Em nome da paz de consciência, anelada pelos filhos do Eterno o homem segue a trilha de seus interesses mediatos ou imediatos. Nessa caminhada, incontáveis candidatos à felicidade, de alguma sorte já experimentaram dores pungentes em razão de atitudes inditosas. Sem primazia da verdade sobre o tema em apreço, o fato é que em sã consciência, os aprendizes da felicidade, em razão da necessidade de crescimento na escola da vida, na viagem sob o comando da lei de progresso, podem, sim, terem se desalinhado do bem proceder nas vidas transatas.
É o que se vê nos retratos estampados nas manchetes e noticiários sobre furtos, roubos, estelionatos e crimes de todo jaez, violando as sagradas leis da vida. Os seres humanos não praticam ou praticaram delitos transatos por serem estiolados de valores éticos e morais. Não, isso jamais. O mais perigoso dos bandidos, tem dentro de si a semente da bondade, eis que, os filhos do Divino foram criados pelo Senhor da Vida, simples e ignorantes.
A proposito dessa realidade, o espírito benfeitor da humanidade, Joanna de Ângelis assevera que o diamante mesmo quando no lodo, a primeira réstia de luz que lhe chega, será capaz de brilhar intensamente. Nesse arrimo, trata-se da curiosidade insaciável e o desejo de conhecer todas as coisas que os fazem experimentarem a dor para aprenderem a gemer. Assim, há os que se envolvem em comissões parlamentares de inquéritos, do golpe contra a democracia, os sanguessugas, os transportes de dólares de forma irregular, enquanto outros existem que promovem dossiêgate, senão guerras vestidas de interesses escusos na tela da vida pintando tristes quadros de desolação.
Cabe anotar na retórica que o mundo não se esqueceu do atentado às torres gêmeas no Word Trade Center em Nova York em 11.09.2001 entre tantos outros dos quais que não se orgulham as sociedades modernas e espiritualizadas. É assim que, na unidade doméstica, há os que assaltam a mão armada, os que não prestam serviços com zelo, atenção e responsabilidade nos hospitais, nas clinicas, nos bancos e por onde mourejam as condutas inescrupulosas. Há também os que forçam a caneta nas leis a desfavor de outrem, ou elabora aresto de favor, nas E. Cortes da Nação. Igualmente editam Leis espúrias e repletas de sofismas, cuja finalidade é enganar a outrem. Sim. O mundo está farto desses maus exemplos que entibiam a sociedade moderna sedenta de paz.
Diz a sabedoria popular que os resultados desses atos impulcros não permitem o repouso do justo, e na calada da noite, ao rever os atos praticados com deslealdade, enfrentam os ditames da questão 919 de "O Livro dos Espíritos", da lavra de Santo Agostinho, demonstrando que a consciência não os deixam em paz. É verdade. A consciência é o repositório onde o Senhor da Vida depositou sua lei, no dizer da questão número 621 do mesmo livro em apreço.
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ogente, pois, a necessidade urgente urgentíssima do homem moderno perseguir os ditames do dever retamente cumprido, para alcançar a paz de consciência. É difícil sem dúvida, porque importa na modificação do caráter, para abater o vilão do orgulho, da vaidade, ou interesses escusos, na maioria das vezes mesquinhos, da política do "venha somente a nós”. Em nome dos sentimentos do dever retamente cumprido, a verdade é que em todos os lugares, e profissões ou atividades, sejam elas oriundas do palácio do planalto, dos E. Tribunais da Nação ou mesmo nos Excelsos Parlatórios, nos corredores dos fóruns da vida, na unidade doméstica, nos escritórios, onde quer que se encontre o homem de bem, será possível alcançar a plenitude para o sono reparador enquanto os ventos sopram.
Sob o arrimo dessa luz aurifulgente, comporta enriquecer o tema em apreço, na linda história de um fazendeiro de autoria desconhecida, haurida na liça da existência dizendo que: Certa feita um fazendeiro necessitava contratar mão de obra para suas terras. Aos anúncios compareciam muitos pretendentes que não inspiravam confiança no homem do campo, que ao perscrutar suas almas, sentia que os candidatos não tinham condições de exercer as funções que o cargo exigia.
A seleção foi árdua como sói acontecer quando se tem que avaliar nos outros os valores íntimos da alma, máxime porque nunca se dá conta de que cada um dos filhos de Deus é portador de atavismos, de erros, de enganos cometidos no passado ou presente delituoso, enquanto aprendiz das lições para bem viver em busca da paz de consciência.
Foi desse modo que um dia lhe apareceu um candidato, um senhor de meia idade prontificando-se para realizar a tarefa de lavrador. Interrogado pelo senhorio, em sua modéstia disse-lhe o pretende ao cargo, não poder dizer-lhe encômios sobre a sua própria pessoa e que o tempo melhor definiria se ele estava apto para as tarefas desejadas, mas afirmava que sobre sua conduta ele poderia dormir enquanto os ventos sopravam.
Confuso com a resposta, mas inspirando-lhe imensa confiança aquele senhor de pequena estatura, resolveu o contratante por realizar uma experiência de trabalho com o candidato. Por seu turno, o contratado, trabalhou bem ao redor da fazenda, manteve-se ocupado do alvorecer até o anoitecer, como acontece com certas pessoas que contratadas para uma tarefa, põe-se a realizar os trabalhos sem ficar dependendo que os outros tudo lhes ensinem.
Em razão dessa postura, o novo empregado, passou os dias e semanas quase sem ser percebido e o patrão estava satisfeito com o trabalho realizado. Aconteceu, porém que numa noite dessas em que a tempestade procura sanear a atmosfera, São Pedro, como se diz na liça popular, arrastou os móveis todos do céu, promovendo ruidoso barulho e o vento uivou ferozmente, amedrontando e fazendo o senhor dos campos pular da cama altas horas da madrugada, agarrando um lampião e correndo em direção ao alojamento onde dormia o seu empregado. Lá chegando, sacudiu o pequeno grande homem e gritou.
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evante-se, vem aí uma tempestade, devemos amarrar as coisas antes que sejam arrastadas pelos fortes ventos, destruindo os bens da fazenda. Surpreso o patrão ouviu como resposta que não haveria porque se preocupar, uma vez que lhe havia lhe dito quando contratado, que ele poderia dormir enquanto os ventos soprassem.
O fazendeiro ficou enfurecido, transtornado com a conduta insolente de seu subordinado, pensou em despedi-lo imediatamente diante do desrespeito. Todavia como a situação era de emergência, resolveu deixar isso para mais tarde e cuidar dos afazeres rapidamente ele mesmo, evitando assim os prejuízos eminentes.
Nova surpresa, nessa noite de tempestades haveria de tomar conta de sua conduta futura, pois ao dirigir-se aos montes de feno, constatou que estavam todos cobertos com lonas firmemente presas ao solo. Os animais estavam bem protegidos no celeiro, e os frangos nos viveiros, com as todas portas muito bem trancadas. As janelas bem fechadas e seguras. Tudo estava em ordem e nada poderia ser arrastado pelas intempéries que se aproximavam. Foi nesse instante em que ele compreendeu o que seu empregado lhe dissera quando fora contratado, ao afiançar-lhe que não poderia tecer considerações sobre o seu caráter, mas que poderia assegurar que enquanto os ventos soprassem ele poderia dormir em paz. A lição é convite para os homens de bem cumprirem retamente os deveres a que são chamados tendo como paradigma as lições oferecidas por Jesus de Nazaré.
Que responda o assunto em debate a consciência dos justos, trabalhando e cumprindo retamente os deveres, do corpo e d’alma, sem enganar a outrem ou lesionar os direitos do próximo, pois assim poderá deitar-se em berços esplendidos com a consciência em paz, flutuando nos altiplanos celestiais com o dever cumprido, enquanto os ventos sopram em sua vida.
Com essas considerações, anelando o caminho da jornada existencial, cumprir retamente os deveres na família, no trabalho, em sua igreja eleita pela fé, onde for convocado a realizar as atividades, sem olvidar os serviços de benemerências, cujo óbolo se oferece a benefício de uma sociedade vocacionada para o reto cumprimento dos deveres em nome da paz social.
Ponto finalizando, segue o ósculo depositado em seus corações com votos de muita paz em nome do Celeste Amigo.
O amigo de sempre.
Jaime Facioli.