Os viajantes das estrelas em busca da felicidade, encontram no trajeto da existência incontáveis desilusões; os desesperados e desatentos das provas e expiações entram em descompasso com os propósitos elevados das provas, imaginando que os sonhos ansiosamente esperados não se realizam no tempo anelado, senão porque olvidam que o Senhor da Vida cuida de todos os seus filhos indistintamente por menores que sejam, merecem a sua misericordiosa atenção.
Desse modo, não há injustiça triunfando nos tatames da existência, apesar de que vez que outra, não raro, algumas criaturas se perguntam com desesperança, onde está Deus? Respeitosamente, ninguém em sã consciência, a não ser em vesana, poderá afirmar existir a desilusão como marco do desconforto com os problemas existenciais.
A realidade é inegável, isso sim, é o fato de que as provas e expiações dos que jornadeiam pelos caminhos da existência, estão repletos de espinhos, calhaus e pedras, impondo combate acirrado com os combatentes da escola da vida, prova que não se faz sem preparo da fé raciocinada, o instrumento capaz de lograr êxito para se alcançar os páramos celestiais.
Nesse sentir, haverá dias nos quais a rasa filosofia, divaga imaginando a alma abandonada, num deserto sem vida, sem sinal de renascimento, nada, enfim, que indique possibilidades de avançar, roubando a esperança de um porvir de alegria. Oh! Meu Pai. Que ilusão da fé entibiada.
É vero, ainda que a Irrisão ocorra, o que se admite para argumentar, a ninguém será licito imaginar que o Pai Celestial, onipotente, onisciente e onipresente, colocará nas costas de seus filhos um fardo maior do que ele poderá suportar, porque, ainda nessas circunstâncias, haverá o Deus de misericórdia, amor e bondade para a eternidade dos tempos.
Sim. Ninguém, absolutamente ninguém, desconhece que existem dias de chuva e de sol, e, nessas mutações, há ocorrências desairosas, como se viesse do nada, dando um arrepio com um vento gelado varrendo toda a alma, soçobrando o saldo do niilismo, como se o nada pudesse existir substituindo o lugar da alegria, mas, para o bem da verdade, ainda assim o Pai Celeste é onipotente, oniscientes e onipresente.
Nas transformações naturais do existir em razão das provas, sem dúvida haverá dias nos quais se acorda em tristeza profunda, trazendo n’alma os acúleos das perdas e das dores do caminho percorrido, um desconsolo que faz recear avançar nos propósitos lanosos, frenando os desejos do passado remoto para o prosseguimento da jornada com sustentação da fé raciocinada, nada obstante, a presença de Deus permanece com seu olhar complacente aos filhos enfraquecidos para disciplinar as emoções e reajustar as ideias.
Sabe-se que nos dias em que a solidão aparece como se fosse a única companhia da jornada, e ninguém existisse para compartilhar as dificuldades a ser enfrentada, ou oferecer o apoio indispensável, a verdade é que não se está a sós.
Oh! Meu Deus. É vero, ninguém está a sós. O Senhor da Vida, prevendo as tempestades do trajeto, oferece a cada um de seus filhos amantíssimos, antes do início da jornada um anjo da guarda, um amigo protetor, os arautos do bem e no céu salpicado de estrelas enviou o consolador para estar agora e sempre conosco, como bem estabelece a questão nº 963 de “O Livro dos Espíritos”.
O inesquecível poeta Carlos Drummond de Andrade, imortalizou em uma de suas poesias, o sentimento de que há uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho há uma pedra, sinalizando aos viajantes da felicidade, que sempre existirá dias difíceis nos acessos que levam a paz anelada pelas criaturas.
Nesse sentido sempre haverá momentos em que a consciência será assaltada pelos fantasmas da dúvida, a sensação de que vai desfalecer perante as aparentes e imensas de dificuldades que se erguem à frente daqueles que anseiam pelos páramos celestiais, mas, por certo, sem pôr atenção a prédica do Divino rabone, de que os filhos do Eterno, são capazes de mover os empecilhos e as montanhas se transportarão sob o comando da fé raciocinada.
É nesse momento que a fé raciocinada alerta aos interessados que as montanhas do mundo íntimo esperam as ações positivas das criaturas para vencerem o “bom combate”. É natural, pois, que assim seja.
Recordemos o justo por excelência, Jesus de Nazaré; no mundo só terá aflições. São as aflições que nascem da fé ainda frágil, do entendimento limitado do mundo, das virtudes apenas desabrochando. Ora, tendo conhecimento dessa dinâmica, não se desanime, mesmo em dias tumultuosos e de céu obnubilado.
Com confiança e fé no Senhor do Universo que cuida de todas as suas criaturas, as aflições serão amenizadas, o aprendizado será construído e as dificuldades, uma a uma serão superadas. Deus não criou seus filhos para o sofrimento, mas para embelezar a vida bela, colorida e consentida.
Deus é pai de amor e bondade. O sofrimento ou castigo é obra do livre arbítrio, más escolhas no presente ou passado antanho é o que levam ao sofrimento para reequilibrar as leis do universo, pois não cai uma folha da árvore se não for pela vontade do Pai Celestial.
Da mesma forma, que não se iludam os que viajam no trem da vida, diante dos dissabores que se experimentam nas veredas das experiências, oferecendo a essas cizânias razão para se infelicitar com os problemas que cheguem para testar a fé e a resistência nas tarefas destinadas ao progresso ético e moral.
A amorosidade do Senhor da Vida, alcança seus filhos das mais variadas maneiras e de forma constante. Assim, que ninguém se acovarde e enfrente as dores necessárias às provas sem queixa ou reclamação, máxime quando dotados de capacidade e condições de superá-las com o apoio da Consciência Cósmica.
Com espeque nessa retórica, quando as tempestades surgirem, e o desânimo invadir os refolhos d’alma, pretendendo se alojar de forma permanente, lembre-se da tempestade que açoitava o barco dos apóstolos do Cristo de Deus no mar de Genesaré e com firmeza e a fé raciocinada abrigue-se em seu coração, o Deus de infinita bondade, Pai Todo Poderoso, conscientes de que Ele é o progenitor e sua doação é sempre a favor dos Seus filhos.
É com fulcro nesses considerando, quando chegar os momentos de a desilusão bater à sua porta, utilize o lenitivo da esperança com a fé no Pai Celeste, por que nada acontece por acaso, mais por uma causa e eternamente haverá Deus amparando suas criaturas, conduzindo e guiando seus filhos aos esplendores celestes, única fatalidade admissível, porque ninguém está ou estará ao abandono da Providência Divina.
É de Jesus, o alerta de que no mundo só se tem aflições, razão porque convida os irmãos menores a terem bom ânimo e seguir Seu exemplo, como Modelo e Guia da humanidade, pois Ele venceu o mundo, não deixando dúvida de que nos dias difíceis, também há Deus, e, é dever dos viandantes buscá-lo, como companhia e amparo.
Sob o signo desses propósitos, ponto finalizando, não se olvide da oração, porque será no colo Divino que se conseguirá as forças indispensáveis para o enfrentamento das aflições por maiores e mais pungentes sejam as dificuldades, as dores, dúvidas e angústias, sempre haverá Deus sustentando e guiando os passos dos seus filhos em direção aos páramos celestiais em nome da felicidade.
Com esses sentimentos d’alma, segue o ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando possamos em homenagem a vida, depositar no cofre sagrado do coração a fé raciocinada na certeza de que sempre e para toda a eternidade Deus estará presente na vida dos candidatos a felicidade.
Do amigo fraterno de sempre.
- Jaime Facioli -