A
vida nas provas e expiações pela sua natureza de provas e expiações, é bela, colorida e consentida. Com esse preâmbulo os corações sensíveis atendem ao comando da simplicidade imitando o divino rabi da Galileia. Ora, sim. Ainda que os profitentes do tema imitem o tema, o fato é que a simplicidade é a alma dos espíritos alcançando o progresso de sua evolução.
Bem por isso, O espírito André Luiz esclarece que “A palavra de bondade é uma semente de simpatia. A frase de acusação é um golpe agravando a ferida. O diálogo construtivo é terapêutico e restaurador. O conceito otimista é luz do caminho” e Victor Hugo assinala que as palavras têm a leveza do vento e a força da tempestade.
Na historiografia mundial, colhe-se que à palavra da atualidade é a mesma palavra que o Cristo de Deus ensinou que tem vida, ou em outra dicção, é a palavra que todos podem ofertar o ombro amigo para ouvir com atenção às súplicas dos irmãos e nada custa ao servir de consolo aos aflitos, pois restabelece a fé e a esperança levando o conforto espiritual e a confiança nos desígnios da Providência Divina, que nos criou para o amor e não para a dor.
Nesse sentido, não obstante a complexidade da vida diante das realidades existenciais, não resta dúvida de que os seres humanos buscam com sofreguidão uma forma adequada que melhor atenda aos seus desejos para alcançarem a simplicidade, zênite da existência da paz aos viajores das provas e expiações.
Como fazer para realizar esse desejo, eis a questão que todos procuram como a um segredo que estivesse guardado a sete chaves. Todavia, a busca desse segredo não será tão difícil àqueles que o procuram, esforçando-se para terem puros os corações, máxime porque, segundo as lições de vida, pode-se obter essa regra pétrea de bem viver adotando alguns procedimentos saudáveis.
Necessário simplificar a própria existência para obter a tranquilidade. Jamais se enredar no cipoal das preocupações, afinal, todas as dificuldades da vida têm solução, não necessitando que ninguém se estiole nesse estágio. Cumpra os deveres e tome as medidas que cada caso requer e depois tranquilize o seu espírito, porque Jesus está no leme da vida concitando-nos a ir até Ele, todos os que sofrem e se encontram cansados, aceitando D’ele o jugo suave e o fardo leve.
Atitudes em contrário geram compromissos prejudiciais que tolhem o socorro da caridade, porquanto se entesouram os recursos da filantropia, olvidando a assistência aos desfavorecidos do mundo, empregando o talento das horas nas mais ricas sementeiras de simpatia.
Oh! Meu Deus!. Que não se engane a vã filosofia de seus filhos na grande viagem em que transitam pelo planeta Terra. Qualquer atitude em desalinho acaba por se extraviar nas ambições desregradas, carreando para si próprio os mais duros grilhões de angústia ao fixar nos ombros frágeis, cruzes e fardos difíceis de suportar.
Não há como negar. Que má política é, não aceitar viver com segurança o dia que o Senhor da Vida concede, ao optar pelo exercício do livre arbítrio, sofrer por antecipação as tempestades morais do amanhã que, talvez jamais sobrevenham. Ora, se todas as dificuldades tem solução, para que se preocupar.
A
boa diretriz de vida, depois de escolhido o caminho e tomadaas decisões para enfrentar as provas a que somos submetidos, sem dúvida, é confiar, entregando nas mãos do Criador, as dificuldades existenciais, conscientes de que a Providência Divina aplicará a Lei de Justiça e Amor, como solução aos desideratos, beneficiando aos necessitados com os bálsamos da paz.
Bem por isso, não será justo o inconformismo com o pão abençoado de hoje. William Shakespeare, a respeito do tema, esclarece que “Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos”.
Em verdade, se olharmos em nosso derredor, em análise lhanoza, verificaremos que o celeiro é suficiente para longos anos, verdade, não tudo o que desejamos, mas tudo o que necessitamos para a luta que nos compete, no dizer de Paulo, o apóstolo aos gentios, concitando-os à luta do bom combate.
“In-Veritas”, há motivos para se alegrar com a saúde do corpo físico ou mental, com a família que é a exata que necessitamos para evoluir, com o trabalho que nos torna úteis, ou com as dificuldades que nos fazem crescer.
Sem contradita, inadmissível a irresignação dos que são portadores transitórios do dinheiro prestimoso que lhes soluciona os problemas da hora em curso e mesmo assim, anseiam pela conta-corrente dominadora no banco tornando-a invejável, marcando o seu nome com a melhor expressão financeira, nada obstante a penúria que magoa implacavelmente o lar alheio.
Nesse caso, a regra pétrea é aprender a viver com alegria a benção da vida que Deus, nosso Criador, nos deu, colocando-nos como herdeiros do Universo, depositários do corpo físico, para recolher a luz do conhecimento nobre, a fim de disponibilizarmos ao próximo todo o bem ao nosso alcance.
O zênite desse procedimento é o auxílio ao próximo, perdoando as ofensas e se autoperdoando, trabalhando com denodo, amando na excelência da palavra e servindo sempre sem reclamar, ao dispor com sensatez os recursos que o Céu nos colocou no caminho e nas mãos, conscientes de que a Contabilidade Divina se fará no instante do acerto no balanço da vida.
Para se alcançar a simplicidade que se anela com sofreguidão, à regra de vida por todos desejada, não será tão difícil se os nossos pensamentos não se afastarem do modelo e guia da humanidade, o Divino Jardineiro.
A pena pede licença do tema em apreço, para trazer lições do Espírito Emmanuel com psicografia de Francisco Cândido Xavier no Livro: Mentores e Seareiros. Lição nº 04. Página 19 e da mesma sorte, pelo Espírito André Luiz, sob espeque da mesma psicografia no Livro: Seara de Fé. Lição nº 27, página com o ideário da lição lirial de vida para iluminar os caminhos daqueles que desejam com pureza d’alma alcançar esse láureo.
O Mestre foi tão simples que nasceu sem a proteção das paredes domésticas. Em seu caminho, não encontrou senão alguns homens iletrados e rudes que lhe apoiaram o trabalho na construção da obra imensa. Em sua cátedra, ensinava as revelações do Céu, nos lugares mais insólitos, como as montanhas, nas praias e nos campos, quando não estivesse em casas e barcos emprestados, quando não se sentava no altar da natureza para proferir suas lições, como o Sermão da Montanha.
Ali, na simplicidade, conversou com mulheres anônimas e algumas crianças esquecidas. Todos os infelizes se lhe constituíram a grande família, pois valorizava a amizade, com extremado devotamento, derramando lágrimas por um amigo morto. Alimentou os que tinham fome. Curou os doentes e defendeu todos os que se vissem humilhados pela injustiça.
Nas reflexões, iluminando a sabedoria da simplicidade do Governador planetário, os profitentes do tema sub oculis, não olvidam que a simplicidade não é ausência de sabedoria ou falta de plenitude do missionário do amor, mas tratou-se de despertar a alegria dos filhos do Eterno nas pequenas coisas, no sorriso amigo, no aroma de um café fresco, no calor do sol sobre a pele.
Em resumo sintético, ensinar os irmãos menores a viverem sem excessos, mas com o coração transbordante de gratidão pela vida bela, colorida e consentida. Da mesma sorte, mostrar o caminho que liberta os desatentos das amarras do supérfluo, conectando as criaturas do Pai Celeste ao amor autentico, à bondade e à paz interior, conscientizando aqueles que vivem com simplicidade e leveza nos sentimentos d’alma.
Inegável que os viajantes das estrelas, nas vidas em provas e expiações, estão destinados a evolução espiritual, eis que se tratam de almas personalíssimas nas provas da existência, vivendo no estágio evolutivo, razão para despertarem para a simplicidade e a sabedoria que não complicam a existência, mas ao contrário vão ao encontro da clareza e da simplicidade, consciente de que a alma simples, é aquela que compreende a essência da vida nas lições inscritas pelo rabone no livro dos tempos.
Cogente, pois, que a alma no apogeu da simplicidade, nas lições de Jesus de Nazaré, é o reflexo do Divino, pois Deus se manifesta na simplicidade da brisa que refresca, na flor que desabrocha, no canto dos pássaros, na chuva que da vida a natureza para embelezar o planeta e para seus filhos sentirem o Divino na simplicidade inexistente de solidão. É, pois, na simplicidade do coração que existe a verdadeira riqueza que não se acumula, mas se compartilha no amor, sob a luz de Jesus Nazareno, amando os irmãos menores para todos os evos.
No epílogo, evocando Frédéric François Chopin, esclarece o pensador que “a simplicidade é o que há de mais difícil no mundo, pois é o resultado da experiência, a derradeira etapa do gênio.”
Ponto finalizando, é oportuno depositar o ósculo da fraternidade nos corações amorosos em nome do Divino Jardineiro, com votos de muita paz na simplicidade do seu amor para todos os tempos, nas eternas moradas do Pai Celeste.
Do amigo fraterno de sempre, Jaime Facioli.