É inegável que uma das características das criaturas do Eterno é a busca do diferencial em nome do amor. Anela-se com sólidas razões, fazer a diferença nas realizações das provas e expiações, nos projetos existenciais e em tudo que atenda ao comando da Lei de Progresso, de maneira a ser o primeiro do grupo de estudos, destacar-se nos projetos existenciais de qualquer atividade a que for chamado a oferecer o seu contributo, na incessante busca do primeiro lugar, atendendo aos cânones da evolução que conduz a Lei de Progresso. Nada obstante esse lhanozo anseio, ainda que essa atitude seja sincera, por si só não autoriza os filhos do Divino, olvidarem-se das luminosas lições do bom pastor; para aquele que deseje ser o primeiro, que seja o mais humilde, procurando ser o primeiro a servir e em todas as virtudes que conduzam a criatura humana aos parámos celestiais, porque é dando que se recebe, propôs São Francisco de Assis em sua inesquecível oração de devotamento ao Criador do Universo.
Desse modo, qual será a correta exegese do viajante das estrelas que o faz ser diferente, uma pessoa de destaque no contexto social; afirme-se que é o que interroga a consciência dos profitentes do tema em exame. Certamente muitos dirão que será a soma dos valores que detém em contas bancárias, nas aplicações do dinheiro nos bancos, rendas de qualquer origem financeira, os bens móveis e imóveis. Da mesma sorte, há aqueles que imaginam que para se destacarem na grande viagem da vida, há que ser diferente no ambiente artístico, cultural, e ou político, quem sabe. Outros desejam o destaque por julgarem-se portadores de uma invulgar inteligência, fazendo dessa forma, ouvidos moucos de que a Inteligência Suprema, Causa Primeira de Todas as Coisas, criou todos os seus filhos simples e ignorantes, em resumo, sem privilégios a nenhum de seus filhos; certo pois, que as conquistas de seu diferencial será, sem dúvida, o esforço que cada criatura realize em nome de seu progresso, eis que se trata de um ser personalíssimo, dotado das condições indispensáveis para fazer brilhar a sua luz interior como recomendou o arauto do amor.
Não se imagine, portanto, pela visão de mundo, que o diferencial da notoriedade, se dê pela beleza física ou intelectual, pelo charme ou pelo discurso fácil, ágil, atilado, ou qualquer adjetivo superlativo que se lhe queira atribuir. Não, na realidade não; a verdade é que o maior destaque do viajante em busca da felicidade, com absoluta certeza, é no campo moral; são os valores de que se faz portador na intimidade de seu espírito. Oh! Sim. Sem dúvida, qualquer pessoa de mediana cultura, concordará que alguém muito rico, na linguagem coloquial, bela, portadora de um discurso impecável, ou um cientista de notória especialidade, com inteligência desenvolvida a cântaros, pode ser muito pobre moralmente. Por esse viés, o que muito se vê na sociedade contemporânea é que o tom dominante dos procedimentos exibicionistas é o da imitação, seja na vestimenta, seja nos modos de proceder de tal forma a deixar brilhar a luz da vaidade e do orgulho, mostrando virilidade, figura austera a que todos no lar devem obedecerem, e as mulheres esforçando-se nas academias, não em busca da saúde física, mais para serem as mais belas e cobiçadas, imaginando-se por isso, que jamais a solidão as envolverá em seus inevitáveis abraços; trata-se de um ledo engano que o tempo se encarregará de corrigir muitas vezes com dores acerbas.
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iz-se por isso, que esse procedimento faz parte da cultura do país onde se vive, do mundo atual onde se movem as criaturas de Deus, mas a verdade soberana é que acima de tudo, o coração amoroso, em nome do amor em plenitude com isso não se concorda. Tens, pois, que a razão seja simples. O diferencial das criaturas será aquele que busca em si mesma, sua origem para conhecer a verdade, e a verdade os libertará, como Jesus exortou; é isso que fará a diferença, na medida em que possibilitará ao viajor saber de onde vem, para onde vai e qual o propósito da vida, bela, colorida e consentida. É oportuno recordar, a propósito para fazer a diferença, o estabelecido pelo filósofo Ateniense Sócrates, adotando em sua ética, a expressão do “Conheça a ti mesmo”, colhida no templo de Delfos, em seus pórticos, herdando o algoritmo, quiçá de Tales de Mileto, mas, diante de seu profundo significado para fazer a diferença, a adotou em sua hermenêutica, até hoje conservada através dos tempos como lição de vida e vida em abundância. Sob esse arrimo, as imitações e ilusões pela porta larga, certamente não serão o diferencial de notoriedade àqueles que transitam pelas avenidas das vaidades que predominam sobre todas as coisas. A realidade é que para se fazer a diferença, será imperativo adentrar pela porta estreita da vida, adotando o reto proceder, fazendo o diferencial ao aplicar todas as virtudes que o Divino Jardineiro ensinou através do amor em plenitude, perdoando e se auto perdoando, aplicando a lei do amor, de justiça e caridade.
Dessa maneira, é indispensável se ter uma conduta digna, proba, não prejudicar a ninguém, conscientes de que todo o bem que se faz na trajetória da vida, é como um bumerangue, volta a si mesmo, e ademais, ser um homem de bem está inscrito na promessa do Cristo de Deus, na questão 918 de “O livro dos espíritos”. Para bem ilustrar o tema em apreço, vale servir-se da inesquecível parábola do Cristo de Deus sobre o homem de bem na figura do bom samaritano, esclarecendo à saciedade que o homem diferente, destoa dos demais da sua estirpe ou dentro de sua própria comunidade, porque que a ele não importa onde se viva, ou a cultura de se faça portador. A verdade é que cada filho de Deus, pode dentro de seus parâmetros de justiça e moral, ser diferente, vale dizer; destoar para melhor, transformando-se em flor perfumada e colorida, num campo cinzento de erva seca e dura, diante das experiências que são os degraus da evolução.
Oh! Sim. Na busca incessante para ser diferente as criaturas do Eterno, devem assumir lhanamente a virtude da caridade, consoante a parábola do bom samaritano, descrita no apólogo de Lucas, (10:30-35) quando o missionário do amor responde com segurança o questionamento dos sábios dizendo: “Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram deixando-o quase morto. Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado. E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado.
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as um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele. Aproximou-se, enfaixou lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e disse-lhe: ‘Cuide dele. Quando voltar lhe pagarei todas as despesas que você tiver’." Compreende-se, pois, tal qual naqueles tempos, que para fazer a diferença, é preciso fazer o bem em silêncio tumular, para ajudar ao próximo praticando a caridade, porquanto no livro da vida nos registros dos atos pulcros, anotam-se indelevelmente as atitudes de amor ao próximo, sendo dispiciendo a notoriedade no seio da sociedade onde se moureja. Desse modo, tal como a resposta do Nazareno aos sábios dantanho, vale a paráfrase do “faça isso, e viverá”, porquanto, o interesse do viajante das estrelas deverá estar vocacionado para o amor ao próximo, fazendo a diferença entre os outros dois personagens religiosos da retórica, conscientes os profitentes do tema, de que a parábola em exame, até os dias atuais surpreende aos estudiosos e àqueles que anelam fazer a diferença, não como "homens bons" que ignoraram aquele pobre rapaz, mas como o "samaritano” considerado ímpio que fez tudo o que podia para seu irmão de caminhada.
EM SÍNTESE APERTADA, PARA FAZER A DIFERENÇA, SEMPRE, É TEMPO DE AJUDAR.
Ipso facto, basta aos viajores interessados em fazer a autêntica diferença, olharem para os lados para descobrir o quanto bem se pode realizar ao se tornar diferente, a fim de proporcionar aos interessados nas bem-aventuranças, a meditação a respeito dos ignotos caminhos da Providência Divina, proporcionando em breve porvir se conheça as infinitas fórmulas de atendimento de Deus aos Seus filhos. Abençoadas sãos as oportunidades e o tempo para ajudar, praticar a virtude da caridade em todo o seu esplendor. Roguemos ao Pai de misericórdia, permita às suas criaturas, estarem conscientes de que cada minuto que se passa na companhia de um irmão de jornada, resida aí a oportunidade de ajudar o próximo e avançar em direção aos Esplendores Celestes.
Nesse sentir d’alma, segue votos de um final de semana de muita paz, com o ósculo depositado em seus corações com a oblata da fraternidade, anelando se possa ajudar sempre os irmãos de caminhada, mais do que imagina a rasa filosofia, bastando para isso ter olhos para se ver e o espírito desperto para sentir que são deuses, com deus minúsculos, mas filhos da Consciência Cósmica.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.