A historiografia mundial anota o axioma atribuído a Voltaire, escritor deísta e filósofo iluminista francês, que transitou por esse planeta de provas e expiações nos idos tempos de 1694 a 1778, sobre o conhecido aforisma estabelecendo que poderia não concordar com uma só palavra pronunciada nos diálogos dos transeuntes, mas ainda assim morreria defendendo o direito de expressão de outrem, ou ipsis verbis: “Não concordo com uma palavra do que dizes, mas defenderei até o último instante o teu direito de dizê-la”.
Desse modo, é de bom alvitre dizer sobre o tema em apreço, que apesar das dissidências no país que abriga as criaturas da Potestade na grande viagem de provas e expiações, todas trazem, indistintamente no bornal suas existências, as obras do pretérito plantadas nos longínquos países por onde exercitam seus talentos e, que agora carregam as malas do passado distante, repletas de compromissos comprometidos com o bem proceder e os projetos com o progresso e a elevação espiritual.
As criaturas dantanho renascidas nesse Brasil, Pátria do Evangelho, Coração do Mundo, como exortou o poeta pátrio Humberto de Campos em seu alfarrábio, pela psicografia do saudoso Francisco Cândido Xavier, com o mesmo nome, há um apólogo nas palavras do benfeitor Emmanuel, no prefácio do livro em questão, esclarecendo à saciedade o quanto se procura sustentar na retórica em análise.
Examine-se, pois, que é comum ouvir-se alhures e algures, exclamações de desconsolo, de tristeza, de desesperança e até mesmo impropérios, sobre a nação e os políticos, por parte daqueles que aqui estão plantando e colhendo as sementes para o porvir, nesse momento, resgatando compromissos do passado; dessa maneira, exclamam objetivos funestos, consubstanciando seus reclamos, diante da precariedade na área da segurança pública, das desatenções com a saúde pública, e, em altos brados, gritam pela indispensável educação para que se possa sustentar os valores de crescimento da população e, há também a corrupção, sócia da lavagem de dinheiro e do abuso do poder.
É verdade. Trata-se de atos de improbidade que campeiam a sorrelfa na sociedade civil organizada, e, em razão desses desmandos se permitem uma carta de alforria para amaldiçoarem o solo que os abriga, proclamando aos quatro cantos do mundo, que nos países europeus, nas Américas, ou em qualquer outro lugar, do mundo, será melhor e mais promissor para se viver, do que a terra que abriga os filhos da pátria amada Brasil.
Todavia, nesse proceder, olvidam as criaturas que amaldiçoam o solo da mãe gentil, que aguarda os obreiros com as mãos prestimosas para distribuir sementes da dignidade e do reto proceder, a fim de propiciar e disseminar os frutos do progresso e da elevação espiritual, máxime porque não será a pátria a responsável pelas transformações dos atos ímprobos em atos de probidade, mas será isso, sim, o caráter e a reforma íntima de cada um dos filhos do Altíssimo que deverão encontrar o caminho para os páramos celestiais.
Nesse sentido, o mês em que se homenageia a independência do Brasil merece a estima e consideração daqueles que assumiram outrora em terras distantes o compromisso de ser um semeador de esperança e da boa nova.
Com fulcro nesses sentimentos de comemoração, consentâneo com a realidade em que se vive, aguarda-se venha a lume os frutos das criaturas de Deus, vênia concessa, para parodiar em síntese apertada, o quanto anotado no prefácio de Emannuel, no livro que exorta os bons propósitos das criaturas vocacionadas para o bom direito e o bem proceder, conscientes do trabalho desenvolvido e a ser implantado.
Trata-se de um trabalho que requer a colaboração dos que estão nesse solo gentil; em verdade, agora é a hora de se rogar a colaboração dos amigos do plano espiritual, para esclarecerem à saciedade as origens remotas da formação da Pátria do Evangelho; com essas reflexões, Humberto de Campos, escrevendo em seu livro sobre o tema, Brasil Pátria do Evangelho Coração do Mundo, ilumina as páginas do seu alfarrábio com subsídios recolhidos nas tradições do mundo espiritual, porque a Divina Providência não desampara nenhum de seus filhos, ensejando às falanges desveladas e amigas reunião constantemente para os grandes sacrifícios em prol da humanidade.
Por esse viés, o trabalho de todas as criaturas, nos dois planos da vida, se destina a auxiliar, explicar e implantar na destinação da terra brasileira um mundo moderno. De fato, o Brasil não está somente destinado a suprir as necessidades materiais dos povos mais pobres do planeta, mas também, a demonstrar ao mundo inteiro, uma expressão consoladora de crença e de fé raciocinada, tanto como virá no momento próprio a ser o maior celeiro de claridades espirituais do orbe, consoante os projetos dos mentores espirituais, sob a governança de Jesus de Nazaré.
Cabe, portanto, considerar para aqueles que anelam os frutos dessa elevação nos tempos amargos em que se vive no celeiro do mundo, analisar a lei do trabalho, e, com a anuência e ajuda dos espíritos venerandos, empreender-se com denodo nesta obra, agradecendo a sua desinteressada e espontânea colaboração.
Com esse olhar, no livro da lavra de Humberto de Campos, “Brasil, Pátria do Evangelho, Coração do Mundo”, no seu prefácio esclarece o benfeitor Emannuel: “A tarefa visa esclarecer o ambiente geral do país, argamassando as suas tradições de fraternidade com o cimento das verdades puras”.
Sob o arrimo dessa apologia e reflexão, o momento é de árdua e penosa transição, razão por que em estado de necessidade se deve rogar a Deus, inspiração aos homens públicos atualmente no leme da Pátria do Cruzeiro, para que nas horas amargas e dos vendavais, com a ocorrência da inversão dos valores morais, no seio das oficinas humanas, desperte-se neles o espírito santo, para se colocarem bem alto a magnitude dos seus precípuos deveres.
Aos demais filhos dos Excelsos Sentimentos, roguemos ao Senhor da Vida, fortaleça e abençoe suas criaturas, sustentando-as nas lutas depuradoras da vida material, sem fuga ou covardia do bom combate, para os fins de seguir os conselhos do Paulo, o apóstolo aos corintos na luta do bom combate.
Em síntese apertada, registre-se que a comemoração da independência do Brasil é o estado d’alma do cidadão que está feliz com o país onde vive, com a família da qual está encarregado de torná-la cumpridora dos seus deveres, com o trabalho que tem, florescendo no jardim da vida onde foi plantado, porquanto a Consciência Cósmica, sabe o que é melhor para as suas criaturas, resultando de sua onipotência, envolver seus filhos nos sentimentos da alegria, oferecendo-lhes uma sensação de bem-estar, contentamento e paz.
Nesse estado d’alma, onde todos anseiam por alcançar no país o ideal de contribuir para que os dias atuais, se afaste da depressão ao ouvir falar de roubos, furtos, latrocínio, crimes de todo jaez, para não carregar consigo tristezas, dificuldades e abrolhos que obstaculizam o progresso e a frutificação dos bons princípios morais e evangélicos, mas, diante dos escolhos, plante as boas sementes para que a pátria amada Brasil seja efetivamente o celeiro de mundo, ofertando a cada um a sua cota parte no reto cumprimento dos deveres, para que as criaturas externem o sentimento da honesta homenagem a pátria amada Brasil.
Nesse justo propósito, nas provas dos filhos da Potestade, nos momentos difíceis, descobre-se a oportunidade da homenagem das cores que compõem o arco-íris do porvir, para que os filhos da Pátria Amada Brasil despertem para o reto proceder, alcançando, por consequência, um teto, uma família, vivendo para que se possa cantar em prosas e versos ser filho do Senhor do Universo.
Desse modo, a consagração dedicada à pátria amada se torna cláusula pétrea para que os seus filhos plantem as sementes de amor, de perdão, de gratidão, de fé, de gentileza, porque a terra dos corações é fértil e receptiva às sementes que nela se plantar, e plantando amor, ter-se-á um jardim colorido e vivo de uma paz sublime e duradoura, conscientes de que na justiça Divina, há responsabilidade de colher os frutos que livremente se decide semear.
Com esses propósitos, é crível dedilhar nos sentimentos d’alma o afeto para que no jardim da vida floresça à pátria amada Brasil, renascendo a cada dia que amanhece a pureza do coração, sentir o perfume do bom caminho, purificar os pensamentos com emoções nobres, logo nas primeiras horas da manhã; da mesma sorte substituir o homem velho, retirar-lhe a poeira do tempo, das palavras inadequadas e dos rituais pusilânimes e ultrapassados, para permitir que as flores desabrocharem diante da nova criatura entusiasta pela vida, bela, colorida e consentida.
Com fluxo nesses sentimentos, anele ardentemente que a alma renovada pelo repouso do reto caminhar, desabroche do sono letárgico vivido, tal como a rosa do botão se deixa embelezar na aurora do oceano, ao sorriso dos lábios e no gesto da esperança, engrinaldando os sentimentos do coração, em renovada festa de encontro com a pureza dos ventos que trazem a expectativa da Pátria Amada no caminho do progresso para os herdeiros do universo.
Ponto finalizando, com os desejos de que o Brasil, pátria do evangelho e coração do mundo, em seus jardins da vida, sejam floridos com a hóstia e o ósculo da fraternidade, enviamos aos amigos fraternos os votos de um bom fim de semana com muita paz.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.