O mundo em que se vive, benção do Senhor do Universo aos seus filhos para alcançarem as muitas moradas do Pai Celeste, é de amor. Simultaneamente, é também o meio e o caminho para o progresso das criaturas com destino aos esplendores celestes. Toda graça recebida é motivo de alegria e satisfação, ainda que haja na estrada a ser percorrida existam acúleos que necessitam ser suportados pela fé sincera e a confiança no Senhor do Universo.
Inegável, diante dessa realidade evolutiva a existência de irmãos que conseguem ver as belezas da vida e a infinita misericórdia do Pai Celestial para com seus filhos, nada obstante seja certo que há os que ainda insiste em verem tudo obnubilado em sua turnê pelo progresso, sem se darem conta de que a vida é bela, colorida e consentida.
Ora, sim! São aqueles que fazem vistas grossas no jornadear pelo planeta de provas e expiações, sem se darem conta de cumprem a missão que receberam ao anuir na pátria espiritual para a reforma intima e evolutiva do espírito para alcançar a angelitude.
Nesse sono letárgico, tornam-se fonte de reclamações, sem se darem conta de que esse proceder movimenta energias deletérias capazes de descompensarem os projetos existenciais, quando não os conduzem a doenças de todos os matizes. De qualquer forma, é inegável pelas leis da vida, das de causa e efeito, de resgates ou abnegação, todas têm origem no sofrimento, método de equilíbrio da lei universal e de correção dos rumos da vida para o bem proceder, norteando os filhos do Eterno, seja na dor física no fogão sem lume, nas crianças famintas e em desespero, se não nas dores d’alma pela partida de um ser querido, o fato é que tudo representa sofrimento, sem que isso seja sem justa causa.
Nesse arrazoado, há irmãos em provas ou nas expiações, que quando experimentam sofrimentos, ficam “furiosas” e agridem os que vivem ao seu redor, como a se “vingar” da dor de que padece, aparentemente sem causa, olvidando as vidas transatas. Outras existem que se tornam amargas, alheias aos acontecimentos e não se importam com nada mais senão sua própria dor cuja dimensão é a maior de todas. Com essa escolha, seu mundo é cinza, sombrio, e nada mais poderá colorir a sua existência.
Diante da visão egocêntrica a vida perde o brilho e vive a relembrar os padecimentos da ribalta, transformando a existência em muro de lamentações e, não raro, se tornam pessoas de difícil convivência, pela constância dos murmúrios desairosos sobre o plano devida assumido na pátria espiritual. É cogente não se olvidar que planeta onde se faz provas, apesar dos que caminham na retaguarda, é esplendoroso, magnifico e nada obstante o cenário dos desalinhados com as leis universais, registram-se ocorrências, a maioria delas, assim considerada a população do globo terrestre, são pessoas que têm o objetivo de transformar as experiências dolorosas em lições de vida e ações altruístas e humanitárias.
Jamais, pois, se podem esquecer da dialética de duas senhorinhas, mulheres de idade avançada, as avós, que em São Paulo, todos os dias, vestindo-se de cor de rosa, como se a gritassem em alto e bom som, que a vida é bela, colorida e consentida, dirigem-se aos hospitais para prestarem seus serviços voluntários aos doentes terminais.
Do mesmo jaez, o trabalho abnegado dos Médicos sem fronteiras, ONGs afáveis e filantrópicas pôr o globo terrestre saudável socorrem aos aflitos, doentes e necessitados, sem distinção de credo, raça ou cor, trabalhando apenas em nome do amor universal de Jesus de Nazaré. Na historiografia mundial, há centenas e milhares de heróis anônimos que trabalham no bem, na fraternidade, na implantação do amor na excelência da palavra como ensinou o Divino Rabi da Galileia.
A propósito do tema em apreço, a sociedade não desconhece a evolução de espíritos generosos, apenas para citar alguns dos vultos abnegados que transformaram as dores em benção da vida, como foi o caso de Mohandas Karamchand Gandhi, “a alma grande” que libertou a Índia do tacão do império inglês sem derramar uma gota de sangue pela escolha que fez da não violência, seguindo as pegadas do Divino Jardineiro.
No nosso arraial, o trabalho do Dr. Adolfo. Bezerra de Menezes, o médico dos pobres, conhecido pelo codinome de Kardec Brasileiro, em homenagem ao ínclito codificador, Santa Irmã Dulce, (canonizada) no seu leito de dor, obteve camas para os necessitados, tantos como o incansável trabalhador da seara do Cristo de Deus, Francisco Cândido Xavier, e “O Semeador de Estrelas”, Divaldo Franco.
O mesmo se diga do Pastor Negro Martin Luther King Junior, da também canonizada Santa Madre Tereza de Calcutá, e o incomparável transformador de dores em bênçãos aos seus ofensores, o Divino Jardineiro, que em sofrimento atroz, roga ao pai o perdão das ofensas por aqueles que não sabiam o que faziam.
Nesse sentir, essa retórica homenageia a atriz belga Audrey Hepburn, consoante se colhe na Redação do Momento Espirita, os elos de sua vida de transformação dos sofrimentos em bênçãos da vida. “Filha de um banqueiro britânico irlandês e de uma baronesa holandesa, descendente de reis ingleses e franceses”. Foi a terceira maior lenda feminina do cinema, a quinta artista e a terceira mulher a ganhar as quatro principais premiações do entretenimento norte-americano, o EGOT, ou seja, o prêmio Emmy, o Grammy, o Oscar e o Tony.
Com nove anos, seus pais se divorciaram. Para mantê-la afastada das brigas familiares, sua mãe a enviou para um internato na Inglaterra. Audrey se apaixonou pela dança e estudou balé. Quando estourou a Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra declarou guerra à Alemanha, modificando a sua vida. A progenitora, temendo bombardeios na Inglaterra, levou Audrey, sob protestos, para a Holanda. No entanto, com a invasão nazista, a vida da família foi tomada por uma série de provações. Para sobreviver, Audrey precisou se alimentar com folhas de tulipa. Se ela sofria, e outras tantas pessoas sofriam, ela precisava fazer algo. Envolveu-se com a Resistência e viu muitos dos seus parentes serem mortos em sua frente.
Para angariar fundos, ela participou de espetáculos clandestinos, aproveitando para levar mensagens em suas sapatilhas. Com o final da guerra, a organização que daria origem, posteriormente, à UNICEF, chegou com comida e suprimentos, salvando a vida de Audrey. Ela jamais esqueceu isso e, em 1987, deu início ao mais longo trabalho de sua vida:
Embaixatriz da UNICEF. Essa tarefa foi facilitada, graças ao domínio dos cinco idiomas que falava: francês, italiano, inglês, neerlandês e espanhol. Passou seus últimos anos em incansáveis missões pela UNICEF, visitando países, dando palestras e promovendo concertos em benefício de causas humanitárias.
O seu espírito generoso, norteado pelas lições do Divino Jardineiro, dizia ter uma dívida para com a UNICEF, por salvar a sua vida. Assim, no silêncio de sua alma em evolução, justificava resgatar o pretérito, agradecendo a Deus as bençãos recebidas.
Plantada no perfume dessa realidade, assevera-se que as dores são as mesmas em todas as pessoas, mas cada uma recebe a taça da vida para completar com o brilho de seus olhos, olhando os “sofrimentos” pelo que eles podem representar, a felicidade ou infelicidade, sob o pálio do manto sagrado de seu momento de crescimento espiritual, razão por que alguns se engrandecem na dor e outros se apequenam e se infelicitam, mas todos verão brilhar a sua luz no tempo oportuno.
É o que lecionou o Homem de Nazaré, sob a bandeira do amor ao próximo, com emoção na pena que faz marejar os olhos nas águas do sentimento d’alma, conscientes de que o tempo passa como flecha ligeira eis que ninguém sabe de onde vem e para onde vão os ventos, senão se constatar que os filhos da Divindade guardam em germe o potencial de se transformarem evoluindo o seu espírito para alcançarem a angelitude, eis que criados simples e ignorantes, têm o destino das estrelas nas mãos do Criador, O senhor da Vida, o Pai Onipotente, Onisciente e Onipresente, indistintamente todos têm na sua evolução, sua morada da casa do Eterno.
A vida é portadora das mensagens e da realidade. Cada um tem o seu propósito. Nos acertos, nossa alegria e satisfação d’alma pelo reto dever cumprido. Nos desenganos, encontramos instrumento poderoso que alavanca o nosso progresso em direção ao nosso porvir, cumprindo as diretrizes traçadas na pátria espiritual. Somos, pois, viajantes eternos nas trilhas do tempo, como consta no epitáfio do preclaro Denizard “a alma grande” -Léon Rivail enterrado no Cemitério do Pire Laxais em Paris, cuja tradução tem o seguinte significado: “nascer, morrer e progredir sempre; esta é a lei”.
Sem dúvida, somos passageiros na eternidade, emprestando da poesia as palavras, somos eternos dentro do temporário. Vale dizer, somos o eterno no movimento da vida que segue até alcançarmos os páramos celestiais. Da mesma forma, na natureza tudo passa e na vida do viajor, por maior que seja a dificuldade, dizem as lições do eminente Emmanoel, “tudo passa”.
Não por outra razão, o povo, na sua sabedoria popular, criou o aforismo de que o tempo é o grande remédio para as dores d’alma. Nas dores ou nas alegrias, tudo tem o seu tempo e mudam mesmo que você não queira. Pessoas e situações vão e vêm em nossas vidas, entram e saem na esfera de ação do nosso viver sempre por um propósito. O Senhor da Vida concede tempo para tudo.
O amanhecer, o meio-dia e o anoitecer. Da mesma forma, há um tempo para semear e colher; nascer, viver, partir, renascer e seguir em frente na luta pelo bom combate, pois tudo passa. A marca dominante do tempo e o propósito do Criador é a experiência que vamos adquirindo devagar e lentamente até estarmos prontos para as missões que a Providência Divina nos encarregará no campo da caridade aos irmãos em sofrimento.
Não se sinta culpado de nada na vida, pelo que fez ou deixou de fazer, pois as culpas e as mágoas também passam no recomeço das experiências, dando-nos um novo colorido para o reinício pelo rio da vida, onde as águas do tempo curam tudo, diluindo no eterno as coisas passageiras que já serviram ao seu propósito.
Por essa razão, coisas estranhas aconteceram, os dramas rolaram, palavras feriramm saindo da boca quando o coração não desejava, mas também passam, pois é a vida que segue nas suas veredas, são as lições dos inscritos na universidade da existência terrena. Em um piscar de olhos, os espíritos em evolução alcançam o momento da descoberta, do amor e da glória de integrar-se lições do Divino Galileo para amar uns aos outros como Ele nos ama. Em síntese apertada, é o meio, a luz, o caminho e a direção para os que o seguirem evoluírem o espírito, porque, asseverou Jesus, Tudo o que pedires ao meu Pai em meu nome Ele vos dará.
Em nome dos pulcros sentimentos, ofertamos o ósculo da fraternidade, em nome de Jesus de Nazaré, com votos de muita paz, conscientes de que tudo que Ele faz vós podeis fazer.
Do amigo fraterno.
Jaime Facioli.