizer que para amar, é necessário ter palavras dulcificadas e coragem, o que se afirma positivamente, sabendo-se que o substantivo em exame, é um substantivo gramatical que significa moral forte diante de um perigo iminente, riscos, bravura e intrepidez, firmeza de espírito para enfrentar situação emocionalmente ou moralmente difícil, ou seja, ter grandeza d’alma, nobreza de caráter, hombridade, perseverança e tenacidade.
A questão em exame, parece a princípio sem sentido, até porque é natural o amor aos filhos, à esposa e vice-versa, amigos fraternos e tantos companheiros de jornada, onde as situações do amor não dão azo ao emprego da coragem na excelência da palavra. De outro lado, é indispensável coragem para apreender a amar, principalmente aqueles que estão fora da proteção dos laços familiares, ou seja, o próximo como ensinou o Pastor das Almas no seu missionato.
Oh! Meu Deus. Que socorra esse discurso, a corajosa e agora Santa Madre Tereza de Calcutá, porque ao abdicar do convento, onde atuava como professora de jovens de famílias ricas, levou consigo apenas o hábito e as sandálias de religiosa, deixando tudo para trás. Ao final do novo caminho de amor em plenitude, deixou mais de quatrocentas casas erguidas pelo mundo, em nome do verdadeiro amor ao próximo, entre asilos, orfanatos, hospitais e escolas. A historiografia de Albert Schweitzer, mostra que ele era um jovem músico, consagrado nas mais famosas salas de concerto europeias, quando decidiu abandonar a carreira musical e cursar medicina.
In Veritas, sonhava ele ajudar o próximo e elegeu a carreira médica como ferramenta de auxílio, deixando o conforto da fama e do reconhecimento ao seu talento musical para começar uma nova vida, bela, colorida e consentida. Ao se formar, foi trabalhar no coração da África, numa região isolada e sem recursos. Ao final dessa sua existência, foi laureado em 1952, com o prêmio Nobel da Paz; vivia em uma região onde nada havia, e mesmo assim, construiu um hospital que se expandira para mais de setenta prédios, com quinhentos leitos para internamento.
Não se olvide a história de Francisco de Assis, Dr. Bezerra de Menezes, Eurípedes Barsanulfo, fundador do Grupo Espírita Esperança e Caridade; atendia na sua farmácia gratuitamente as pessoas necessitadas, sob a supervisão do Dr. Bezerra de Menezes; Mohandas Karamchand Gandhi, conhecido como Mahatma Gandhi, Irmã Dulce e incontáveis arautos do bem, amando o próximo com coragem e destemor, sem receio no cumprimento dos seus deveres, impondo-se zelo, perseverança e tenacidade, em tudo que realizava em nome do verdadeiro amor ao próximo, para atender a máxima do Cristo de Deus, amando o próximo como a si mesmo.
Inegavelmente não são poucos os exemplos que se encontra de pessoas que, com coragem, optam por amar àqueles que ainda não amam. É do homem de Nazaré, o alerta, amar àqueles que nos sãos caros, até os maus o fazem, mas é necessário ir além. É imperativo aprender a amar àqueles que ainda se tem dificuldade em amar, que ainda não se aprendeu o exercício do amor. Sem contradita, para esses, será necessário a docilidade, carinho máxime porque, o amor ao próximo exige dedicação, abandonar o orgulho, a vaidade e a presunção.
Oh! Meu Deus. Quantas criaturas anseiam alcançar o pódio da estrutura moral ou a coragem da Santa Madre Teresa e de Albert Schweitzer, que como o Divino Mensageiro, deixaram marcas permanentes na História da Humanidade. Para se alcançar esse objetivo, é de bom alvitre iniciar pelo parente difícil, disposto a fazer comentários e insinuações maldosas, ou quem sabe com aquele vizinho sempre pronto a uma nova provocação; há incontáveis oportunidades nessa alameda para as experiências. Assim, há muitas chances de se aprender a amar, reprimir a agressividade exercitando a virtude da paciência.
Ponto finalizando, aprende-se com o Divino Rabi da galileia, que os candidatos à felicidade, não devem se contentar com o amor na intimidade do lar ou no relacionamento a dois, no trato de fineses que se pode expandir o amor.
Com esses sentimentos d’alma, segue o nosso ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Jardineiro.
Do amigo de sempre.
Jaime Facioli.