Os filhos do Senhor da Vida, com escusas justificam os desalinhos de conduta, desviam-se da probidade, violam as leis pétreas do Eterno e ao depois procuram com sofreguidão uma razão para se desculparem das Leis Divinas, imaginando serem as leis da vida mutáveis, esperançosos de aliviarem os resultados dos atos insensatos, atribuindo a outrem as responsabilidades a que deram azo no desrespeito à Lei Divina.
Em verdade, não existe, motivo, razão ou causa para os que violam as leis pétreas do Senhor da Vida, pois, indistintamente os atos são atitudes personalíssimas e todos são responsáveis no plantio do jardim de sua vida. Os filhos do Divino são os arquitetos do futuro, responsáveis pelos seus atos.
Segundo a epístola de Paulo Apóstolo aos coríntios, as criaturas humanas carregam consigo o resultado de seus atos. Simples assim. Os filhos do eterno foram criados simples e ignorantes, e, por consequências detém as mesmas responsabilidades e escolhas pelas portas ao seu dispor, a porta larga ou estreita.
Cogente pois, aos viajantes das estrelas estarem no caminho para obterem as forças necessárias com o objetivo para vencerem as más inclinações. Na luz desse arrazoado, é inegável que o bom senso determina cumprirem a Lei de Deus, sem olvidar que a prece é o meio de se conversar com o Senhor da Vida, máxime porque o Divino Jardineiro lecionou que tudo que pedires ao meu Pai em meu nome Ele vós dará.
A imutabilidade da lei Divina e a adoração a Deus, estão também imortalizadas no episódio em que os fariseus e os saduceus, membros de grupos religiosos daqueles tempos, após saberem que o Mestre tinha feito calar a boca dos saduceus, no episódio relatado como o “Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, se juntaram em conselho para provocar o Mestre.
Merece anotar que essa cúpula dos religiosos foi um verdadeiro conluio para interrogar Jesus, diga-se “an passant”, não para se esclarecerem sobre a verdade; o objetivo espúrio daquele momento era provocá-lo, esperando ao final da farsa, terem argumentos para acusá-lo do que lhes aprovasse, entre as injúrias, a sedição.
Assim, um deles que era doutor da lei, segundo Mateus, tentando-o perguntou-lhe: Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Foi sob a luz desse apólogo que o Divino Jardineiro imortalizou a adoração a Deus na lei imutável dizendo: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Estes dois mandamentos contêm toda a lei e os profetas”.
Por essa razão, em seu Evangelho o Apóstolo João relata, com sentimento e poesia, o encontro de Jesus com a mulher samaritana; naquela oportunidade Jesus deixa transparecer que conhece de priscas eras a intimidade daquela alma sofredora e perturbada. Ela, por seu turno, somente aos poucos vai se dando conta da condição de Jesus.
Quando ouve suas palavras dulcificadas, acreditou ser o profeta, nada obstante, as lições do momento, o Mestre lhe informa acerca da verdadeira adoração ao Criador, dispensando lugares geográficos e valorizando a busca do íntimo das criaturas. A mulher ouvia extasiada, sem, contudo, conseguir perceber a autoridade do messias naquelas palavras. O que tu me dizes é interessante, é importante mesmo, mas aguardo o Messias, o Cristo, que virá, e, quando Ele vier, nos anunciará todas as coisas.
As criaturas em trânsito por esse belíssimo planeta chamado Terra, em estágio de provas e expiações, incontáveis vezes se deixam levar pelo silogismo como o da samaritana; equivale dizer que se guarda as palavras de Jesus na memória, sem se dar conta da verdadeira benção que lhe é endereçada, quedando-se à espera de uma confirmação, olvidando que o momento é agora.
Anote-se, a misericórdia do Divino Jardineiro se distende nas suas prédicas que seguem claras e disponíveis aos que anelem entender as ocorrências em espírito e verdade, proposta pelo arauto do bem ao convidar os viajores a conhecerem a verdade, porque a verdade liberta das trevas da ignorância.
Com todas as vênias, afirme-se, sem dúvida, para o Cristo de Deus, a adoração ao Pai não é importante o local geográfico, ou sob outra dicção, se a adoração ocorra aqui ou ali, em algum templo luxuoso, em um lugar minúsculo, em qualquer religião ou em plena natureza, porquanto em síntese apertada, a alma humana compõe a natureza, e como espírito tem plenas condições de pensar no Criador.
Oh! Sim. Que o espírito fale mais alto na acústica das almas, porque não há lugar mais apropriado para a adoração ao Senhor da Vida do que a intimidade das criaturas, conscientes de que para respeitar, obedecer as suas Leis e adorar a Inteligência Suprema, Causa Primeira de Todas as Coisas, não há necessidade de nada material. Dispensa-se símbolos, flores, velas, cânticos, palavras rebuscadas, ou mesmo posturas e paramentos especiais, sendo o bastante que o coração sinta e a mente pense, fechando o elo de amor entre a criatura e o Criador.
Oxalá todos os candidatos à felicidade despertem realizando, como propõe o Pai da Psicologia Analítica, Carl Gustav Jung, a viagem para dentro, porquanto o momento é agora.
Ora, pois, sob essa meditação, imagine-se a samaritana aguardando a chegada do Messias, para se confirmar o que se ouvia dizer, quando na verdade o Mestre apresentou-se a ela não como mais um profeta de Israel, mas como sendo o caminho à verdade e à vida. Foi o próprio Messias, aquele aguardado naqueles tempos com tanta ansiedade que dizia à mulher desavisada que o ouvia: Eu o sou, Eu que falo contigo.
Sem contradita, por não se aproveitar o aqui e o agora, sentindo esse como um momento especial, o agora é de insuperável sublimidade, razão, motivo e causa para não se permitir postergar esse encontro com Jesus, porque Ele é mesmo, o Caminho a Verdade e a Vida.
Quando se demora nas dúvidas, aguardando confirmação se dá passos indecisos, em vero, Ele com sua misericórdia que se mostra de diversas maneiras, nas provas dos irmãos menores, afirmando-se o Cristo de Deus, o Messias. É Ele mesmo, como agora; não permita nascer a erva daninha nos pensamentos pela dúvida. Eu o sou, Eu que falo contigo.
Inegável é o fato de que se deve ouvir os que tenham ouvidos para ouvir, e que se possa aperceber-lhe a voz terna, assegurando constante ensino de que me vou para preparar o caminho. Por isso, questionou Tomé: “Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” E Ele lhe respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.
Merece anotar, sob o tema sub oculis, que a lição do arauto do amor chancelou-se na preleção acerca da verdadeira adoração ao Pai com estas palavras: “Virá a hora em que adorareis ao pai, não neste monte, nem em Jerusalém, mas em espírito e verdade, pois Deus é espírito e os que o adoram, em espírito e verdade é que devem adorá-lo”.
Ponto finalizando, valorize-se a benção desse encontro com Jesus, em quaisquer circunstâncias, acompanhe Jesus, o caminho, a verdade e a vida, ocupando as mãos no auxílio àqueles que pedem ajuda, carinho, atenção, por onde quer que esteja, faça brilhar a sua luz, não se permitindo a ociosidade, pois ocupar-se é dar um sentido à vida.
Ao acordar cada manhã, as adversidades aguardam o bom combate. Olhe o passado e sinta a recomendação de Paulo de Tarso, cientes de que o Pai jamais abandona os seus filhos e N’Ele as esperanças de que a vida é um presente especial.
Com esses sentimentos d’alma recebam os votos de muita paz, com um final de semana de alegria, adorando o Criador, e mantendo as mãos ocupadas, dando sentido à vida, na existência bela, colorida e consentida, com o ósculo da fraternidade depositado em seus corações, em nome do Divino Jardineiro.
Jaime Facioli.