O tempo é como uma flecha ligeira, passa depressa, ninguém sabe de onde vem e para onde vai. O axioma popular diz que o pensamento de que o tempo é uma loucura, porque quando menos se se dá conta, o ano novo já carimbou o calendário no ano menino que nasceu repleto de esperanças, deixando no ano que se passou, experiências, saudades, recordações tristes e alegres, não permitindo aos viajores se esquecerem que no tempo que se foi, se chegou mais próximo das realizações, dos sonhos e dos projetos para se alcançar os páramos celestiais.
Oh! Sim, diante da passagem do tempo no calendário das provas e expiações, a ninguém será lícito esquecer a realidade de que os filhos da Potestade são personalíssimos, razão e causa porque tem opiniões diferentes, quer sobre o mesmo tema, senão sobre outro assunto de interesse da sociedade civil, considerando que cada criatura traz consigo o resultado de seus atos, segundo a retórica de Paulo, o apóstolo.
Nesse espelho, há que se respeitar o pensar de cada um dos inscritos na universidade da vida para obterem o laurel da felicidade, posto que acima de tudo há o fato de que já se está no alvorecer do ano de 2025 no calendário gregoriano, despertando para o progresso que enobrece os filhos de Deus em todas as áreas das ciências, conscientes de que o Senhor da Vida não criou esse planeta pelas mãos abençoadas do Nazareno, para brincar de atear fogo no mundo belo e colorido por ele criado, senão para servir de morada aos seus filhos em provas e expiações.
Sob essa bandeira aurifulgente da pátria do Evangelho Coração do mundo, no encanto poético de Olavo Bilac, a verdade é que a pátria iluminada pela claridade cristalina do cruzeiro do sul, ainda que existam desatentos não se deram conta do progresso, a verdade é que o mundo, apesar dos tropeços das provas de irmãos vivendo na consciência do sono, vai bem obrigado, e o ano novo que se inicia está repleto de esperanças; São as novas oportunidades na correção de rumo, renovando os enganos para se renovarem estando com Jesus, por Jesus e em Jesus agora e para todos os evos.
Está, pois, a ensancha para as criaturas do Eterno se aperfeiçoarem, prepararem-se na pedagogia das vida, pois renovar é preciso, e, eis que melhores aparelhadas para cumprirem retamente os deveres assumidos na pátria espiritual, estão prontas para o bom combate do que dá noticia o apóstolo Paulo em sua epístola aos coríntios. Ipso facto, sim, vale a pena viver com alegria e entusiasmo o ano que se inicia, pois, cada dia trará novos desafios para a reforma íntima e à reflexão, aprimorando os filhos do Altíssimo para atingirem a felicidade, lugar das muitas moradas para os filhos de Deus.
Diga-se, pois, apesar do axioma popular, ser esse o modus operandi pelos quais os minutos sucederão as horas, os dias sucederão os meses, e os meses sucederão o ano para se viver cada oportunidade, convidando os candidatos à morada eterna, e às meditações sobre os atos e as atitudes pulcras que devem servir de parâmetro aos filhos do Eterno em direção aos parámos celestiais.
Desse modo, não é lícito a nenhum dos filhos da Providência Divina desperdiçarem as chances do dia novo, ano novo, nova oportunidade, certo de que em verdade, cada um tem a responsabilidade de levar a vida, os dias e os minutos, como se fosse uma página de um livro escrito em definitivo.
Em verdade, não há motivo para utilizar do rascunho no livro da vida, deixando para depois os projetos de esperança, sob o arremedo de que sempre haverá tempo para se passar limpo os atos da existência. É vero, o tempo passa depressa, mas não volta mais. No seu lugar, novas oportunidades. É preciso fazer o melhor, hoje e agora. A felicidade se vive nesse momento e agora é a hora para se evitar arrependimento.
Com esse sentimento d’alma, pedimos permissão aos espíritos venerandos para parodiar mensagem de sua lavra, com os sentimentos dessa pena, a fim de dizer das profundezas d’alma: O ano que se inicia é momento especial de renovação de esperanças para o espírito, porque: Deus, na sua infinita sabedoria, deu à natureza a capacidade de desabrochar a cada nova estação e aos seus filhos a capacidade de recomeçar a cada ano. Com esses sentimentos, nas letras do amor, está ínsito os votos de que as criaturas da Potestade, tenham um ano cheio de amor e alegrias.
Afinal, iniciar um novo ano é ter a chance de fazer novos amigos, ajudar mais pessoas, aprender e ensinar novas lições, vivenciar outras dores e suportar velhos problemas; sorrir, porque há novos motivos para celebrar a vida e outras razões para chorar, porque amar o próximo é dar mais amparo, fazer preces, é agradecer mais vezes e utilizar o instrumento da resignação em nome do amor do Divino Jardineiro, iniciando um novo ano, amadurecendo um pouco mais, olhando a vida como dádiva de Deus, é também é ser rima, é ser verso, é ser Deus no universo.
Ponto finalizando o tema em apreço para argamassar os projetos do ano novo, bem representando a retórica que se anela levar aos corações amorosos, nas lições do arauto do bem, é de bom alvitre sedimentar os ideais de renovação e mudança de comportamento, com um apólogo colhido no santuário da vida, sobre a visão e o entendimento de cada criatura por ocasião da nova jornada em direção aos páramos celestiais, conforme o adágio popular esclarece a saciedade no seguinte relato:
Certa feita, dois homens doentes ocupavam uma enfermaria no hospital; apenas havia uma comunicação com o mundo de fora; tratava-se de pequena janela onde um deles estava na cama com vista para fora. Ocorreu que todos os dias o enfermo ao lado da janela, tinha permissão para se sentar em sua cama, por algumas horas, aliviando a incômoda posição que se encontrava, como parte do tratamento dos pulmões. O outro companheiro de enfermaria, com a cama no lado oposto, submetia-se a ficar o dia todo deitado de barriga para cima, por conta da enfermidade e reclamava incessantemente inconformado com as ocorrências.
Para minimizar as dores dos tratamentos, o doente perto da janela, pela manhã, passava a descrever para o companheiro de quarto o que havia lá fora. Usava das palavras como um poeta de sua pena, pois falava com eloquência descrevendo o que via pela janela; dizia ele que havia um parque, cheio de grama verde, de árvores frondosas, flores em múltiplas cores com os canteiros bem cuidados;
O “poeta” de plantão, dizia ver lagos onde patos e cisnes deliciavam-se n’água embelezando a natureza; por seu turno as crianças jogavam migalhas de pão para as aves e dos barcos de brinquedo coloriam a natureza. Oh! Meu Deus!
A cada nova manhã o homem da janela enriquecia a narrativa com novos episódios, falava dos casais de namorados que passeavam de mãos dadas entre as árvores, dos jogos de bola muito disputados entre a criançada; mais ainda, dizia que além da linha das árvores, ele podia ver um pouco da cidade, o contorno dos altos prédios contra o azul do céu e tudo era motivo de alegria, resultando em amenizar a tristeza enquanto aguardavam a cura do corpo e d’alma.
O homem deitado somente escutava, escutava e reclamava, reclamava. Houve um dia em que ouviu, preocupado, o caso de uma criança que quase caiu no lago, sendo salva a tempo por sua mãe. Num outro dia, a descrição minuciosa foi a respeito dos lindos vestidos das moças que saudavam a primavera em flor. O homem deitado quase podia ver o que o outro descrevia, tantos eram os detalhes e a emoção do companheiro sentado.
Que felicidade aqueles momentos. Aos poucos o que reclamava das dores, foi se deixando abrigar pelo sentimento de inveja. Afinal, por que somente o outro, que ficava perto da janela, podia ter aquele prazer, e se perguntou aborrecido. Ponderando bem a situação, ele também merecia aquela mesma oportunidade. Enquanto divagava nos pensamentos que o atormentavam, olhando para o teto da enfermaria, percebeu que o companheiro de dor, na outra cama começou a passar mal. Tossia se sufocando e o botão de emergência foi acionado.
As enfermeiras correram. O médico veio. Nova aparelhagem respiratória foi providenciada, mas todo esforço foi em vão e o companheiro de quarto faleceu. Pela manhã, seu corpo sem vida foi retirado dali. Foi nesse instante que o homem que permanecia sempre deitado, e muito reclamava, pediu para que o colocassem na cama do outro, próximo da janela.
Atendido o seu pleito e logo que a enfermeira saiu do quarto, aquele que muito reclamava, fez um grande esforço, apoiou-se sobre o cotovelo na tentativa de se erguer no leito e apreciar as belezas que lhe foram descritas; a dor foi intensa, mas ele insistiu, e, com dificuldade olhou pela janela nada viu, senão um enorme, alto e feio muro de pedras nuas. Revoltado, chamou a enfermeira e dela questionou asperamente, por que razão o seu companheiro tinha visto tal beleza e o enganado.
Lá fora nada existia. Admirada, a enfermeira que conhecia mais intimamente o “de cujus”, disse-lhe que isso seria impossível, porque o paciente que ali falecera era cego. Imaginava ela, se ele assim procedera, conhecendo sua índole alegre, certamente foi somente para amenizar os dias de dores que experimentavam, colocando sol nas manhãs que passaram juntos.
Assim é a vida. É de esperanças, o ano novo que se renova merece ter o colorido que cada criatura do Eterno lhe atribua, e, sem dúvida a paisagem será obnubilada ou plena de luz, de acordo com as lentes de que se servirão os filhos da Consciência Cósmica, porque Jesus asseverou: Vos sois Deuses. Sofrer a enfermidade e as dificuldades e se fechar na dor ou enfeitar de vivas cores o quadro que se experimenta, é opção individual. Há os que sofrem pouco e se desesperam, aumentando sua carga de dissabores, com as lentes escuras e sombrias de que se servem para contemplar tudo e todos, máxime porque há os que sofrem muito e se dizem tranquilos, exercendo a serenidade.
Por derradeiro, com o ósculo da fraternidade, recebam a hóstia do amor universal, em nome do Divino Galileu, sob os auspícios de renovação para os novos procedimentos lhanozos, chancela da reforma íntima que fará ver a vida, bela, colorida e consentida, conduzindo aos parámos celestiais.
Do amigo fraterno - Jaime Facioli.