Não é incomum as criaturas de Deus se questionarem como fazer para atender ao convite do Divino Jardineiro, diante das tarefas, compromissos e afazeres no enfrentamento do dia a dia, seja no zelo com a família, nos cuidados com os filhos, no trabalho e toda sorte de obrigações a que estão sujeitos os candidatos à felicidade, presentemente em provas e expiações, viajando pelo belíssimo planeta Terra, cognominado pelo poeta Humberto de Campos, como sendo a Pátria do Evangelho e o Coração do Mundo. Esse, de fato, um dos grandes desejos dos seres humanos, quando o espírito desperta para a realidade para seguir as pegadas de Jesus. O ser humano quando alcança a idade do entardecer da vida, descobre os verdadeiros valores que merecem sua melhor atenção. As conquistas obtidas sobre as diversas atividades da vida, sejam sentimentais, intelectuais ou nos recursos hauridos pelo nobre esforço do trabalho, tudo passa a ter outro significado e valoração para os seres humanos cujos cabelos começam a ficar enluarados pelas experiências dantanho.
Nesse momento, se "descobre", e melhor se avalia as dádivas recebidas do Senhor da Vida, razão porque a família passa a ser vista não como um escolho, mas como uma benção do Pai Celestial. Os filhos serão tratados com amor fraterno, criaturas que Deus confiou aos bons ofícios dos pais educadores da primeira hora. Os amigos adquirem um significado especial na jornada da vida. São pessoas a quem se aprende admirar, sentindo-se confortável ao saber que a "qualquer necessidade" pode-se contar com eles para o que der e vier. Por essa razão, em nome da fraternidade universal cultiva-se no jardim das existências, os amigos como companheiros de viagem, porque o ser humano em evolução se conhece pelos amigos que se consegue angariar na hora presente, em detrimento aos inimigos do passado. Nas experiências adquiridas até o entardecer da vida, ou mesmo no anoitecer da jornada de evolução, se passa melhor compreender as memoráveis lições de vida ofertadas pelo Divino Rabi da Galileia.
Assim, o instrumento do perdão, começa a fazer sentido. O amor em plenitude, como o Rabi fez ao amar incondicionalmente, ensinou que o verbo amar significa libertar e não algemar. Quem ama compreende e não aprisiona. Virtudes como a tolerância, a paciência, a indulgência e o respeito ao que pertence a outrem passam a fazer parte do protocolo de vida. A alma sedenta de amor pacifica-se quando ao final de um dia bem trabalhado, enfrentando o bom combate com dignidade, ao anoitecer a consciência aplaude os atos praticados.
É o que consta da questão número 621 de "O Livro dos Espíritos", repositório das Leis de Deus. Compreende-se que as primeiras pedras também são importantes na construção do futuro edifício do amor. Por essa razão, sustenta-se a retórica, em sentimentos que comovem as fibras dalma e onde os acontecimentos têm colorido de que a vida, também comporta pequenos gestos e virtudes que o amor solicita nos bons ofícios na prática da caridade em plenitude. Com fulcro nesse ideário e refletindo sobre o tema, a ninguém será lícito escusar-se de oferecer solidariedade ao amigo, no momento de dor pungente, ou na partida “fora” da hora combinada, de um ser querido, entregar o ombro amigo procurando auxiliar de todas as maneiras ao alcance do benfeitor, será sem dúvida alguma, gesto de amor e solidariedade que permite concluir, que é um gesto de solidariedade como ensinou o Divino Jardineiro. De fato, ao amar apenas as criaturas próximas pelo parentesco, a consciência do justo indaga o que se está fazendo diferente dos Saduceus, dos Fariseus, dos Portageiros, dos Nazarenos, ou dos Terapeutas, como interrogou o homem de Nazaré outrora. Nada. Absolutamente nada.
O mais importante na vida, é quando a situação se oferece para ajudar o próximo, como o viajor que foi assaltado na estrada de Jericó e o Senhor da Vida convoca sutilmente o seu filho mais perto da dificuldade do necessitado para o auxiliar na obra de amor de Jesus de Nazaré. Sobre o pálio dessa reflexão, será dizer como Paulo Apóstolo, na entrada de Damasco, ao ver Jesus resplandecente a perguntar-lhe: Saulo, Saulo, porque me persegues? Estupefato, o apóstolo dos gentios caiu de joelhos e sem questionar ou criar contenda mental disse ao Mestre: "Que queres que eu faça". Com essas considerações, o que deve servir de arrimo àqueles que se propõem ao laurel de ter puro o coração, é imitar o apóstolo dos gentios, arregaçar as mangas e dizer ao Pai Celestial: Oh Pai! Que queres que eu faça, sem questionar o tamanho da tarefa que a vida oferece como provas e expiações em direção ao reto cumprimento dos deveres, em nome da paz de espírito que a consciência anela com sofreguidão. Assim, se realiza as obrigações com a vida, sem planos surreais, imaginando que o futuro não comporta e não deixa espaços para outras ocorrências, assim considerando que ao acordar de manhã, é crível perder o emprego, experimentar uma doença, senão experimentar outra ao cruzar com um motorista embriagado e outras ocorrências que podem alterar o futuro num piscar de olhos, sem necessidade de viver uma tragédia, para recolocar as coisas do amor em perspectiva.
Sob esse díptico, a verdade é que, o mais importante da vida, não é ganhar dinheiro, nem ascender socialmente, ou receber honras. O mais importante na vida é cultivar o amor fraterno que o Cristo de Deus legou, como dádiva a ser vivida em nome da família universal. O mais importante na vida é praticar as lições do Divino Jardineiro, no jardim das existências, impondo-se o dever de amar em plenitude, oferecer o perdão das ofensas, tendo como bandeira hasteada, a solidariedade, a mansuetude e a indulgência, virtudes que conduzem aos altiplanos celestiais. Cogente pois, em síntese apertada, que com esse proceder se aprende os pequenos sinais de caridade e altruísmo, que conduzem ao amor em plenitude levando seu praticante a vencer o medo, oferecer o que se tem de melhor no coração, mesmo que seja pelo tempo de um abraço, porque em incontáveis oportunidades, é apenas isso que um desconhecido precisa.
A propósito da questão em exame, é oportuno anotar o que consta do livro sagrado (Atos 3:1-9) quando os apóstolos Pedro e João se dirigiam ao templo na hora da oração e trouxeram um homem coxo de nascimento: colocaram-no na porta do templo para pedir esmola, e ao perceberem a entrada dos homens santos no santuário, pediram que lhes dessem uma esmola. Pedro, na companhia de João, fitando o necessitado nos olhos lhe disse: Olha para nós, e o pedinte olhou e apesar de os verem maus trajados, manteve a esperança de receber alguma espórtula dos homens santos. Foi quando Pedro lhe disse: “Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno. Levanta-te e anda. E, tomando-o pela mão direita, o levantou e logo os seus pés e artelhos se firmaram. E, saltando ele, pôs-se de pé, e entrou com eles no templo, louvando a Deus.
Registre-se, por isso, que os pequenos gestos de amor convidam os candidatos à felicidade a dizerem ao seu próximo a exemplo de Pedro: “O que tenho eu te dou”, nem mesmo que seja uma palavra de otimismo, um sorriso generoso, um olhar de compreensão. Pequenos carinhos, são lenitivos capazes de amenizar dores e de tratar feridas, como fez o modelo da humanidade ao convidar: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e meu fardo é leve." (Mateus 11:28-30)
Com esses conceitos, anelamos deixem-se sensibilizar pela memorável lição de vida dos pequenos gestos de amor em nome da caridade, herança do Divino Pastor, com votos de um ótimo fim de semana, com o ósculo da fraternidade depositado em seus corações.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.