A proposta de vida, quando os ventos sopram e os vendavais chegam para as provas na academia da existência, tem no empirismo o alerta os filhos de Deus, limitando os conhecimentos ao que se pode captar no mundo físico, externo e subjetivo considerando as verdades transcendentes reveladas à saciedade. Sim, é inegável que pelos caminhos do aprendizado, método do acerto e de erro, oferecido pelas provas da existência, os candidatos enfrentam os abrolhos, as tempestades, os desacertos e as veredas de toda sorte dos acontecimentos. Os viajores das estrelas, chegam mesmo a se revoltarem, exprobando palavras impróprias como se o Pai Celeste fosse responsável pelos acontecimentos das escolhas do livre arbítrio dos acadêmicos.
Oh! Meu Deus! Não. Que não se engane os candidatos à felicidade em sua rasa filosofia. Todos os acontecimentos, ditosos ou inditosos são frutos da Lei de Causa e Efeito; quando os filhos do Eterno optam pela porta larga ou estreita, elegem o que mais lhe apraz, sentido no imo d’alma que plantar não é obrigatório, mas a colheita e indispensável. Inegável pois, que os filhos do Eterno, enfrentam os abrolhos do caminho movidos na hora difícil, conhecendo muito bem que a vida tem seu zênite no sentido do progresso, trabalhando nos tatames da existência, as provas a que se submetem aqueles que almejam obter o diploma na universidade da vida, o passaporte para os páramos celestiais.
Obviamente nesse sentido, ninguém carregará o fardo de suas dores, ainda que em caráter pessoal, sem o apoio indispensável do companheiro inseparável de todas as horas, o Divino Pastor. Nesse sentido, o bom pastor veio a esse Orbe, para ser o caminho a verdade e a vida, razão porque expressou seu amor e carinho com tanta clareza, declarando ao mundo de provas e expiação que ninguém vai ao Pai senão por Ele.
Dessa sorte, todo sofrimento, amargura, dores ou mesmo as alegrias, comportam da parte dos filhos da Providência Divina, educar-se para aceitar os designíos do Senhor da Vida com resignação, amor e esperança de que a Potestade sabe o que faz e aos filhos resta a certeza de que depois de criar o Universo, as estrelas e as constelações, é seguro que a Consciência Cósmica não negligenciaria os cuidados com seus filhos.
Nesse prólogo, é crível asseverar que ninguém se imagine ser possível entender os problemas complexos da existência, sem exercitar ao menos o silêncio d’alma para ouvir os sons inarticulados da natureza vibrando em sintonia perene com as obras do Criador.
É do Divino Rabi da Galileia a assertiva de que não estaremos sós, porque quando na solidão entibia os mais puros sentimentos do espírito, o Sublime Amigo legou à posteridade o convite para ir até Ele, ao dizer: - Vinde a mim, todos vós que sofreis e que estais sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e aprendei de mim que sou brando e humilde de coração, e encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é suave e meu fardo é leve -.
Não há, pois, solidão. Todos os sofrimentos, misérias, decepções, dores físicas, perda de seres queridos, tudo, mas tudo mesmo que a vã filosofia possa imaginar, encontra consolação na fé no futuro e na confiança da justiça de Deus que o sublime amigo ensinou aos homens de boa vontade. Sem contradita, diante dessa realidade, é inaceitável a alegação injusta que alguns desatentos fazem alhures e algures, ao afirmarem que as dores e aflições por eles experimentadas sejam as maiores do mundo. Não são. O exemplo das dores física mais pungente que se tem notícia foi o do modelo e guia da humanidade que nada devia, enquanto os irmãos menores tem o que espiar.
A compreensão desses fatos, convida a uma catarse das chamadas dores através da auto iluminação, porquanto é notório que ninguém responderá pelos erros de outrem, razão porque o ensejo requer bom senso para um procedimento retilíneo. A brandura e a simplicidade compõem o Cristo de Deus, o sublime amigo na condição de modelo e guia convidando à prática dessas virtudes. Em contrapartida, é dever de boa conduta, meditar com paciência nas ocorrências e dominar os impulsos inditosos, pois afinal somente os poderosos respondem ao ataque verbal com o silêncio e evitam dizer tudo, logrando não magoar os companheiros de viagem com palavras ásperas e impensadas.
O primeiro sinal de poder sobre si mesmo é o silêncio em momentos críticos e se a discussão deixou o terreno da razão, quem silencia e continua a trabalhar no bem mostra que já venceu, mesmo quando o outro lado insiste em gritar a sua derrota. Não é comum as pessoas compreenderem os sacrifícios e renúncias para a manutenção de uma vida modesta, honrada e digna do verdadeiro cristão, perseverando no dever de fidelidade aos lhanosos propósitos assumidos na pátria espiritual. Sábio é aquele que reconhece a pequenez diante da infinita grandeza da vida, para a eternidade dos tempos na companhia do O Divino Pastor.
As ovelhas do aprisco do Sublime Amigo, além de todos os requisitos indispensáveis à vida terrestre, necessitam burilar o espírito para o seu retorno à pátria espiritual com a missão cumprida. No Evangelho Segundo o Espiritismo, Capitulo XX, item 5, o tema tem relevo sob a égide de - Os Obreiros do Senhor -. -Vinde a mim, vós que sois bons servidores, que calastes os vossos ciúmes e as vossas discórdias para não deixar a obra prejudicada! - Mas ai daqueles que, por suas dissenções, terão retardado a hora da colheita, porque a tempestade virá e serão carregados no turbilhão! ... ... -.
Sob esse espeque, o tempo para a transformação das criaturas de Deus se faz tardar para àquele que emperra a marcha do seu e do progresso da sociedade como um só corpo destinado aos páramos celestiais. É por essa transformação que se conhecerão àqueles que trabalham com desinteresse, atentos a virtude da caridade. Esses serão pagos pelo cêntuplo do que tiverem esperado.
Sem contradita, bem aventurados aqueles que ajudem os irmãos de caminhada para o trabalho conjunto, unindo os esforços a fim de que o senhor ao chegar encontre a obra acabada. Assim, seremos convidados a ir até o Pai Celeste, mediante à transformação das imperfeições, substituindo-as pelas virtudes que que convida os candidatos à felicidade a abandonarem a falta de caridade, de perdão, de tolerância de mansuetude, tudo o que o Pastor da humanidade deixou como legado de seu amor. A dinâmica da vida convida os filhos da Potestade às experiências dos acertos e dos erros, resultando os desalinhos destinados despertar para realidade espiritual realizando a mutação necessária do homem mau em o homem bom, do violento em pacifico, do desamor em amor, do avaro em generoso.
A aceitação das provas da vida, é a luz e o poder para transformar e avaliar. Não é fácil aceitar uma perda material ou afetiva; uma dificuldade financeira; uma doença; uma humilhação; uma traição. A vida é difícil para os destemidos constituindo-se de mil alfinetadas, no dizer do santo evangelho. A mutação é uma força que prepara para a luta do bom combate, como lecionou o apóstolo Paulo, ainda que existam bulhas nos tatames dos embates existenciais. A transformação de procedimentos sem dúvida é a paz, é o entendimento e a leveza do espírito.
Na vida que estua e pulsa em nós ou na natureza, é tudo movimento e um constante sim e um permanente não a estagnação, pois nada, absolutamente nada é permanente, mas tudo se transforma na retórica de Antoine Lavoisier. Neste estado d’alma, depositamos o ósculo em seus corações com hóstia da fraternidade desejando um ótimo fim de semana em nome do Divino Pastor.
Do amigo fraterno.
Jaime Facioli.