Sem contestação, no transcurso dos tempos perdidos na poeira dos evos e na imensidão do universo, as criaturas humanas de qualquer seitas que disputam a primazia da potestade, agnósticos, deístas, materialistas, evangélicos, protestantes ou espiritas, indistintamente têm se questionado se o Senhor da Vida, onipotente, onisciente e onipresente, dispõe de tempo e se preocupa com seus filhos, tão pequenos diante do infinito Universo.
Que não se engane os estudiosos do tema. Sim. O Pai celeste cuida de todas as suas criaturas. A promessa do nazareno disposta com todas as letras na questão número 963 de “O Livro dos Espíritos afiançado que Deus, onipotente, onipresente e onisciente cuida de toda as suas criaturas por menores que sejam merecem a bondade de seu olhar, tanto como Jesus de Nazaré prometeu e cumpriu que não nos deixaria órfãos, razão e causa de vir a lume no dia 18.04.1857 o Livro dos Espíritos, saciando a sede dos profitentes ao tema.
É o que sucedeu com o ínclito codificador hasteando a bandeira da promessa do Divino Jardineiro em Paris, nos idos tempos de 18 de abril de 1857, no Palais Royal, num dia de sábado, engalando-se a Avenue des Champs-Élysées com o perfume de Jesus; na ocasião, a galeria Orleans, na livraria do senhor Dantu, o Editor que publicou a primeira edição de “O Livro dos Espíritos” , o paracleto teve ocasião de esclarecer à saciedade, que o Senhor da Vida cuida de todas as suas criaturas consoante está grafado para toda a eternidade na questão número 963 do Codex em apreço.
Desse modo, o Eterno cuidando de todas as suas criaturas, é crível entender que nada obstante as duras provas necessárias ao desenvolvimento do ser humano em direção aos páramos celestiais, sem dúvida, é Ele quem manda recados aos seus filhos para que não esmoreçam pois D’ele é o Reino dos Céus e nada, absolutamente nada irá impedir o progresso de Seus filhos na marcha de ascensão em direção aos esplendores celestes onde tem muitas moradas.
O apólogo em exame aprofunda o bisturi do conhecimento, para parafrasear as mensagens inarticuladas do Supremo, afim de que quando os vendavais soçobrarem pondo em risco a embarcação, tal como ocorreu com os discípulos do Mestre, lutando contra o medo e a dúvida. Sim, Pedro remava com esforço para enxergar através da escuridão da noite, quando no horizonte apareceu um brilho fraco indicando que iria amanhecer; seus músculos, suas costas e ombros cansados ardiam da longa jornada no remo da existência, e o vento que despenteava seus cabelos, agitava violentamente o mar da Galileia, fazendo com que as ondas rebentassem contra a proa do barco de pesca, encharcando Pedro com a água fria.
Apesar dos escolhos, ele continuou remando, lutando o bom combate. Consta que naquele dia os discípulos tinham visto Jesus alimentar milhares de pessoas famintas com apenas alguns pães e peixes, e a reação do povo foi tentar fazer de Jesus um rei; Ele, todavia, não aceitou a honraria e, esquivando-se da multidão, convenceu seus discípulos a entrarem no barco e irem para o outro lado do lago, enquanto ele subiu a montanha sozinho para orar. Meu Deus! Não há dúvida. Somos todos gratos pelos recados do Pai Celeste cuidando de seus filhos por todos os evos.
Recordemo-nos de que Simão Pedro tinha conhecido Jesus de Nazaré havia dois anos apreendendo muito, mas ainda tinha tanto apreender pois a Sua vontade era de lutar contra os obstáculos em razão das dúvidas e dos medos que o atemorizava. Pedro morava em Cafarnaum, cidade ao norte de um lago de água doce chamado mar da Galileia. Lançava as redes de arrasto entre dois barcos e recolhia os peixes que conseguissem pegar. A tarefa era difícil e cheia de atropelos inimagináveis.
Conta a historiografia, na visão da pena que escreve, que Pedro era temperamental e não guardava muita semelhança com as rocha nas decisões, tanto que interrogou Jesus sobre quantas vezes haveria de perdoar, sinal que insinuava limitação no amor por excelência, foi quando o Mestre lecionou a Pedro dizendo que em verdade o Perdão não se restringe a sete vezes, mas 70 vezes sete vezes, equivale dizer infinitas vezes, porque em explicitar 70x7, o nazareno utilisava uma expressão hebraica simbolizando um número infinito de vezes, o que esclareceos interessados no amor pleno da doutrina que se deve perdoar os irmãos de caminhada sem limites, assim como Deus perdoa, porque que perdoar não significa esquecer o mal, mas é um ato de amor, compaixão e misericórdia.
Em verdade, Pedro no aprendizado temperamental, na vida pelos infinitos caminhos a percorrer para alcançar os quesitos indispensáveis à existência, encontrou em Jesus o conhecedor de todos os irmãos menores, vê nos viajantes das estrelas os desalinhos e com suavidade os corrige com fulcro nas qualidades. Obvio que, todos os viandantes têm dificuldades a vencerem, suas dúvidas a esclarecerem, suas inquietações e suas desesperanças a serem domadas, mas nem por isso estão ao desemparo dos recados, zelos, carinho, cuidados e amor da Potestade.
O Divino Arauto do Bem, enalteceu a figura de Pedro e suas qualidades, protegendo-o, consciente de que o Pai Celestial cuida e oferece sua mensagem diariamente aos filhos para que não esmoreçam diante da luta do bom combate. Sob essa luz, ilustra-se o tema, com emoção relatando um episódio, de que certa feita, numa rua de uma única quadra, entre casas bem pintadas, jardins com flores, havia uma morada que chamava a atenção dos transeuntes, porquanto destoava do ambiente, eis que maltratada e descuidada, máxime naquilo que outrora fora um dia um majestoso jardim, agora crescia o mato que balançava ao sabor do vento.
Oh! Sim, na calçada exterior, também o canteiro foi tomado pela mata espessa, que se desenvolvia exuberante, sem que ninguém fosse cuidar. Tratava-se da residência de um idoso, não se sabendo a exata idade, notando-se, no entanto, o seu aspecto desleixado, a barba e os cabelos crescidos que lhe conferiam um quadro de envelhecimento além da conta, tudo nele combinando com a desolação que se estabelecia ao seu derredor, levando-se a imaginar que ele mesmo assim compôs o cenário para combinar com a sua tristeza.
Oh! Meu Deus! O que o teria levado essa criatura a abandonar tudo nesse estado precário? Imagina-se, que se por fora a casa se encontra no estado lamentável, como estará por dentro?
Certamente há poeira, roupas largadas pelos móveis, louça por lavar, tudo conduzindo para o caos, não se sabe, mas com certeza é que esse coração deve ter sido atingido por muita dor. Imagina-se, quem será que ele entregou nos braços da grade viagem, a esposa, os filhos, ou os pais? Como se permitir esse proceder sendo filho do Universo? Jesus. Porque será que se permite abraçar a melancolia, pelos dias cinzentos de saudade sem consolo, e, chega ao abismo da depressão.
A verdade é que o recado do Pai Celestial não falta seus filhos em dor pungente, pois no jardim do ancião, há uma um recado do Senhor da Vida, quando um manacá explode em flores de variadas tonalidades lilás, com pétalas enfeitando o chão maltratado. De fato, a Inteligência Suprema Causa Primária de Todas as Coisa, mandou para aquele coração amargurado, momentaneamente infeliz, ordens ao manacá que lhe sorrisse todos os dias, e lá está o manacá, na mensagem inarticulada da natureza diz: olhe para mim. Em meio à desolação, faça como eu. Sorria. Volte a viver. O mundo ainda lhe reserva encantos. Não desista da vida, que é sagrado dom de Deus.
Com fulcro nessas reflexões, tal como Pedro em suas dúvidas, o personagem solitário do apólogo, são as criaturas da Divindade que escolhem a infelicidade e não percebem que atrás das nuvens obnubiladas, há um sol de quinta grandeza brilhando em favor da vida, bela, colorida e consentida. Não se vê que o sol que brilha, acalentando as almas em aflição, o pássaro que voeja na varanda e larga seus trinados sem errar nenhuma nota. Também, muitos são os que não respondem ao cumprimento do vizinho que anela se rompa o silêncio tumular dos corações entibiados.
Os desatentos imaginam que Deus não se manifeste aos homens, senão a toques de trombeta e visões espetaculares. A verdade, contudo, é outra, o Excelso trabalha na intimidade das consciências, e o Divino Jardineiro asseverou que o Pai Trabalha até hoje e Ele também. Assim a
A natureza se serve do que rodeia seus filhos para atestar a sua Providência Divina para com as criaturas.
Inegável, que a natureza em festa, o vizinho que ensaia um diálogo, um filme que evoca os milagres do cotidiano é Deus enviando seu aviso dizendo que constantemente marca a sua presença nas árvores que balançam e deixam cair suas folhas, delicadamente, como numa alegre chuva de verão, com o recado do Sentimento Divino. Conscientes de que as reflexões dessa mensagem do Pai Celeste por ocasião do ano novo se iluminam para os tenha olhos para ver e o espírito para sentir, seus filhos amantíssimos percebam que são filhos D’Ele e que jamais os deixará de ama-los pois em sua morada há lugares para todos.
Ponto finalizando, receba o ósculo em seus corações em nome da oblata da fraternidade, com votos de uma vida longa e prospera, com um ótimo fim de semana em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
- Jaime Facioli –