A busca dos filhos de Deus, no trabalho, na elevação espiritual e no progresso para alcançar os esplendores celestes, está registrada na historiografia mundial nos anais dos tempos imemoriais, no que o mundo que não está perdido, como dizem os agnósticos. Ao contrário, o mundo de provas e expiações está sob o comando do governador planetário Jesus de Nazaré. Viktor Frankl, renomado neuropsiquiatra austríaco, ofereceu ao mundo uma grandiosa experiência de vida.
Judeu de nascimento, ele e a família foram presos pelos nazistas e atirados em diferentes campos de concentração. Sua esposa e seu pai foram executados com sua mãe na câmara de gás. Nos quatro anos que se seguiram, o nobre médico foi transferido de um campo de concentração para outro, transformando aquele período de sofrimento em lições de vida para a humanidade.
Em AuschWitz passou a analisar o comportamento humano em situação extrema, observando como alguns desenvolviam mecanismos para suportar o horror que lhes impunham os carrascos.
Os combalidos sucumbiam e os mais fortes possuíam algo em comum: tinham um propósito pelo qual lutar. Alguns tinham esperança em se libertar e outros planejavam encontrar a família que, na guerra, havia se espalhado pela Europa, enquanto outros acalentavam o sonho de tocarem violinos.
Cada um com a sua esperança, e os que conseguiam suportar o horror dos campos de concentração eram os que haviam encontrado um sentido, um propósito para sua vida. A vida ensinou que após a libertação de Viktor Frankl, ele narrou sua experiência em um livro chamado, A experiência de um psicólogo num campo de concentração, também cognominado de “A busca do homem por um sentido”, anotando que encontrou o significado da sua vida auxiliando os outros a encontrarem o sentido da vida.
Oh! Meu Deus! Todos precisam de propósito nas provas da existência, para o sentido da vida, para viver intensamente. Sim. Qual o sentido da vida? Qual o propósito? Temos planos, projetos, objetivos, para encontrar o sentido de vida da existência e o propósito da viagem? É o arauto, o pai dos pobres e o próprio Viktor Frankl que auxilia os profitentes do tema: uma maneira de encontrar significado na vida é experimentando algo, como a bondade, a verdade e a beleza. Experimentando a natureza e a cultura, senão experimentar outro ser humano em sua originalidade própria, amando-o.
Há quem diga que o nosso grande sentido existencial é amar. O Mestre, Modelo e Guia apontou a direção: buscai o reino de Deus e sua justiça, e tudo mais vos será acrescentado. O reino de Deus encontra-se na consciência tranquila, que resulta do dever retamente cumprido, dos compromissos bem conduzidos, dos objetivos delineados com acerto.
Só encontrando esse sentido, esse propósito, a vida na Terra poderá ser compreendida, bem usufruída e, para muitos, suportada.
Uma das tarefas de que fala aos corações, e que os filhos da Potestade se propõem com azáfama para alcançarem a plenitude existencial, é a construção do futuro, pois todos os viajores da felicidade anelam ser felizes. Imaginam-se, todavia, que para se alcançar esse "nirvana", como denominam os irmãos tibetanos, o estado de felicidade dalma, sejam suficientes ligeiros reparos no proceder. Decerto que não. A felicidade é conquistada todos os dias. Há regras pétreas a serem respeitadas. A maior delas é a que o ilustre amigo Jesus de Nazaré trouxe em seu missionato de amor, para se ficar atentos aos propósitos da jornada terrena, à luz dos ditames inscritos na questão 625 da luz do mundo, em "O Livro dos Espíritos".
No momento de dor pungente, no calvário e no madeiro infame, em uma das vezes em que o Divino Pastor volta de seu desfalecimento, tal a dor que lhe foi impingida, Ele reuniu as forças combalidas, emulando-se no trabalho a que se propôs, levantou os olhos para os céus e disse com sentida emoção: "Oh! Pai, está tudo consumado".
Sob outra dicção, não há como negar que o Mestre veio a esse planeta de Deus para dar o exemplo de amor, lecionando a Lei do Trabalho, como elevação do espírito, para que os candidatos à felicidade seguissem essas diretrizes, afim de alcançarem a felicidade e a paz de espírito. Sim, o reto cumprimento do dever carrega consigo a paz de espírito, o chamado “nirvana”, máxime porque, para se alcançar esse laurel, será indispensável construir com trabalho hercúleo a jornada das provas e expiações, laborando forte e com vontade de realizar a reforma intima de que necessitam os viajores.
Sob o pálio dessa proposta, lecionou o Divino Jardineiro: meu Pai trabalha até hoje e eu também trabalho. Cogente, pois, que os filhos do altíssimo respeitem a lei do trabalho, ainda que as madrugadas abriguem preocupações, mas quando o dia começa a se espreguiçar, bocejando como quem permanece indeciso e o sol lança as suas luzes, é a hora de se levantar e iniciar o novo dia, a nova jornada, pois incontáveis tarefas aguardam o novo dia, e algumas delas, com datas que apontam o hoje como sendo o derradeiro prazo.
Indiscutivelmente são os compromissos profissionais que não podem tardar, a família que aguarda os bons ofícios do clã, senão as tarefas do voluntariado, em nome do amor, exigindo dedicação, na prática da caridade. Desse modo, ouve-se o canto dos pássaros, anunciando o alvorecer, enquanto a noite se despede, cedendo lugar ao novo e abençoado dia que renasce trazendo a alegria de viver, sinalizando a nova oportunidade do trabalho que enobrece a criatura humana em direção ao seu porvir.
O trabalho é um poema que pode cantar em prosas e versos, no barulho da passarada e no sol que penetra de mansinho para afastar as sombras da noite; o trabalhador se detém a escutar o complexo arranjo de notas, emitidas pela natureza nos momentos que se segue, anunciando o intenso trabalho do novo dia que inicia dulcificado pela sinfonia. Nos arvoredos é lugar de muitos trinados, cantos e discussões. Sim, em meio à cantoria, destacam-se alguns tons que parecem discussões.
O trabalhador logo imagina em tom de descontração, que os pássaros estão disputando território, quiçá eles não estejam discutindo o valor do condomínio, sim, porque afinal, a generosa árvore, com sua ramada abundante, é o lar de alguns deles, que a deixam pela madrugada e retornam quando as cores do dia principiam a desmaiar no horizonte. É desse modo, que, sem que se possa imaginar, ouvir o som de uma aeronave que sobrevoa os céus leva o sonhador a pensar, oh! Meu Deus! Quantos de seus filhos agora mesmo estão dentro dele em trabalho, e para onde irão essas criaturas, quais são os seus sonhos, suas dificuldades e suas alegrias.
Será que chegarão ao seu destino? Será um voo tranquilo, sem turbulência ou eventuais percalços que envolvam alguma falha mecânica? Quantas horas permanecerão no ar? Atravessará o espaço aéreo de quantas cidades, estados? Talvez países? Atravessará mares e oceanos? Nessas conjeturas, o sol que ilumina a Terra principia o novo dia de trabalho, trazendo novas esperanças.
Inegável que é nesse momento, que o trabalhador conjectura, como será que tantas pessoas vêm de lugares diferentes para viajarem juntas, durante um curto ou largo tempo, seja na lida do dia, cada um cumprindo sua tarefa de trabalhador probo, seja no lar, auxiliando a família, dando o exemplo de viver em harmonia. Oh! Sim, quantos sonhos se rogam ao Senhor da Vida, na prece do novo amanhecer.
Na claridade da luz aurifulgente despertam os corações generosos, com o Rabi recomendando: “Que não se turbe os vossos corações”, e o trabalhador põe-se ciente olhando os lírios e os pássaros dos campos, pois eles não tecem e nem fiam, e mesmo assim, na sua retórica, nem Salomão vestiu-se como eles, levando o obreiro ao lúcido dever, pois sabe o que o aguarda, convencido de que o Pai Celestial, ao teor da questão 963 de “O livro dos Espíritos”, cuida de todas as suas criaturas.
É vero. Quantas criaturas viajam pensando nos negócios que deverão empreender, que depende do futuro na empresa, no sustento da família; quantos filhos de Deus viajam para realização de um concurso para definir sua carreira profissional; quantas outras viajam a caminho de tarefas voluntárias, como palestrantes, ou atendendo os irmãos de caminhada, em sofrimento nas provas.
Oh! Quantos pensamentos em tão poucos minutos, no alvorecer do novo dia, nos sons que se confundem, quando a passarada voa. É nessa hora que o trabalhador ergue a cabeça para o alto e, em prece sentida, diz ao Senhor da vida, obrigado, Pai, segue comigo, tenho tanto a fazer nesse dia em homenagem ao dia do trabalho, construindo o futuro para o qual criastes teus filhos.
Sensibilizada a pena, pede licença com a alegria que invade o coração, no sentimento de gratidão, pela vida em provas e expiações, trabalhar com vigor, nas tarefas físicas e na lida do dia a dia, sem olvidar as obrigações, com zelo nas modificações do íntimo d’alma, e as dores pungentes dos sacrifícios, emulando a mente, o corpo, e o espírito, para deixar de fumar, de beber, de falar mal de outrem, evitar a mentira, trapacear, roubar, furtar e abandonar em definitivo, a prática dos atos de improbidade a que se está sujeito nas provas da vida, os candidatos à felicidade em desforço sincero anelando a reforma intima.
Nesse discurso, a alavanca da dor e os acúleos que se experimenta para a transformação da criatura, faz nascer um novo ser, transformando o homem velho na criatura nova que brilha como diamante precioso, que mesmo quando se encontrar no poço da desesperança, à primeira réstia de luz que encontra. se lusifica. Desse modo, o trabalho é personalíssimo, ninguém poderá ajudar, porquanto cada viajor dever remover cada imperfeição com o bisturi do amor ao próximo e à vida, amparando-se na fé, pois ao final tem-se que prestar contas dos atos e dos procedimentos ao Pai Celestial, o Senhor do Universo, onipotente, onipresente e onisciente.
In Veritas, o trabalhador deve ter em mente que no céu das provas e expiações, há sempre uma nova manhã, presente que o Sentimento Divino aciona a mola propulsora para conduzir seus filhos para a realização dos projetos pulcros dos corações. Sem contradita, todo novo amanhecer é uma nova oportunidade de labor concedida pela Providência Divina, para que se possa escrever no livro da vida, o reto proceder diante da nova oportunidade que convida os viajantes da felicidade a cumprirem a Lei do Trabalho.
No dia do trabalho, contemple o belo, pousando os olhos na beleza que Deus depositou no altar da natureza, prova de seu autógrafo, para embelezar o planeta de provas e expiações. Aproveite o tempo com bons livros, bons pensamentos, serviços edificantes na seara do bem, no centro espírita, na quermesse de sua igreja, na religião de sua devoção, seja solidário com os idosos e no apoio às crianças, futuro de bem-aventurança, respeite o idoso e as vagas a eles destinadas, isso representa cidadania e amor ao próximo.
Ponto finalizando, homenageia-se o dia do trabalho com a Lei de Deus, trabalhando sob as novas diretrizes, com a reconstrução dos nobres procedimentos, depositando o ósculo do labor nos corações, com um ótimo fim de semana na paz e em nome de Jesus de Nazaré, que trabalha até hoje.
Do amigo Fraterno de sempre.
Jaime Facioli