Criados simples e ignorantes pelo senhor da vida, os filhos de Deus, receberam do Pai Celeste, o instrumento incomparável do livre arbítrio, o que os tornam viajores das estrelas no exercício de tão abençoada dádiva, para elegerem o caminho do aprendizado, mediante as escolhas da porta larga ou estreita do ser personalíssimo, razão por que, nas leis pétreas da Divindade não há culpado ou inocente, e os viajores, respeitadas as leis pétreas, podem buscar a morada que lhes apraz no Universo do Pai Celeste.
Destarte, em cada dia que alvorece há manhãs coroadas de sucessos ou inundadas de sol intenso. Oh! O dia pode nascer cinzento, prenunciando aflições ou dissabores que estejam por vir. As criaturas do Eterno, pelas escolhas dos caminhos, podem ser turbulentas, carrancudas, ou melancólicas consoante a adoção eleita na postura mental reativa. Em tudo se pode dar graças, enxergar a derrota ou o pessimismo. Cada ângulo da jornada pode indicar a trilha do fracasso ou de lamentação, conforme optarem pelas nuvens obnubiladas ou o céu de brigadeiro.
Ora! Sim. Os desatentos podem se transformar em agressivos, ou se apresentarem temerosos de tudo e de todos, buscando a solidão deprimente. É um sintoma, um alarme imitando uma sirene para as incontáveis vidas em descompasso com o amor e o bem viver. Indispensável, pois, tratar-se da hora de reagir positivamente, revertendo o estado emocional em desequilíbrio.
Cogente, pois, distanciar-se do barulho ensurdecedor, desligar as mídias perturbadoras e se aconselhar com o silêncio d’alma. Jesus de Nazaré incontáveis vezes, procurou o silêncio e a meditação. Expert nesse proceder, há que se buscar uma página enriquecedora, renovar as paisagens emocionais. Escutar uma música clássica ou instrumental, atentando para as notas suaves, reorganizando o mundo íntimo. É de bom alvitre, também, fechar os olhos e viajar no tapete da imaginação, permitindo-se conduzir para o país da ventura interior, onde se encontram os sonhos coloridos do espírito eterno.
Meu Deus! A questão que propõe a epístola é para resgatar a alegria ferida, consolidar os propósitos da vida, os triunfos sobre as paixões e as más condutas? Pela mesma luz, é indispensável meditar que estamos no mundo de provas e expiações em tarefa de aperfeiçoamento. Dificuldades e lutas estão no currículo da grade de aprendizado. No lugar do descanso indevido e exagerado, trabalhemos para concluir os projetos paralisados.
Nas ocorrências de intermináveis horas de ócio, busquemos fazer uma caminhada em um parque. Levar um livro para ler no momento de descanso sob a copa de uma árvore, ou, se preferir, escolher uma tarefa caseira que o aguarda há meses. Há quem opte por limpar um cômodo ou cuidar do jardim, fertilizando a natureza em desfalecimento esquecido. Contatar alguém que saiu do radar da amizade, resgatando o afeto dos irmãos de caminhada, são atitudes e providências que estão ao alcance das criaturas de boa vontade, aguardando a iniciativa do homem de bem.
Trata-se de luz diamantina para o espírito em cada situação que incomoda quem leva a vida na matroca, porquanto sempre há uma alternativa para o bem proceder. Inegável, pois, que somente a luz dissipa as sombras, a verdade dilui a mentira e o antídoto da tristeza é a alegria dos filhos do Eterno na escola da vida, bela, colorida e consentida.
Viemos nesse abençoado planeta para o aprimoramento e evoluir, é a meta. Não faltam ferramentas adequadas, tecnologia de última geração e a medicina fornece vacinas e técnicas cirúrgicas. Os espíritos de escol estão constantemente auxiliando os viandantes com estímulos para novas descobertas, porque o Pai Celeste cuida de todas as criaturas, consoante dispõe a questão 963 de “O Livro dos Espíritos”.
A seara é imensa. Escassos são os trabalhadores dedicados, focados nos objetivos sem reclamar. Não se negue que os maiores adversários habitam naqueles que se permitem entregar os pontos na luta, olvidando o bom combate, no dizer de Paulo, o apóstolo. São os que sempre têm escusas, não extirpam a erva inútil. Persistem na oferta do adubo da preguiça, e nas reclamações, sem observarem o sol que nasce, as chuvas que renovam a natureza, a família que trabalha, consoante as lições do Nazareno, esclarecendo que o Pai trabalha até hoje e ele também trabalha.
É vero. Esclarecem os espíritos de escol e os irmãos do caminho despertos para o bem proceder, que extirpar a erva daninha do solo ou continuar ofertando adubo para o seu crescimento é opção da escolha individual. A lógica é o que afirma o Espírito Emmanuel, ao asseverar que: toda semente fértil produz, mas a escolha é nossa. No mundo de provas e expiações, onde os viajantes das estrelas no presente estágio evolutivo realizam as provas de elevação espiritual, experimentam de tempos em tempos as guerras com seus horrores para o resgate dos equívocos dantanho e para pôr em prática o caminho do nirvana anelando a custos amargos encontrarem o caminho da paz, como propôs o nazareno.
Quando o Divino Jardineiro se encontrava com seus discípulos, ele os cumprimentava dizendo: eu vos dou a paz, mas não a paz que o mundo oferece com a vestimenta dos interesses impróprios, mas a paz do amor ao próximo, como somente ele pode dar, para palmilhar a via das muitas moradas da casa do Pai. É o que consta no item seis de O Evangelho Segundo o Espiritismo, ao tratar da destinação da Terra, e das causas das misérias humanas.
Oh! Meu Deus! Toda a boa nova é um imenso jardim perfumado com a essência de nardo, o perfume de Jesus, sequioso do adubo do amor de seus irmãos ativos no imenso oásis de luz sinalizando a trajetória que as criaturas devem percorrer para a mutação da escolha do estado de miserabilidade que estiolam os espíritos na caminhada para o inegável destino em direção aos esplendores celestes.
A consciência do justo não nega que é preciso, em regime de urgência urgentíssima, mudar os dias de caminhada da humanidade, tomando pulso nos propósitos enobrecedores, pondo termo às guerras de interesses impulcros. A paz deve fazer morada nas vidas dos viajores, sob pena do retardamento da geração da felicidade ceder lugar às dores e sofrimento, aos quais a linguagem popular nomina-se de misérias do mundo.
Sim. Na reflexão em comento, considerando as escolhas infelizes, a miséria no sentido vulgar da agressão, da “morte”, tanto como na falta de alimentos que satisfaçam as necessidades primárias dos viajores do planeta Terra, os horrores ferem de morte os mais nobres sentimentos do amor, tanto como ocorreu nas redondezas do Lago de Genesaré, quando Ele exemplificou como por fim as guerras pelo amor, sublime amor.
As escolhas equivocadas estão repletas de interesses escusos, mas, em verdade, “o mundo não está perdido” como se apregoa diante da repetição de guerras e holocaustos insensatos. Essa reflexão é equivocada dos propósitos do Criador, porque a metáfora apropriada é que a Terra pode ser comparada a um hospital, onde estão apenas doentes e da mesma sorte, a uma prisão física cerceando a liberdade de ir e vir, onde se encontram todas as torpezas e os vícios reunidos, onde preponderam as aflições sobrepondo-se às alegrias. Inegável à saciedade, diante das guerras fratricidas cujo noticiário toma conta do globo terrestre, os transeuntes são tomados de pavor com o desânimo soçobrando as esperanças daqueles que têm puro os corações.
De fato, não são poucas as guerras antes e depois dos tempos da chegada do divino jardineiro, cumprindo as profecias e ensinando a se alcançar as inúmeras moradas da casa do Pai Celestes. Apesar disso, a imensa escola da vida aí está, diante da incúria dos retardatários, para ensinar os incautos como não fazer as guerras, sejam as denominadas santas, os retratos dos episódios são dantescos.
Não se esquece o conflito entre Israel e o grupo extremista palestino Hamas, ceifando milhares de criaturas, irmãos de caminhada nos conflitos entre israelenses e palestinos e, na Rússia/Ucrânia o ignoto conflito dos mesmos irmãos.
Nessa dicção, a ninguém será licito imaginar que o Senhor do Universo tenha edificado um mundo sem propósito e repleto de misérias. O mundo por onde transitam as criaturas é o de provas e expiações, ao teor da escala evolutiva onde a humanidade está estagiando e as misérias são as escolhas que os viajores fazem pelo uso do livre arbítrio.
Assim escolhe-se a guerra, ao se louvar nos interesses imediatos e a consequência é matar-se e aos irmãos sob o pretexto pusilânime de combater o estado islâmico e os interesses ignotos de uma “guerra santa” em nome da religião. Contudo, a verdade tem sua gênese na fabricação de armas mortais de toda sorte, ou componentes químicos das indústrias farmacêuticas e tantos outros ignorados pelo povo, mas que rendem magnânimos dividendos em espórtulas aqueles que se dedicam a essa miséria dos valores enobrecedores, fazendo letra-morta aos princípios da cordialidade.
Envolvidos nesses sentimentos, é cogente aos filhos de Deus em regime de urgência urgentíssima, buscarem o caminho do ser imortal, à auto-iluminação, o seu “eu” interior, o “nirvana”, que é o estado permanente de beatitude obtido através da disciplina e meditação, como ensina o budismo para a extinção definitiva do sofrimento humano, e das misérias que grassa a humanidade, facultando aos aprendizes da felicidade alcançarem os páramos celestiais.
O destino para a realização dos anelos proposto na missiva, tem dois componentes através do livre arbítrio: seguir pela vereda do nirvana, conquistando o láureo da paz, mediante o reto proceder, e a entrada da porta larga da existência que deságua na guerra consigo mesmo, levando a criatura a ser partícipe dos que escapam da caixa de pandora assombrando o mundo com as misérias de que se tornam portadores.
Em verdade, não há mistério para a inolvidável descoberta da vida, máxime considerando que o aprendizado é infalível na universidade da existência, uma vez que a paz não é um presente da Divindade, mas a causa aonde reside à escolha que se faz nas provas e expiações aos que se estão submetidos pelo Senhor da Vida aos ditames da Lei de Progresso, com o fardo das dores em caráter de pessoalidade.
Na luz aurifulgente do Cristo de Deus, cabe educar-se, certo de que ninguém está apto a compreender os problemas complexos da pessoalidade e das vidas pregressas nas existências precedentes. Nesse contexto, se exercitar no silêncio escutando os apelos íntimos da alma sedenta de paz. A vã filosofia entende que o maior sofrimento seja daqueles que experimentam, mesmo tendo o modelo da humanidade em Jesus, na luz dos ditames da questão 625 de “O Livro dos Espíritos”.
Pregado na cruz do madeiro infame, o homem santo teve seus pés e mãos atados e furados com cravos de ferro, além da coroa de espinho que, com violência ímpar, se impôs em sua testa e na mesma cabeça que abrigou os mais nobres pensamentos de amor e de fraternidade. Para libertar-se das dores e das misérias do mundo e encontrar a paz, é indispensável o trabalho de auto-iluminação, uma vez que ninguém responderá pelos erros de outrem, o que exorta os viandantes a terem cuidado com o proceder, alinhando-se com o código das leis divinas.
É dever de consciência a postura da brandura, como ensinou a lição dos bem-aventurados, brandos e pacíficos, pois eles herdarão o reino dos céus. É inconteste que os irmãos do caminho não estão sujeitos às exigências de outrem. Também não será lícito a terceiros se libertarem do crime sem o pagamento, ainda que após o arrependimento de os terem praticado. Há que se arrepender, honesta e sinceramente, mas o pagamento é da lei divina. Não há privilégio. Todos são iguais perante as leis de Deus.
Ponto finalizando, com a alegria da viagem nesse planeta de provas e expiações, segue o ósculo depositado em seus corações com a oblata da solidariedade universal, anelando servos ativos sempre com Jesus, por Jesus e em Jesus.
Do amigo de sempre.
Jaime Facioli.