É inimaginável a velocidade do tempo, quando os filhos do Eterno se dão conta da saudade de bate fundo nos corações amorosos, recordando aqueles que estão fisicamente matriculados na universidade da existência, haurindo as benções oferecidas pelo Pai Celeste, para cumprirem as provas ou as expiações conscientes de que a ensanchas é bela, colorida e consentida, dando azo a saudades que bate forte nos corações. O prólogo trata do dia de finados. É a efeméride de renovação rendendo homenagens para dessedentar a sede de amor, destinada a sentir mais de perto os amigos, parentes, e familiares que partiram na grande viagem após terem cumprido integral ou parcialmente a programação adrede estabelecida na pátria espiritual no pretérito, destinada ao aprimoramento do espírito atendendo os cânones da lei de progresso em direção aos páramos celestiais.
Trata-se da homenagem ao dia dos “mortos”, que não morreram, mas viajaram para a pátria espiritual. Sim. A data sub-oculis aproxima mais os entes queridos comovendo e sensibilizando os espíritos que estão em provas, para refletirem sobre os acontecimentos dantanho da existência. O fulcro do momento, é como o “vento que ninguém sabe de onde vem e para onde vai”, sem que isso iniba sentir a presença dos que partiram, considerando que agora é hora de sentir mais profundamente a presença dos entes queridos que em viajem à pátria celeste levaram metade da saudade, deixando a outra metade em lembrança pelo suave perfume de sua visita.
No Evangelho do Mestre Jesus, entre todas as luzes rutilantes que lá se encontram, há um tema que toca o mais profundo sentimento das criaturas, facultando avaliação serena sobre os projetos de vida, através da sabedoria haurida na herança do passado, para se projetar no castelo do futuro, tornando-os viajores mais receptível a cada dia que passa, nas experiências vividas, destinadas a valoração da vida que é sempre bela, colorida e consentida. Sob o pálio desses sentimentos, é oportuno refletir sobre as jornadas experimentadas, como lições de vida inscritas no evangelho redivivo do Divino Rabi da Galileia.
Diante dessa luz, para se cumprir retamente com os deveres filiais de honrar o pai e a mãe, máxime enquanto se tem a presença deles fisicamente ao lado daqueles a quem Deus confiou a sua guarda, afim de que quando a saudade tomar conta dos corações, se esteja pronto para reviver o amor que eles dedicaram aos corações dos ficaram e se alegrarem pelos momentos vividos em sua intimidade. Inegável que, com esse sentimento, vive-se o dia de finados e de todos os Santos, mais exatamente no dia 1º de novembro e no dia que se lhe segue, dia dois de novembro o chamado dia dos "mortos". Trata-se em verdade, da efeméride da celebração da vida eterna, homenagem àqueles que já fizeram a grande viagem, resultando ser esse o dia dedicado ao amor, porque amar é sentir que aqueles a quem devotamos nossa estima jamais morrerão.
Nesse sentido, não se olvide que morrer é renascer para alcançar a vida além da vida, máxime porque morrer é como se morresse a semente pelo nascimento da flor, aonde outra nascerá, pois, o homem na viagem comemorativa do dia dos Mortos nasce para Deus, como se a anunciar que em toda morte há vida nova e vida em abundância.
Oh! Meu Deus. Sem contradita, concebe-se que é triste o momento da partida dos entes queridos que voltaram à pátria celestial, mas tristeza maior é ver irmãos de caminhada morrendo por antecipação, de desgosto e de solidão, matando-se no fumo, na bebida, nos maus procedimentos, acabando com o corpo, veste concedida por Deus para a grande travessia do mar bravio da existência, de sorte que devagar e lentamente se suicida, pois, essa gente vai morrendo um pouco a cada dia que passa, sem aproveitar a bendita oportunidade da reencarnação.
Sob a bandeira dos sentimentos, assevera-se que o momento desperta naqueles que ficaram, o desejo de abraçarem os que partiram, e outra vez, rasgarem o véu do infinito, desnudando a imensa vontade de retrocederem no tempo, assegurando na jornada da reencarnação, tocarem os que partiram na grande viajaram para uma das moradas do Pai Celestes.
No fluxo dessa retórica, sabe-se que o espírito é composto de matéria na quintessência, mas a sua presença se pode sentir ao se comunicar na intimidade das almas, sob o auspicio da questão 459 de “O Livro dos Espíritos”. A propósito, quiçá, não seja por outra causa, o ideário do Padre Juca onde se dessedentam esses pensamentos, quando declama em prosa e verso, em linhas gerais que:
"Essa lágrima cristalizada, distante e intocável, essa saudade machucando o coração, esse infinito rolando sobre a nossa pequenez, e esse céu azul e misterioso simboliza àqueles que já partiram e que viveram entre nós. Que encheram de sorrisos e de paz a nossa vida. Foram para o além deixando este vazio inconsolável que a gente às vezes disfarça para esquecer. Deles guardamos até os mais simples gestos. Sentimos, quando mergulhados em oração o ruído de seus passos e o som de suas vozes.
A lembrança dos dias alegres daquela mão nos amparando, daquela lágrima que vimos correr, da vontade de ficar quando era hora de partir. Essa vontade de rever novamente aquele rosto. Esse arrependimento de não ter dado maiores alegrias. Essa prece diz tudo. Esse soluço que morre na garganta, e há tanta gente morrendo a cada dia sem partir. Esta saudade do tamanho do infinito caindo sobre nós. Essa lembrança dos que foram para a eternidade. Oh! Meu Deus. Que ausência tão cheia de presença. Que morte tão cheia de esperança”.
Com esse arrimo, considerando que na vida nada acontece por acaso, mas por uma causa, o certo é que a efeméride em análise é a celebração da vida eterna, porque o Senhor da Vida concede às suas criaturas tudo o que necessitam e não aquilo que desejam, razão porque, vale sonhar que se um dia ao acordar encontrássemos ao lado da cama um lindo pacote embrulhado com fitas coloridas, provavelmente o presenteado o abriria antes mesmo da higiene matinal, para saciar a curiosidade.
É possível também que na caixa não se encontrasse nada do agrado do destinatário e se imaginaria o que fazer com o presente aparentemente inútil. No dia seguinte, nova cena e nova caixa, com nova vontade de abri-la com sofreguidão, resultasse encontrar um objeto de agrado. Certamente seria uma lembrança de alguém distante, uma roupa que nos encantamos na vitrine no dia que nos antecedeu ou a chave de um carro novo, um ramo de flores demonstrando o afeto de alguém que nos tem apreço.
A vida é isso mesmo. Todos os dias recebemos um pacote embrulhado com alegrias e tristezas. Não se sabe o que vai acontecer nas horas que se seguirão, mas a Providência Divina convida a oração matinal, com confiança nos seus desígnios para celebrar a vida, pois os filhos da Providência Divina são eternos e quando acordados encontram a caixa de presente pronta para as provas e as expiações. É na verdade uma caixa de presente surpresa enviada por Deus, contendo um dia novo, inteirinho, para se utilizar da forma que o livre arbítrio escolher. Não se pode esquecer de que às vezes os dias vêm cheios de problemas para se resolver, uma doença a enfrentar, uma partida a experimentar, uma dor pungente de uma separação material, coisas que estiolam os sentimentos d’alma com tristeza e decepção.
Vezes há que o dia vem repleto de boas surpresas, alegrias, vitórias, notícias alvissareiras, conquistas que ofertam o doce perfume da existência. Bem por isso, na alegria ou na dor, o importante é que todos os dias Deus prepara aos seus filhos, enquanto "dormem", o presente do dia seguinte, com fitas multicoloridas para que suas criaturas despertem com o PRESENTE. O presente do verbo presentear no tempo presente, que não será o que mais se quer ou se deseja para melhor atender a vaidade ou o egoísmo que ainda grassa os viandantes, mas será o presente que seus filhos mais necessitam para atender a lei de progresso.
Assim será o mimo que enriquecerá os viajores do tempo, na linha da generosidade, da caridade, da solidariedade, servindo de arrimo para o crescimento, moral, ético e espiritual em direção aos esplendores celestes. Sob esses cânones, as oportunidades ensejam examinar com cuidado o PRESENTE DA DIVINDADE, recebendo-o com amor, resignação e alegria, porque Deus não comete enganos na remessa de seus presentes. Se hoje não veio o presente que se esperava, certamente é o exercício da paciência que dará a oportunidade de aguardar o novo alvorecer trazendo aquilo que acalentará os corações em busca da felicidade.
Com essas reflexões, depositamos o ósculo em seus corações, em nome da oblata da fraternidade, com votos de que a passagem do dia de Todos os Santos e do dia de Finados seja em verdade a Celebração da Vida em nome de Jesus de Nazaré, que venceu a “morte” para entrar na vida eterna.
Do amigo de sempre
- Jaime Facioli -