No educandário edificado no trâmite das provas e expiações, os filhos do Eterno, no exercício do livre arbítrio, se inscreveram para a turnê evolutiva e, nessas viagens, hajam tempestades de pequena ou grande envergadura, é fato que, na medida das forças de cada filho do Eterno, é certo que o Criador não coloca fardos mais pesados do que possam suportar os candidatos ao progresso, sendo inegável que os vestibulandos estejam conscientes de que o Pai é de Amor e Bondade.
Nesse arrazoado, não há como negar que a vida pode ser vista como um mosaico, com tudo exposto à realidade existencial, atentos os viajores nas provas do carreiro e suas finalidades. Nas lições do espírito benfeitor da humanidade, Joanna de Ângelis, no livro vigilância, consta ipsis verbis que “Estás na terra, com a finalidade de abrir sepulturas para os vícios e dar asas às virtudes”.
Cogente, pois, apesar das injustas queixas dos desatentos, que carregam no verbo atilado dos pensamentos, com ênfase nas reclamações, nos protestos e acontecimentos ditos “tragédias” da vilegiatura do caminho, apesar dessa insensatez, a realidade é que de fato, há momentos em que os filhos da Consciência Cósmica se interrogam, no silêncio de suas consciências, onde está Deus?
Oh! Deus meu! Tratam-se de acontecimentos aziagos em que a fatalidade bate à porta, como no transato e triste episódio da boate Kiss que ceifou aproximadamente 300 criaturas no esplendor de sua juventude, enquanto seus pais físicos aflitos, procuravam em desespero saber onde estaria a Divindade.
Oh! Que ninguém se engane que apesar dos momentos de turbulência, o fato é que injustas são as obliterações que se faz ao Senhor da Vida nas circunstâncias funestas das tragédias na estrada da existência.
Sim. É verdadeiro que a ninguém será lícito, ainda que na área do empirismo, que a sociedade civil organizada, procure com sofreguidão saber se o Senhor da Vida se ocupa de suas criaturas, diante de tantas ocorrências infaustas, seja nas pandemias, nas catástrofes de qualquer gênero ou nos Tsunamis, nas guerras, nos furtos, roubos ou nos crimes de qualquer natureza.
É disso que se trata a questão sub oculis. As criaturas do Divino, diante das tragédias, alhures e algures, sentem-se espicaçadas para saber se o Pai Celestial cuida de todos seus filhos, máxime porque ninguém O viu, responderá o materialista, convencido de que Deus é uma invenção da fé.
Os agnósticos sustentam a corrente desse pensamento, sem se aprofundarem nas raízes das “desditas”, como o voo 447 da Air France, no trajeto Rio de Janeiro-Paris, caindo no Oceano Atlântico em 31.05.2009, ceifando as vidas de todos os tripulantes e passageiros.
Os fatos transatos estão registrados nas memórias daqueles idos tempos, anotando o último voo 3054 da aeronave Airbus A320 da TAM. A partida foi do Aeroporto Internacional Salgado Filho em Porto Alegre. às 17h16 com destino ao Aeroporto de Congonhas em São Paulo. Já era noite quando a aeronave pousou na pista 35L, às 18h51. Com dificuldades na frenagem, o motor esquerdo no reverso e o motor direito em alta velocidade fez com que o avião fizesse uma curva para esquerda saindo da pista chocando-se contra um prédio da TAM EXPRESS, matando todos os seus ocupantes em cenário dantesco.
Outra não foi a ocorrência de 27 de janeiro de 2013, quando o incêndio na boate Kiss matou 242 pessoas, deixando outras 116 em estado deplorável na cidade de Santa Maria no Rio Grande do Sul. Além disso, a tragédia considerada a segunda maior fatalidade do gênero na história do Brasil em número de vítimas em incêndio, superou a tragédia de triste memória do Gran Circus Norte-Americano, ocorrida em 1961 na Cidade fluminense de Niterói ao vitimar 503 pessoas.
Nesses considerandos, na historiografia mundial, em rápida consulta em suas páginas encontram-se calamidades como a do Titanic, das torres gêmeas em Nova York, o Tsunami que varreu a Ásia numa catástrofe inenarrável, a segunda Guerra Mundial, com o holocausto inapagável na memória da civilização, desde que Adolf Hitler exterminou mais de cinco milhões de judeus. A lista das catástrofes é infindável, nada obstante, inadvertidamente os menos avisados se perguntam onde está o Todo Poderoso diante dessas ocorrências.
Com esses sentimentos d’alma, é de bom alvitre os profitentes saciarem a sede de conhecimento examinando o “Livro dos Espíritos”, nas questões número 1 e 4: Que é Deus? e se saberá com segurança que: “Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”; 4º Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus? “Num axioma que aplicais às vossas ciências: não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem, e a vossa razão vos responderá”.
Para se crer em Deus basta lançar os olhos sobre as obras da criação. O universo existe: ele tem, pois, uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa e adiantar que o nada pode fazer alguma coisa. Na questão 621 do mesmo “códex” consta resposta à questão: Onde está escrita a lei de Deus? Na Consciência.
Com essas considerações, é possível conjecturar que na retórica de um pensador, máxime os que aprofundam o bisturi do estudo transcendental, sensatamente, poderá responder à questão que estiola muitos dos filhos da Consciência Cósmica, ao afirmarem:
Não vejo Deus, mas sinto que Ele existe, pois, a natureza não nega a autoria de sua obra, expondo claramente o seu poder de CRIADOR. Nada obstante, poetas, espíritos acostumados a ver a beleza da vida, bela, colorida e consentida, sentem a Onisciência, Onipotência e Onipresença da Inteligência Suprema do Universo, quando dizem:
Ver DEUS no riso das crianças, no céu, no mar, na natureza e nos astros que brilham no firmamento. Inegável nessa luz aurifulgente se contemplar DEUS olhando às estrelas com olhar complacente fitando seus filhos, nas noites claras de luar, com as belezas de sua obra em tudo pulsando no universo.
Oh! Sim. Vê-se DEUS nas flores e nas praias, nos astros a rodar pelo infinito. É possível se escutar, sentindo o Senhor do Universo, na lágrima do aflito e percebê-lo na frase que perdoa. Contempla-se DEUS na mão que acaricia os aflitos e socorre os necessitados, porque nada acontece por acaso, mais sim sob as suas sábias e imutáveis leis do Universo.
A consciência do justo dirá que ninguém será imparcial se não sentir a presença da Divindade nos momentos de angústias, nas tragédias e nas guerras insensatas dos homens quando buscam a paz roubada na dissintonia dos valores éticos, e ao arrepio da Consciência, onde mourejam transitoriamente as almas em evolução.
Pode-se ver a Divindade, nas mãos abençoadas dos médicos que salvam vidas, senão nos médicos sem fronteiras que com amor sustentam a existência em nome do Pai, homenageando o Senhor da Vida que faculta aos corações generosos o trabalho na seara do bem e da fraternidade universal.
Certamente dirão ainda os poetas, que pressentem a presença de DEUS, na dor para que as criaturas se unam nas tragédias exercitando o amor incondicional na fraternidade sem limites de ajuda na prática da caridade, virtude sublime ensinada pelo Homem de Nazaré.
Descobre-se DEUS no homem sábio, procurando compreender a natureza humana e vendo a Consciência Cósmica, no gesto de bondade, nas plantas e nas sementes que nascem no invisível para embelezar o Planeta Terra.
Com esses sentimentos pulcros, agradecidos pelo reencontro como endereço da Divindade, anelamos mantê-lo em nosso cadastro da vida, pois Ele está no controle e reserva muitas moradas para seus filhos para todos os evos.
Nesse sentir, segue o nosso ósculo depositado em seus corações pelo amigo fraterno de sempre, com desejos de muita paz, em nome do Celeste Amigo conscientes do registro do endereço do Pai Celeste para toda a eternidade, nos seus corações.
Do amigo fraterno de sempre:
Jaime Facioli.