Infinitas são as bênçãos do pai celeste, criador incriado que cuida e zela ofertando aos seus filhos tudo de que necessitam, não obstante as crianças que somos, vezes sem conta se exasperam com palavras insensatas ao exprobarem dizendo que tudo em desalinho lhes acontece, sem darem conta de que a afirmativa acerba é inverídica, porque o Pai Celeste é de amor, caridade e bondade. Diante da realidade Divina, no tempo devido, a cada um de seus filhos, o Eterno oferece, sob os cânones das leis divinas, o que for necessário à sua evolução, proporcionando alegria e felicidade, sem que os beneficiários das bênçãos tenham despertado, para copiar as flores que emolduram a natureza com sua exuberância beleza no altar da natureza.
Oh! Meu Deus. Incontáveis são as criaturas que se desvalorizam imaginando não terem importância diante da vida, em provas e expiações, imaginando que seus préstimos, seu trabalho e a sua existência como integrante da sociedade civil organizada seja insignificante, não valendo a pena o esforço não merece sua atenção. São os derrotistas de plantão afeiçoados ao legado de Arthur Schopenhauer, filósofo alemão influenciado por Kant. Esse o viés por onde a filosofia, e os pensadores levantavam armas para defenderem a ideia de que, o que é real é o racional e além dele nada tem mais razão de ser; assim nasceu o adágio de que: “ Todo homem toma os limites de seu próprio campo de visão como os limites do mundo."
Oh! Sim. Os pesquisadores sabem que nessa arena não é o espaço para se mergulhar no imo ignoto do tema; contudo, registre-se “en passant” que para esse eminente pensador, sua filosofia era conhecida pelo pessimismo e a vida em solidão era constituída de imenso sofrimento, onde a arte não passava de uma trégua às dores do mundo.
Esse pensar olvida que todas as criaturas são obras do Pai Celestial, onipotente, onisciente e onipresente e que no cumprimento da promessa do Divino Jardineiro, restou comprovado nas questões 115, 133 e 804 de “O Livro dos Espíritos” que todas as criaturas foram obras do escultor do universo, a Inteligência Suprema Causa, Primária de todas as Coisas, ou em apertada síntese, a Potestade que é esse Deus, segundo o mesmo códex na questão 963, afirmando que o Pai Celeste cuida de todas as suas criaturas.
Com esse sentimento, não será reprochável asseverar que nem aos filósofos dantanho no curso da historiografia assumiram esse papel. Em verdade, a ninguém será lícito jactar-se para dar azo aos desarrimados na prática do niilismo para implantar e obnubilar a vida sempre bela, colorida e consentida. É vero. O pai celestial louva todos os esforços de seus filhos, sinal de luz do patronímico da Potestade. Cogente, pois, refletir não ser lhano, negar a existência do fator indispensável da reflexão sobre a moral evangélica, a virtude da gratidão, da generosidade e a importância do trabalho, inexistindo espaço para aqueles que comungam e praticam a ociosidade, a belicosidade e sobretudo as constantes queixas e reclamações sobre a vida.
Com fulcro nessa narrativa, antes dos clamores desarrimados deve-se promover o emprenho necessário para alcançar o objetivo, máxime porque existe a Inteligência Suprema, Causa Primária de Todas as Coisas, zelando por todas as suas criaturas e nada, absolutamente nada está a desgoverno, pois tudo tem um propósito, e, mesmo o sofrimento, não deixa de ser preciosa ferramenta de evolução para conduzir os viandantes aos páramos celestiais.
Nesse sentir, por mais que a insensatez campeie pelo raso chão dos céticos, não se pode negar a gratidão, a generosidade e a importância do trabalho, Leis da Vida, rendendo tributo às virtudes em comento por mais humilde e obscuro que seja, posto que cada um dos filhos da Consciência Cósmica, exerce papel importante no mundo. In veritas, é fato que, aparentemente, alguns trabalhos parecem ser mais importantes, contribuem mais, têm tarefas maiores, mas é somente na aparência, porquanto a ninguém será lícito jactar-se, diante de um porteiro, dos vigias, dos garis, das faxineiras, da segurança pública, dos que trabalham na saúde, os que nos hospitais são encarregados das assepsias, sendo notória a falta que eles representariam para a sociedade civil organizada.
Com fulcro nessas reflexões, ainda que o desânimo bata à porta dos candidatos à felicidade, jamais os viajantes das estrelas podem se desanimar, mas, antes ter em mente as lições da benfeitora Joanna de Ângelis em seu opúsculo de “Momentos de esperança” que pedimos vênia para transcrever ipsis verbis, pag.11: “A cada tentativa de crer e esperar, o homem avança nas técnicas do otimismo e melhor encara a vida, harmonizando-se com ela. Apreende a ver o lado melhor dos acontecimentos, não se amolenta ante o insucesso nem receia repetir experiência. A esperança faz-se-lhe a claridade que ilumina o caminho, quando sombras campeiam.
Narra-se que um monge mendicante, sem abrigo, recolhe-se a uma gruta para o repouso noturno em esplendente paisagem banhada pelo luar. Adormecido, foi vítima de um bandido que lhe furtou a capa de que se utilizava como agasalho. O frio da madrugada despertou-o e, dando-se conta do infortúnio, porém fascinado pela claridade da lua, acercou-se da entrada da furna e, emocionado com o que viu, exclamou: - Que bom, que o ladrão não furtou a lua! E, sorrindo, pôs-se a meditar. Desesperar, nunca! ”
É disso que se trata, a eloquência da esperança tornando a vida, bela, colorida e consentida, como as flores que exalam o seu suave perfume sob proteção do Eterno aos filhos amados. Todos em suas atividades são importantes. São homens e mulheres que se esforçam para ganhar o pão nosso de cada dia, tantas vezes regado com lágrimas que ninguém vê, senão o Pai Celestial que é grato pelo esforço de seus filhos amados. O Senhor da Vida, conhece a alma das suas criaturas e sabe avaliar com exatidão o esforço, capacidade e talentos de cada um.
É Deus quem também vê no silêncio e na solidão as dificuldades de cada um nesse infinito universo e oferece concomitantemente as oportunidades de progresso aos trabalhadores do mundo de todo jaez sob a lente do seu amor divino, até alcançarem a plenitude existencial. Sob esse díptico, na construção e reforma interior, louve-se a vida e recebam o ósculo em seus corações com a oblata da amizade lhanoza, anelando um ótimo fim de semana na paz e em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
- Jaime Facioli -