A reação de uma atitude, ainda que insólita, surpreende os que caminham como gotas que caem no orvalho, devagar e lentamente para umedecer a terra fértil dos corações em busca de planificar o amor, o sublime amor, a reação ainda que o gesto de amor chegue tarde, a verdade é que a atitude que responde ao amor incondicional sempre chega.
Para sedimentar os sentimentos dessa pena, colhe-se na redação do momento espírita, no santuário da vida, como se disse alhures, uma ocorrência incomum, quando um cidadão resolveu experimentar a teoria que plenifica o amor; quando chegou em uma ilha de cobrança de pedágio, pagou a tarifa para uma caminhonete que vinha atrás do seu carro, acenando para o beneficiário, um senhor que estava ao volante, que diante do gesto atencioso, desejou-lhe uma boa viagem.
O benfeitor foi alcançado logo mais na estrada pelo beneficiário, que ao emparelhar com o seu, pediu o número de seu telefone e sinalizou que havia anotado na memória. O tempo é inexorável e meses se passaram até que uma ligação foi feita; era do motorista Mário, relatando que resolvera lhe telefonar para dividir com ele um fato surpreendente.
Contou que, estando no pedágio, resolvera reprisar o gesto de que fora protagonista. Olhou e viu que atrás do seu carro, havia uma Kombi, com um casal. Foi até eles, disse o que fizera e desejou seguissem viagem em paz. Para seu espanto, marido e mulher começaram a chorar, dizendo com sentida emoção que estavam a caminho de São Paulo, para tentar conseguir um emprego, pois haviam deixado na Bahia seus cinco filhos, e durante a viagem, rogavam a Deus que permitisse que eles conseguissem um trabalho para manter a família, unindo-os de novo.
O milagre da vida, na cascata de benção realizou o seu trabalho. Mário, com um sorriso disse-lhe então: Amigo, eu sou mestre de obras, a partir de agora, considere-se empregado. Oh! Sim. Foi o quanto bastou para que na alegria do momento, ali mesmo ajustassem os detalhes, demonstrando que o poder da “gota a gota” plenificasse o amor.
Os profitentes da doutrina espírita, sabem que todo bem que se pratica a um irmão em provas e expiações, retorna às mãos de seu benfeitor, quando menos se espera, de onde se conclui que é um bumerangue, volta sempre ao seu ponto de partida, de sorte que tudo que se lançar no universo em nome do Amor, advogará a seu favor da lição do Divino Jardineiro para amar o próximo como a si.
No apólogo sub-óculis, uma vida foi transformada e sete pessoas passaram a ter um teto para se abrigar e alimentação para se nutrir, tudo isso em decorrência de um singelo gesto de gentileza, lição do Nazareno para fazer ao próximo tudo o que se deseja que outrem vos faça.
MEDITEMOS SOBRE O ASSUNTO.
O gesto de amor que ofereceu o sentimento de amor desencadeando a imitação e proteção do próximo, teria sido apenas uma coincidência, ou o modelo da humanidade, conforme a questão 625 do alfarrábio de “O Livro dos Espíritos” sedimenta o bem em sua maior expressão?
Oh! Meu Deus! Que responda a consciência do justo, dos que têm fé e são crentes no Senhor da Vida, onipotente, onisciente e onipresente, para demonstrar que a famosa frase de Thomas Hart, poeta inglês, de que as criaturas perderam o endereço da Divindade, pode ser parodiada com sentida emoção para esclarecer que o Eterno não perdeu o endereço de suas criaturas.
Sob essa luz, inegável que a misericórdia da Consciência Cósmica, estava presente, naquele dia, para que Mário repercutisse o gesto recebido, máxime considerando que o Criador é o promotor das chamadas coincidências, essas mesmas coincidências que salvam vidas, que espalham esperança e que leva o amor às profundezas abissais de suas criaturas.
É, sem contradita, Ele que se serve de seus filhos para abrir os corações, realizando um gesto, pequeno que seja, em favor do outro, despertando a virtude do amor para transformar panoramas de tristeza em esperança, lágrimas em sorrisos, estimulando os viajantes da felicidade nos sentimentos de amor expostos por Mohandas Karamchand Gandhi, especialista em ética, o nobre defensor indiano que libertou sua pátria do jugo do império inglês, ao declarar à saciedade que: “Se um único homem atingisse a plenitude do amor, neutralizaria o ódio de milhões”.
Em síntese apertada, a verdade é que tudo, absolutamente tudo, começa com uma simples gentileza, um singelo gesto de amor, uma doação de carinho, o plantio de uma esperança na alma do amigo entibiado em nome do Criador, para realizar o milagre que jorra o bem, como uma cascata de água cristalina, que se lança de grande altura, e, em seu esplendor, cria névoa fina embelezando a paisagem ao redor.
AH, SIM.
A cascata de benção, como a cascata de água, antes mesmo de alcançar o seu destino para onde está projetada, no caminho já beneficiou a outrem, como o relato de Mário servindo de instrumento ao Divino, como a cascata do bem aos que anelam ser as gotas que a compõem o amor em plenitude, pequenas e generosas gotas de amor, importantes no concerto universal.
Por derradeiro, na esperança de que na mensagem de amor, exista gota a gota na cascata de amor, despertando nas criaturas os sentimentos d’alma que planifique o amor na excelência da palavra, deposita-se o ósculo da fraternidade em seus corações, com a oblata do amor de Jesus, anelando votos de um ótimo fim de semana na paz do Celeste Amigo.
Do amigo fraterno de sempre.
- Jaime Facioli –